
r011 Boletim da Fiocruz alerta para aumento de hospitalizações por gripe no Amapá
InfoGripe aponta para o crescimento de casos de Influenza em todo o país. No Amapá, o alerta se concentra na capital entre jovens, adultos e idosos. Vacinação infantil contra influenza está disponível no Amapá Jesiel Braga/PMM O boletim InfoGripe divulgado no último dia (8) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta para uma crescente no número de hospitalizações em razão da circulação do vírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) em vários estados região Norte e Centro-Oeste, incluindo o Amapá. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 AP no WhatsApp Segundo o boletim, o estado tem níveis de alerta risco ou alto risco. Macapá aparece entre as 14 capitais com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Os casos atingem principalmente jovens, adultos e idosos. O quadro nas quatro últimas semanas epidemiológicas para casos positivos ficou assim no Brasil: 26,7% de influenza A; 0,7% de influenza B; 55,7% de vírus sincicial respiratório; 18,1% de rinovírus; 18% de Sars-CoV-2 (Covid-19); O boletim mostra há um sinal de crescimento nos casos e, consequentemente, nas hospitalizações ao longo das próximas semanas. Outro destaque é o aumento elevado, em muitas regiões, de casos de Síndrome Respiratória nas crianças de até 2 anos, associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). Já em crianças e adolescentes de 2 a 14 anos o número de novos casos de SRAG se mantém em queda. Os números refletem a Semana Epidemiológica 18, período de 27 de abril a 3 de maio. Sintomas da influenza A infecção pelo vírus da influenza, popularmente conhecida como gripe, costuma ter sintomas bastante intensos, capazes de "derrubar o paciente." 🤧Entre os principais sintomas da doença estão: Espirros Tosse Dor de garganta Dor no corpo Febre Fadiga Falta de apetite A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, recomenda que as pessoas usem máscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde. Em caso de surgimento de sintomas, a orientação é ficar em casa em isolamento. Tatiana destaca que o melhor caminho ainda é a vacinação: “Por fim, pedimos que as pessoas dos grupos elegíveis, que ainda não se vacinaram contra a influenza A, que se vacinem o quanto antes”. No Amapá a Campanha de vacinação contra a gripe foi prorrogada até 31 de julho. O serviço foi estendido por recomendação do Ministério da Saúde (MS). Veja abaixo os grupos prioritários: Idosos; Crianças; Pessoas com deficiência permanente; Pessoas com comorbidades; Povos indígenas vivendo fora das terras indígenas; Trabalhadores da saúde; Povos indígenas vivendo em terras indígenas; Professores; Gestantes; Forças de segurança e salvamento; Caminhoneiros; Forças armada SVS de Macapá reforça a importância da vacinação contra a gripe 🔔 Tem uma sugestão de pauta? Fale com o g1 no WhatsApp 📲Siga as redes sociais do g1 Amapá e Rede Amazônica: Instagram, X (Twitter) e Facebook 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Amapá Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá VÍDEOS com as notícias do Amapá: Fonte: G1


webradio016 LegoGPT: sistema monta estruturas de Lego com IA
Novo sistema de IA criado com LLM da Meta consegue montar estruturas estáveis usando peças de Lego O post LegoGPT: sistema monta estruturas de Lego com IA apareceu primeiro em Olhar Digital. Fonte: Olhar digital

priscila_pereira Lei que define que moradores vão custear iluminação pública passa a valer em Piracicaba; confira valores
Lei foi publicada em Diário Oficial, mas cobrança começa em 1º de janeiro de 2026. Iluminação pública em Piracicaba Divulgação/prefeitura A Prefeitura de Piracicaba (SP) colocou em vigor, nesta terça-feira (13), uma lei que define cobrança da população para custeio da iluminação pública na cidade. Os detalhes de como será a cobrança foram publicados em Diário Oficial, mas ela começa em 1º de janeiro de 2026. Receba no WhatsApp notícias da região de Piracicaba A lei ordena que paguem a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) tanto quem mora em imóvel conectado à rede de energia quanto donos de imóveis, com construções ou não, que não estejam conectados à rede. Segundo o texto, a cobrança vai ocorrer da seguinte forma: Para imóveis conectados à rede de energia elétrica, a cobrança será realizada mensalmente por meio da fatura de consumo de energia elétrica; Para imóveis sem construções ou não conectados à rede de energia, a cobrança será efetuada anualmente, pelo carnê de IPTU. Câmara de Piracicaba aprova projeto que cria contribuição para custear a iluminação A legislação define que os recursos arrecadados serão destinados exclusivamente ao custeio, à expansão, à modernização, à manutenção e à melhoria da iluminação pública do município. Confira os valores Para quem mora em propriedade ligada à energia elétrica, o valor da Cosip vai variar, mensalmente, de acordo com o consumo de eletricidade. Confira abaixo, os valores a serem pagos: Para os contribuintes não conectados à rede de energia ou que possuam imóveis sem construção, o valor da contribuição será fixo e cobrado anualmente. Veja no quadro: 15 votos favoráveis na Câmara O projeto que cria a Cosip foi aprovado na Câmara com 15 votos favoráveis e seis contrários. A proposta realizou alterações na lei complementar 224/2008, sobre o Sistema Tributário Municipal. Veja como cada vereador votou: Como cada vereador de Piracicaba votou na criação da Cosip VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Fonte: G1

r011 Raiva humana: Campinas tem recorde de atendimentos por risco da doença; veja o que fazer ao ser atacado por animais
Número indica uma média de 12 assistências diárias a casos de contato de risco com animais, como mordedura e arranhadura. Balanço aponta aumento em relação a 2023. IMAGEM DE ARQUIVO: doses de vacina antirrábica Reprodução/TVCA Campinas (SP) realizou em 2024, de janeiro a dezembro, 4,3 mil atendimentos antirrábicos em humanos. O número indica uma média diária de 12 assistências a casos que envolviam algum tipo de contato de risco por parte de um animal, como arranhadura, mordedura e até lambedura. O índice registrado no ano passado é o maior da década e mostra um aumento de 8% em relação à 2023. Extraído do painel epidemiológico do Ministério da Saúde, o balanço inclui, além da observação de animais suspeitos: 356 aplicações de vacina: protocolo adotado em casos leves; 725 aplicações de soro antirrábico + vacina: protocolo adotado em casos graves; 815 indicações de soro antirrábico ou imunoglobulina: nos casos em que a pessoa já é vacinada contra a raiva, mas sofreu uma exposição ao vírus, ou se o paciente não pode tomar a vacina por algum motivo. O levantamento também traz detalhes sobre o perfil dos casos, e aponta que: a maioria envolvia pessoas com idades entre 20 e 29 anos, mas há registros em todas as faixas etárias, inclusive crianças e idosos; os ataques de animais domésticos, como cães e gatos, foram os mais frequentes, embora haja registros de acidentes com morcegos, primatas, herbívoros domésticos e raposas. Abaixo, confira detalhes sobre o perfil dos atendimentos e como buscar ajuda na metrópole. Exposições por tipo de animal De acordo com o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave que acomete mamíferos, inclusive o homem. Ela é considerada de extrema importância para a saúde pública devido a sua letalidade de aproximadamente 100%. A transmissão aos seres humanos ocorre pelo contato com a saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordida. No entanto, a lambida e os arranhões também são um sinal de alerta. Veja abaixo os animais mais frequentemente envolvidos nos casos em Campinas (isso não significa, necessariamente, que eles estavam contaminados pelo vírus da raiva, mas sim que alguém foi exposto e precisou do protocolo antirrábico): Em todo o Brasil, entre 2010 e 2025, foram registrados 50 casos de raiva humana. Desses, nove foram causados por mordidas de cães, 22 por morcegos, sete por primatas, dois por raposas, cinco por felinos, e um por bovino. Em quatro casos, não foi possível identificar o animal envolvido. Além disso, em toda a história da raiva humana no país, apenas dois pacientes sobreviveram. Todos os outros evoluíram para óbito. Os casos mais recentes foram registrados em Pernambuco e no Ceará. LEIA TAMBÉM: Caso de moradora de Campinas mordida por macaco expõe falha na execução de protocolo de raiva Tratamento pós-exposição Embora os casos de cura sejam raríssimos, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece terapias pós-exposição que impedem o desenvolvimento da doença. Entre eles estão a vacina e o soro antirrábico, cujas aplicações variam de acordo com a gravidade. Entenda abaixo: Acidentes considerados leves: ferimentos superficiais no tronco ou nos membros, exceto mãos e pés; e lambedura de lesões superficiais. Acidentes considerados graves: ferimentos nas mucosas, cabeça, mãos ou pés; ferimentos profundos; adentramento de morcegos (quando o animal entra no ambiente e não há certeza se houve contato ou não). Todos os acidentes com mamíferos silvestres ou morcegos são considerados graves. De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa), independentemente da gravidade, a recomendação é sempre lavar a ferida com água e sabão, além de buscar atendimento. Acidentes leves: aplicação da vacina, que estimulará o organismo a produzir anticorpos contra o vírus da raiva em poucos dias; Acidentes graves: aplicação da vacina seguida do soro antirrábico ou imunoglobulina humana antirrábica, que protegem até que a vacina comece a fazer efeito. Onde buscar atendimento Em Campinas, de segunda a sexta-feira, o atendimento é realizado em qualquer uma das 67 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que iniciarão a vacinação, se indicado. Aos finais de semana, a orientação é buscar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou hospitais. Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação em caso de mordidas de animais silvestres como saguis e morcegos, é procurar uma unidade no mesmo dia uma vez que, caso seja necessário, a primeira dose da vacina contra raiva deve ser aplicada no dia 0 (nas primeiras 24 horas). Mordida, arranhadura... saiba em quais casos é indicada a aplicação do soro antirrábico VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região o Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas. Fonte: G1


wilson O Brasil é dependente da China? E quais os riscos disso?
China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Lula quer aprofundar relações com o país, mas especialistas apontam riscos nessa estratégia. O presidente Lula e a primeira-dama, Janja, são recebidos pelo presidente da China, Xi Jinping. Ricardo Stuckert/PR Era uma sexta-feira quente em Brasília em novembro de 2004 e o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebia no país o agora ex-presidente da China, Hu Jintao. Lula estava em seu segundo ano de governo e, naquele momento, o país anunciou uma medida controversa: reconheceu o país asiático como uma economia de mercado. O episódio, ocorrido há mais de duas décadas, foi lembrado por Lula na segunda-feira (12/5), durante um evento com empresários chineses e brasileiros em Pequim que faz parte da agenda de sua visita oficial à China. A segunda apenas neste mandato. "Não me arrependo", disse Lula nesta semana. O anúncio em 2004 não era apenas um gesto diplomático. À época, a China ainda era criticada por parte da comunidade internacional por usar práticas anti-mercado para exportar seus produtos a preços baixos. Reconhecer a China como uma economia de mercado era uma espécie de "selo" de que o país se submeteria às regras internacionais do comércio global. Naquela tarde, Lula aparentava estar contente e arriscou uma previsão. "Nosso comércio, que hoje chega a US$ 8 bilhões por ano, pode mais do que duplicar nos próximos cinco anos", disse Lula. O tempo provaria que Lula subestimava o que estava por vir. Nos cinco anos que se seguiram, o fluxo comercial (exportações mais importações) entre os dois países mais que triplicou. Saiu de US$ 9,1 bilhões ao final de 2004 para US$ 35 bilhões em 2009. Naquele ano, a China ultrapassou os Estados Unidos como principal comprador de produtos brasileiros. Impulsionada pelo apetite por commodities agrícolas, minerais e petróleo, a China se consolidou como principal parceiro comercial do Brasil e, em 2024, ela foi responsável por receber 28% de todas as exportações brasileiras. Em 2023, esse percentual chegou a 30%. Os Estados Unidos, segundo maior comprador, ficou com pouco mais de 12% no ano passado. Sozinha, a China comprou mais produtos brasileiros que a soma dos seis outros maiores importadores, grupo que inclui, além dos Estados Unidos, a Argentina, Países Baixos, Espanha, Singapura, e México. Entre 2004 e 2024, o saldo da balança comercial entre Brasil e China foi amplamente favorável (US$ 315 bilhões) e ajudou o país a compor suas reservas internacionais. A visita de Lula à China e as crescentes tensões entre o país e os Estados Unidos jogaram sobre como fica o Brasil em meio a tudo isso. Com a China responsável por quase um terço de tudo o que o Brasil exporta para o mundo, é possível dizer que o Brasil é dependente da China? E quais os riscos para essa suposta dependência? Diplomatas e especialistas em relações internacionais e comércio exterior ouvidos pela BBC News Brasil se dividem sobre o grau dessa dependência. Alguns afirmam que o Brasil está perigosamente dependente do gigante asiático, enquanto outros avaliam que o que existe é uma relação de dependência mútua. Todos, no entanto, concordam que, qualquer que seja o termo para definir o atual estado das relações entre os dois países, o Brasil está vulnerável a um eventual choque na economia chinesa e que isso poderia ter impactos negativos na economia brasileira. Nascidos um para o outro? O ex-ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, demonstra preocupação com a intensidade do vínculo entre o Brasil e a China. Apesar de ser um entusiasta da parceria, ele aponta ressalvas. "Não queremos depender de um único país. Tenho grande simpatia pela China, temos uma relação muito boa [...] Mas não queremos depender só da China. Nem é bom para a China", disse Amorim em entrevista à BBC News Brasil, em abril. Na avaliação do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, não há outra forma para definir a relação que o Brasil mantém com a China. "Nós somos muito dependentes da China e, a cada dia que passa, ela ocupa mais espaço nas exportações do Brasil", diz Castro à BBC News Brasil. De fato, os dados mostram uma ligação muito intensa entre as economias do Brasil e da China. Em 2009, quando China virou o principal parceiro comercial brasileiro, o país asiático era responsável por 13,2% das exportações brasileiras, percentual que foi aumentando ano a ano até chegar aos atuais 28%. Segundo levantamento feito pela BBC News Brasil com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a China é o principal destino das exportações de 14 das 27 unidades da federação (veja o gráfico). Os Estados Unidos lideram o ranking de exportações em cinco Estados. O cientista político e professor de Relações Internacionais do Centro de Estudos Políticos-Estratégicos da Marinha do Brasil, Maurício Santoro, usa outro termo para definir as relações entre a China e Brasil. "Ela (relação) é, no mínimo, assimétrica. O Brasil depende muito mais da China do que a China depende do Brasil. Eu diria que ela é uma relação de dependência para alguns setores da economia brasileira, para o agronegócio ou para uma empresa como a Vale, por causa das exportações de minério de ferro [...] Para a economia brasileira como um todo, não tanto", diz Santoro à BBC News Brasil. Lívio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), também evita usar o termo dependência. "Não vamos chamar de dependência porque dependência tem uma conotação ruim, [...] comércio é uma relação bilateral. As pessoas trocam e as pessoas comercializam porque ambos os lados têm ganhos na comercialização", diz Ribeiro à BBC News Brasil. Ele compara a situação do Brasil em relação à China com a do México ante os Estados Unidos. Ele argumenta que 80% do comércio mexicano está vinculado à economia norte-americana, enquanto no Brasil, esse percentual gira em torno de 30%. "A gente tem uma complementaridade muito grande entre o que a China consome e o que o Brasil produz e entre o que o Brasil precisa importar e o que a China exporta. Brasil e China são parceiros complementares como poucos países são [...] a gente meio que nasceu um para o outro", complementa o pesquisador. O ex-secretário de Comércio Exterior do governo brasileiro e consultor Welber Barral faz uma avaliação semelhante. Ele também evita classificar o Brasil como dependente da China, mas reconhece que a balança comercial brasileira depende dos dólares vindos das exportações de commodities à China. "É esse superávit que dá segurança à balança comercial [...] que equilibra a balança de pagamentos brasileira e isso permite uma cotação do dólar mais estável [...] isso permite o controle da inflação e, inclusive, segurança das nossas reservas internacionais", diz Barral à BBC News Brasil. Por outro lado, ele avalia que a China também depende, em certa medida, do Brasil. "A China tem um consumo muito grande de soja. Hoje, ela compra do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos. Sendo que o Brasil é o maior produtor mundial. Para alguns produtos, a China não tem tanta alternativa", diz Barral à BBC News Brasil. Os dados da balança comercial mostram que 75% de tudo o que o Brasil exportou para a China em 2024 foi composto por soja, minério de ferro e petróleo. Por outro lado, a China se destaca pela exportação de produtos manufaturados ao Brasil, especialmente aqueles com alta tecnologia embarcada. Dos US$ 63 bilhões, a maior parte é composta por produtos com alta tecnologia embarcada como US$ 2,4 bilhões em painéis solares e US$ 1,4 bilhão em carros híbridos ou elétricos. José Augusto de Castro, da AEB, diz concordar que a China também dependa do Brasil para suprir suas necessidades de commodities. Mas ele reitera que, na sua opinião, o que existe em relação à China é um tipo perigoso de dependência. "Hoje, a dependência que o Brasil tem da China é porque você não consegue, de uma hora para a outra, criar um novo mercado que permita a você exportar um certo produto sem fazer muita alteração interna no Brasil", diz Castro. Os riscos da concentração de ovos Independente da forma como essa relação é classificada, os especialistas avaliam que há riscos no fato de o Brasil confiar tanto nas exportações para a China. "Quando você exporta para um único parceiro, você corre o risco de que, se houver uma crise econômica naquele país, a sua economia vai ser muito afetada. Isso hoje (acontece) não só no Brasil. Boa parte dos países sul-americanos já tem a China como principal parceiro comercial", diz Welber Barral. Um exemplo dado por Barral foi o estouro da bolha do setor imobiliário do país, a partir de 2022, que afetou a compra de minério de ferro do Brasil. Barral elenca outro risco. "O segundo problema é quando você tem muita dependência de commodities, porque você não controla o preço. Se há uma queda de preços do mercado internacional, a sua balança comercial é muito afetada", diz Barral. "Se não tiver o mercado chinês, o que fazer com tanta soja?", indaga o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), Maurício Buffon, à BBC News Brasil. Buffon é produtor rural em Tocantins. De origem sulista, ele produz soja em suas propriedades. Seu Estado, segundo dados oficiais, é um dos que tem a China como principal comprador de seus produtos. Em 2024, 47% de tudo o que Tocantins exportou foi comprado pelo país asiático. Ele também avalia que a relação com a China seria de reciprocidade. "É uma dependência mútua. Nós dependemos deles para vender e eles dependem do nosso produto para a alimentação [...] Eles também precisam de soja e não teriam onde buscar (a soja) em outro lugar do mundo. Até mesmo os Estados Unidos não teriam soja para atender a demanda da região", afirma. Apesar disso, ele reconhece que uma desaceleração na economia chinesa ou uma queda brusca no preço das commodities agrícolas teriam impactos na economia do agro e, por consequência, do restante do país. "Se eles pararem de comprar, haveria uma grande oferta no mercado e aí teríamos um grande problema de desemprego em toda essa cadeia. Ela ficaria desestruturada", projeta. Esse cenário, na prática, já aconteceu. Ao menos, em termos. Entre os anos 2012 e 2015, a desaceleração do ritmo do crescimento da economia chinesa fez despencar os preços das commodities e afetou a economia brasileira. Buffon diz que um outro risco no horizonte é o de outras partes do mundo como a África começaram a produzir as commodities agrícolas que o Brasil vende. Geograficamente, o continente africano é mais perto da China, o que poderia comprometer a competitividade dos produtos brasileiros. Apesar disso, ele diz que os produtos agrícolas brasileiros não estariam preocupados com essa hipótese. "Já faz mais de dez anos que se fala sobre isso, mas houve pouca evolução. Há muitas guerras e conflitos internos na África. Então, isso é uma coisa que o produtor brasileiro não enxerga como uma ameaça a curto prazo", afirma Buffon. José Augusto Barros, no entanto, enxerga um outro problema na concentração do comércio brasileiro com a China. Segundo ele, a dinâmica existente criaria incentivos para que o Brasil exporte, cada vez menos, produtos manufaturados, que são aqueles que requerem mais mão de obra ou mão de obra mais qualificada. A consequência disso seria a desindustrialização do país e a ampliação da dependência sobre as exportações de produtos com baixo valor agregado. "A China importa commodities e exporta manufaturados. Nós importamos manufaturados e exportamos commodities [...] Nós importamos desemprego e exportamos empregos", resume Barros. O cenário, ele ressalta, é diferente do que acontece com os Estados Unidos ou outros parceiros como a Argentina. Segundo ele, a pauta de exportações para esses dois países é, primordialmente composta por produtos manufaturados. Diversificação: de parceiros e de produtos Mas se o Brasil produz o que a China quer comprar e a China quer comprar o que o Brasil produz, o que fazer para evitar que o Brasil se coloque em uma situação vulnerável? Para Welber Barral, a saída é diversificar. Parceiros e pauta exportadora. "O grande desafio do Brasil em relação ao mercado chinês é justamente diversificar as suas exportações, que hoje estão muito concentradas em commodities, minerais e commodities vegetais", diz. Durante entrevista na semana passada, o secretário para as regiões de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Saboia, disse que uma das prioridades do governo brasileiro é mudar parte da pauta exportadora do Brasil para a China. "O que nós queremos é diversificar a nossa relação e a nossa pauta exportadora para a China. (Queremos) diversificar os investimentos e as parcerias com a China, procurando atraí-la para esse projeto de industrialização, de capacitação tecnológica, de transição energética", disse. O diplomata disse ainda que o país vem fazendo esforços para ampliar mercados para os produtos brasileiros. "O que nós fazemos com a China, nós fazemos com outros países. O presidente, por exemplo, foi ao Vietnã (em abril). O Sudeste Asiático é nosso terceiro parceiro comercial, enquanto bloco. É uma região que cresceu muito [...] em junho, o presidente vai à França", disse Saboia. O pesquisador Maurício Santoro diz ter uma avaliação semelhante à do diplomata. "Existe, por parte dos diplomatas brasileiros e de alguns setores do governo, uma certa preocupação em se tornar excessivamente dependente da China. O Brasil quer diversificar mercados e quer também aumentar suas exportações para outras regiões do mundo. E isso tem acontecido [...] Mas não é tão fácil colocar esse objetivo em prática", diz Santoro. Ele cita como exemplo as tentativas do Brasil e do Mercosul de finalizarem o acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Em dezembro do ano passado, os dois blocos econômicos anunciaram a conclusão do acordo, uma das etapas formais que antecedem a sua entrada a vigor. O acordo se arrastou, no entanto, por mais de 20 anos até chegar a essa fase. A expectativa é de que sua entrada em vigor leve, pelo menos, mais alguns meses, embora o governo brasileiro defenda que os trâmites burocráticos para que isso aconteça sejam acelerados, especialmente em meio à guerra tarifária iniciada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lívio Ribeiro aponta, ainda, que diversificar parceiros e a pauta exportadora pode ser positiva, mas haveria custos que precisam ser avaliados. "As pessoas sempre falam que é bom ser diversificado e, de fato, é ótimo. Só que custa dinheiro quando isso não é a tua vantagem natural. A conta que você tem que fazer é a vantagem inversa. A desvantagem de você forçar uma diversificação adicional a que seria naturalmente observada", avalia. E é em meio às discussões sobre o aprofundamento das relações comerciais entre os dois países que empresas chinesas anunciaram a intenção de investir até R$ 27 bilhões nos próximos anos no Brasil. A empresa Envision anunciou um investimento de R$ 5 bilhões para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de cana-de-açúcar no Brasil. A montadora chinesa GAC confirmou um aporte de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,39 bilhões) para a produção de carros elétricos e híbridos em Goiás, além da construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Nordeste. A GWM, outra montadora chinesa, anunciou R$ 6 bilhões para expandir suas operações no Brasil focadas na exportação de automóveis para a América Latina. A Windey, especializada em turbinas eólicas de grande porte, informou que destinará R$ 3 bilhões ao Piauí em projetos de energia eólica, solar, armazenamento e termossolar. A Didi, dona do aplicativo de mobilidade 99, anunciou que iria aplicar R$ 1 bilhão em infraestrutura de recarga para veículos elétricos no país. O grupo de delivery Meituan e a rede de fast food Mixue anunciaram que pretendem se instalar no Brasil, com investimentos de R$ 5 bilhões e R$ 3,2 bilhões, respectivamente. Também foi firmado um acordo com a fabricante de semicondutores Longsys, que construirá unidades em São Paulo e Manaus com R$ 650 milhões. Parte desses investimentos fazem parte de um projeto mais amplo do governo para tentar promover a chamada "neo-industrialização" do país a partir da implantação de fábricas chinesas e de outros países no Brasil. Infográficos por Caroline Souza, Equipe de Jornalismo Visual da BBC News Brasil China deve investir R$ 27 bi no Brasil: veja os setores Fonte: G1


wilson Deputados bolsonaristas tentam excluir crime de golpe de Estado do Código Penal para evitar 'perseguição política'
É mole? Fonte original: https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/05/14/deputados-bolsonaristas-tentam-excluir-crime-de-golpe-de-estado-do-codigo-penal-para-evitar-perseguicao-politica.ghtml


wilson Falta de licenciamento, denúncias e investigações travam obra da marginal direita do Rio Sorocaba; entenda
Já licitada e com contrato assinado há quase um ano, obra com custo de R$ 33 milhões não saiu do papel em Sorocaba (SP). Prefeitura diz estar otimista, mas não dá prazo para início dos trabalhos. Marginal direita do Rio Sorocaba Reprodução/TV TEM Com o contrato prestes a completar um ano, a obra de construção da marginal direita do Rio Sorocaba não saiu do papel. A nova via interligará a Alameda Batatais, no Jardim Saira, à Rua Padre Madureira, no Árvore Grande, passando pela Rua Saliba Mota, em Sorocaba (SP). Como envolve pontos que afetam diretamente o meio ambiente, uma série de entraves impede o início da obra. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp A licitação foi aberta em fevereiro de 2023, com custo total estimado em R$ 33 milhões. No processo, um consórcio foi vencedor e já assinou o contrato. O prazo para a conclusão da obra é de 18 meses após a ordem de serviço, o que ainda não ocorreu. O processo de compra também determina que é responsabilidade da empresa contratada obter licenciamento ambiental, bem como renová-lo. A obra prevê cortes e aterros. No primeiro item, há uma previsão de cortar 28,8 mil metros cúbicos. Já o volume de aterro, ou compactação, está estimado em 128,4 metros cúbicos. Estes números são exatamente a questão ambiental que gerou um entrave em torno da obra, que tem atuação do Ministério Público, uma falta de licenciamento e até uma manifestação formal à instituição financeira que vai financiar a obra. Entenda, abaixo, todos os problemas envolvendo a polêmica marginal direita do Rio Sorocaba: Falta licenciamento O principal problema presente desde o anúncio da obra tem a ver com a falta de licenciamento, de responsabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A companhia espera desde março a documentação da prefeitura para dar sequência ao processo de licenciamento. A Cetesb tem reiterado desde então que as informações complementares solicitadas ao município servirão para dar prosseguimento à análise técnica do empreendimento. A instituição lembra ainda que o pedido de licença ambiental prévia foi entregue em dezembro de 2024, isto é, quase seis meses após a assinatura do contrato. Ministério Público pede explicações e cobra implantação de parque linear em área onde Prefeitura de Sorocaba quer construir marginal direita Reprodução/TV TEM Ministério Público Já o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) tem agido no caso desde o anúncio da obra. Primeiro, pediu informações à prefeitura e, depois, abriu um inquérito para investigar os problemas relacionados ao licenciamento. Jorge Alberto Marum, promotor do Meio Ambiente, já disse, em entrevista ao g1, que sem licenciamento não haverá obra. Sobre a investigação, o município não precisa aguardar o encerramento do inquérito. "Ela [a prefeitura] não é obrigada a aguardar o parecer do Ministério Público, mas seria de bom tom que o fizesse, até para evitar uma ação civil pública com pedido de liminar para paralisar a obra." Mais recentemente, o promotor abriu um inquérito para investigar as questões envolvendo a falta de implementação do Parque Linear do Rio Sorocaba, que envolve o trecho onde a prefeitura pretende fazer a obra da marginal. A construção do parque está prevista em lei. CAF O projeto, que já sofria com os problemas relacionados ao licenciamento e às investigações do Ministério Público, passou a ter um novo episódio em abril deste ano. O Banco de Desenvolvimento da América Latina, ou Corporação Andina de Fomento (CAF), que é a instituição financeira que vai financiar a obra, recebeu, em março, uma manifestação formal sobre os possíveis impactos na construção da via. O documento é composto por quase 900 assinaturas. Dentre elas, mais de 40 ambientalistas. O objetivo do documento é chamar a atenção sobre o impacto ambiental da construção da avenida. O grupo argumenta que a obra ocasionaria a derrubada de uma floresta urbana com mais de 720 árvores nativas. Em resposta, o banco informou, em abril, que realizará uma avaliação detalhada do caso, dentro de prazos estabelecidos pela própria instituição. O g1 também questionou a CAF sobre a situação, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O que diz a prefeitura A Prefeitura de Sorocaba foi questionada pelo g1 se não tem a intenção de mudar o traçado da obra para evitar ou amenizar os problemas relacionados às questões ambientais. Em resposta, a administração municipal informou que a Secretaria de Parcerias (Separ) disse que o traçado para implantação da marginal direita é previsto há mais de 40 anos nos planos diretores de Sorocaba, refletindo um planejamento urbano consistente e de longo prazo, voltado à melhoria da mobilidade urbana e ao desenvolvimento ordenado do território. Vale lembrar que as principais leis ambientais do Brasil foram criadas exatamente após 1981. Isto é, quando o traçado foi planejado, sequer havia legislação sobre o tema. A prefeitura continua e fala em compensação ambiental: "Como é comum em obras de grande porte, intervenções ambientais podem ocorrer, mas serão devidamente mitigadas por meio das compensações ambientais exigidas pela legislação, assegurando o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação." Quanto ao licenciamento ambiental junto à Cetesb, a argumentação é de que o processo, por natureza, é demorado, envolvendo etapas técnicas que exigem análises detalhadas e cumprimento rigoroso da legislação vigente. "O processo está em andamento, ou seja, não encontra-se parado, com a prefeitura respondendo à série de questionamentos feitos pelo órgão, para os devidos esclarecimentos, todos dentro do prazo." A prefeitura argumentou também que a obra se encontra licitada, "resultado de processo criterioso que seguiu todas as etapas legais e técnicas" e que "não foi formalmente comunicada sobre a abertura de qualquer procedimento específico por parte do banco financiador". Conforme já mencionado, a Cetesb afirma que aguarda documentação da prefeitura para dar andamento no processo. Por outro lado, a prefeitura não informou se já apresentou a documentação exigida. A prefeitura também comentou sobre o parque linear, mas não estipulou prazo para a implementação total do instrumento. "Da mesma forma, a prefeitura desenvolve ações concretas para a efetiva implantação do Parque Linear do Rio Sorocaba, especialmente no trecho correspondente à marginal direita." Confira outras notícias do g1: g1 em 1 minuto: Ford T de 100 anos é preservado por colecionador no interior de SP Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM n Fonte: G1