
r011 E a capivara? Vídeo de acidente com ciclista gera onda de curiosidade sobre estado do animal
Cena foi registrada em Campinas (SP), em maio, foi divulgada nesta sexta (6) e gerou perguntas sobre o paradeiro do animal. A ciclista que teve um quadro de hemorragia cerebral no acidente já se recuperou. Ciclista fica ferida após atropelar capivara em ciclovia do Taquaral A repercussão do atropelamento de uma capivara por uma ciclista na Lagoa do Taquaral, em Campinas (SP), provocou uma busca por informações sobre o estado de saúde do animal. O vídeo divulgado na sexta (6) foi feito em 13 de maio, e a mulher que capotou, bateu o rosto no chão e sofreu uma hemorragia cerebral, já se recuperou. Mas e a capivara? Na página oficial do g1 Campinas no Instagram foram diversas as perguntas e mensagens de seguidores sobre o que teria ocorrido com o animal. "Sabemos da ciclista, mas a capivara saiu viva??" "Tadinha da capivara, socorreram também? São tão simpáticas" "Tomara que as duas estejam bem" "Poxa vida, coitada da capivara" De acordo com a Prefeitura de Campinas, responsável pela gestão do parque público, nenhuma informação sobre o estado de saúde da capivara, que é um animal silvestre e, portanto, sem qualquer controle, havia sido recebida. "Protegidas por legislação federal, as capivaras são animais de vida livre, que transitam entre os parques da cidade tanto por portões abertos, quanto pela tubulação (galeria de água). A Prefeitura monitora e faz o controle populacional de capivaras em espaços públicos, com o objetivo de equilibrar a convivência com os frequentadores dos parques", diz, em nota. Siga o g1 Campinas no Instagram 📱 A ciclista Gabriela Meireles, que ficou ferida após o atropelamento, lembra apenas que a capivara estava assustada, mas não tem pistas sobre o que teria ocorrido ao animal. "Não faço a mínima ideia, eu estava no chão". Segundo estimativas da prefeitura, deve haver cerca de 120 capivaras na Lagoa do Taquaral. "Esse número varia bastante, devido ao comportamento sazonal das populações desta espécie. Depois do pico reprodutivo, que termina em abril, temos um número grande, como esse. Se fizermos essa mesma recontagem, antes do próximo pico reprodutivo, o número pode cair até pela metade", informou. Vídeo de atropelamento de capivara por ciclista em Campinas (SP) gera onda de curiosidade sobre estado do animal silvestre Reprodução O vídeo A ciclista Gabriela Meireles ficou ferida após atropelar uma capivara enquanto pedalava pela ciclovia do Parque Portugal na madrugada de 13 de maio de 2025. O vídeo mostra que a vítima seguia com outras duas pessoas quando se deparou com o animal na ciclovia. Os outros dois ciclistas conseguiram desviar, mas a mulher atingiu o animal, capotou e caiu da bicicleta com o rosto no chão. Gabriela Meireles contou à EPTV, afiliada da TV Globo, que precisou de atendimento médico após a queda. Ela teve um quadro de hemorragia cerebral, além de um corte profundo no queixo. A cena foi flagrada pela estudante de jornalismo Nicole Heinrich, que realizava um trabalho da faculdade no local. "A matéria era essa: o que motivava os atletas a acordarem tão cedo para treinar. E daí eu vi que tinham alguns de trás, falei: 'nossa vou fazer uma imagem bonita aqui'. Na hora que eu vejo, ela saiu voando", disse a estudante. Apesar do susto, ela conta que se recuperou e já voltou a treinar. Ela informou ainda que chegou a solicitar atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não foi atendida. A presença de capivaras no local é algo comum, de acordo com o guardador de estacionamento do parque, Valdo Carlos da Silva. "Meu horário é às 4h20 e já encontro capivaras. É a partir do balão ali do McDonald's até essa área toda aqui. Quanto é 6h, elas entram tudo para dentro", comentou. Ciclista fica ferida após atropelar capivara em ciclovia do Taquaral Nicole Heinrich/Divulgação - Gabriela Meireles/Arquivo Pessoal O que diz a Prefeitura A prefeitura de Campinas informou que o Samu da cidade não recebeu nenhum chamado da vítima e que, por essa razão, não prestou atendimento. A administração municipal informou ainda deve haver, hoje, cerca de 120 capivaras na Lagoa do Taquaral. "Esse número varia bastante, devido ao comportamento sazonal das populações desta espécie". Em nota, a Emdec disse que a sinalização de animais na via é implantada em áreas de preservação ambiental ou onde há uma recorrência de casos que justifique o alerta, mas que essa não é a situação encontrada no entorno do parque. Segundo a empresa, em 2023 e 2024, houve apenas um registro de sinistro envolvendo capivara em Campinas na Central de Controle Operacional da empresa. Já entre janeiro e abril de 2025, não houve nenhum registro envolvendo animais. A Emdec ressalta ainda a importância da comunicação de ocorrências aos órgãos responsáveis para o planejamento das ações. Ciclista fica ferida ao atropelar capivara, capotar em ciclovia e cair com rosto no chão em Campinas Reprodução/EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas. Fonte: G1


linnpy Berimbau no Japão e ginga na Rússia: associação de capoeira criada em Salvador tem filiais espalhadas por sete países
Associação de Capoeira Mestre Bimba foi fundada no Pelourinho, quando a capoeira era crime no código penal brasileiro. Atualmente, a expressão cultural tem conquistado gringos, que aprendem músicas e expressões em português. Associação de capoeira criada em Salvador tem filiais espalhadas por sete países Ver japoneses tocando berimbau e russos lutando maculelê pode até impressionar um brasileiro comum, mas não os mestres e contramestres da Associação de Capoeira Mestre Bimba. Localizada em Salvador, a entidade foi fundamental para a expansão da luta de matriz africana e que atualmente tem sedes no Japão, Estados Unidos, Rússia, Canadá, Polônia, Inglaterra e Ucrânia. "A primeira vez que fui para fora do Brasil foi na cara e na coragem, somente com meu berimbau e o coração cheio de vontade de colocar a nossa Bahia em evidência lá fora", contou Rubens Costa Silva, conhecido como Mestre Bamba. 💡 A manifestação afro-brasileira conhecida como "Roda de Capoeira" recebeu em 2014, por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Turma da Associação Mestre Bimba no Japão Arquivo pessoal O que pode parecer apenas uma história de empreendedorismo, na verdade tem origem na resistência. Quando o clube foi criado, em 1918, a capoeira era associada a marginalidade e proibida no Brasil. Mesmo assim, Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, burlou o sistema e fundou o Centro de Cultura Física Regional (CCFR), no Pelourinho. Governo da Bahia regulamenta Lei Moa do Katendê, que defende a capoeira no estado O centro ensinava a capoeira regional, o maculelê, promovia shows folclóricos, bate-papos e feijoadas para os alunos e moradores do Centro Histórico de Salvador. Com o tempo, o centro ficou conhecido fora da capital baiana e passou a atrair alunos de outros estados do Brasil. Com a morte de Mestre Bimba em 1974, um dos seus alunos, o Mestre Vermelho 27, fundou a Associação de Capoeira Mestre Bimba, em 2 de julho de 1975 - data em que também é celebrada a Independência do Brasil na Bahia. Em 2025, a associação completará 50 anos. Paris na "cara e na coragem" A expansão da capoeira regional para os outros continentes começou de forma despretensiosa, através de convites de outros amigos capoeiristas e apresentações nas ruas. Em 1985, Mestre Bamba foi para Paris pela primeira vez e no estilo na "cara e na coragem": sem passaporte e sem saber falar a língua. "A gente foi como artista de rua, fazendo apresentações em praças até sermos contratados para outros tipos de demonstrações, como apresentações em aniversários, por exemplo", contou. Aos poucos, o mestre foi encontrando espaço na gringa e clubes de lutas passaram a aderir a capoeira. Os professores, mestres e contramestres da Associação de Capoeira Mestre Bimba passaram a viajar para os países para dar aulas nesses clubes e, assim, formar professores que continuassem o legado. "Quando a gente leva a capoeira para o mundo, a gente leva o nosso Brasil, nossa ancestralidade, nosso povo, nossa cultura, nossa língua. A gente leva o que a gente tem de melhor. Quando eles veem isso, eles ficam muito encantados", afirmou. Nos últimos 40 anos, Mestre Bamba visitou mais de 20 países para ensinar a capoeira. São mais de 40 franquias da Associação de Capoeira Mestre Bimba espalhadas pelo mundo, algumas delas com professores brasileiros e outras, com nativos. Mas, segundo ele, nenhum russo, japonês ou americano representa a associação sem antes visitar onde tudo começou: a sede no Pelourinho, em Salvador. LEIA TAMBÉM: Documentário homenageia legado de Mestres de Capoeira na Bahia Capoeira na Rússia, mas em português Contramestre Tony e a turma da Associação de Capoeira Mestre Bimba em Moscou, na Rússia Arquivo pessoal Há duas décadas, a capoeira levou o baiano Antônio Lima Ferreira para outro fuso horário, outra língua e, definitivamente, outra temperatura. O contramestre vive em Moscou, onde forma professores de capoeira e dá aulas para crianças e adultos russos. Para o baiano de Salvador, a ida à Rússia em 2005 era apenas mais uma viagem de rotina ao lado do tio, Mestre Bamba. Anos antes, em 1993, um filme americano chamado "Esporte Sangrento" havia ajudado a disseminar a capoeira para fora do Brasil e, em Moscou, um clube buscava orientação profissional para implementar a luta. "Em Moscou a aula foi muito boa e o pessoal perguntou se eu poderia ficar lá durante um ano para auxiliar na formação dos professores. Aceitei porque a associação me ensinou muito e vi uma oportunidade de retribuir o que eles me deram como profissional e pessoa", contou. Um ano se passou e Toninho, como é conhecido nas rodas de capoeira na Bahia, não voltou mais. Segundo ele, o choque cultural foi grande: precisou aprender a falar russo, sobreviver a temperaturas de até -28ºC e lidar com a diferença cultural entre a Rússia e o "país Bahia". Até o nome de contramestre precisou de uma modificação e passou de "Toninho" para "Tony", pois os alunos não conseguiam reproduzir o som do "nh". Mestre Bamba e Toninho na Rússia, em 2004 Arquivo pessoal Nas aulas em Moscou e nas outras franquias, os alunos não aprendem apenas a gingar e dar rasteiras. Eles são ensinados sobre a origem da capoeira e a relação dela com o processo de escravização dos africanos no Brasil Colônia. Os alunos também aprendem a tocar instrumentos como berimbau, atabaque e pandeiro, essenciais nas rodas de capoeira. "Tem alguns alunos que fazem como uma forma de luta, mas tem outros que gostam da música, da letra, musicalidade, e a partir daí cada um vai se identificando. É por isso que a capoeira acaba pegando uma grande quantidade de adeptos, tanto no esporte quanto na cultura", disse Mestre Bamba. Outro ponto importante é que não existe tradução e os alunos precisam cantar as músicas em português - até porque, não tem como traduzir expressões como "paranauê" e "sinhá". Ou seja, os gringos acabam apreendendo diversas expressões em português. Para Tony, ser um contramestre de capoeira exige administrar não só as aulas, mas as pessoas, seus medos e suas angústias. "Os escravizados criaram a luta para sobreviver. Até hoje a realidade é difícil, mas não se compara. Se eu estou aqui hoje, é porque muitas pessoas asfaltaram essa rua", afirmou. Além das filiais fora do país, a Associação de Capoeira Mestre Bimba mantém projetos sociais em Salvador , nos bairros do Calabetão, Jaqueira do Carneiro e Lalita Costa, além da região metropolitana, na comunidade de Costa de Sauipe. Roupas, calçados, cestas básicas, alimentos e brinquedos podem ser doados na sede da instituição, localizada na Rua das Laranjeiras, no Pelourinho. É possível entrar em contato com a instituição através do número (71) 3322-0639 e do e-mail acmbcapoeira@hotmail.com. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻 Fonte: G1


wilson Baladas, festivais e expedição gospel: evangélicos expandem presença em ambientes considerados 'profanos'
Movimento é impulsionado por jovens, redes sociais e estética 'descolada' de igrejas como a Lagoinha. Para especialistas, estratégia tem como objetivo a acomodação cultural. Entre 2010 e 2022, evangélicos passaram de 21,6% para 26,9% da população, segundo o Censo. Balada Sky toca eletrônica, trap, sertanejo, funk gospel. Reprodução/Balada Sky/Redes sociais Baladas, festivais, expedições, carnaval e a expansão da música gospel para gêneros como trap e funk: nos últimos anos, vem crescendo a adesão de evangélicos a espaços culturais historicamente considerados "mundanos" e "profanos" por igrejas mais tradicionais. De cultos na D-Edge, casa noturna tradicional de música eletrônica em São Paulo, ao bloco de carnaval gospel e ao Legendários (expedições religiosas com linguagem motivacional), a ocupação de ambientes seculares por grupos cristãos vem ganhando cada vez mais visibilidade — especialmente com o uso das redes sociais e o crescimento da comunidade evangélica no Brasil. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp De acordo com o Censo 2022 divulgado na sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e 2022 a quantidade de evangélicos cresceu 5,2 pontos percentuais, passando de 21,6% para 26,9% da população (veja mais abaixo). Para Nina Rosas, especialista em Estudos da Religião e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), este movimento não é recente e ocorre, pelo menos, desde os anos 90. Mas, com o crescimento dos evangélicos no país e o uso das redes sociais, ele tem ficado mais visível. 1 em cada 4 brasileiros é evangélico; percentual é maior entre mais jovens, mostra IBGE Segundo o g1 apurou, a ocupação progressiva desses ambientes seculares se dá por alguns fatores, como: Descentralização da autoridade religiosa; Sacralização de ambientes considerados profanos; Adoção da lógica de mercado; Teologia da Prosperidade; Liberação de usos e costumes (leia mais abaixo). LEIA TAMBÉM: Baby do Brasil pede para vítimas de abuso sexual perdoarem agressores durante culto em balada; dono rechaça e desiste de evento evangélico mensal Legendários: por que homens pagam até R$ 81 mil para subir montanha e melhorar casamento? Esta presença já é vista na cultura e, principalmente no mundo digital. Nas redes sociais, influenciadores evangélicos acumulam milhares de seguidores e mostram suas rotinas. São vídeos de "Get Ready With Me" (trend "arrume-se comigo"), de lazer e, principalmente, apresentando as igrejas. As próprias igrejas também têm presença forte nas redes sociais. Fundada pela família Valadão, a Igreja Batista da Lagoinha em Alphaville já acumula mais de 700 mil seguidores somente no Instagram, enquanto a Hillsong São Paulo tem mais de 170 mil. No culto realizado na D-Edge e que foi acompanhado pelo g1, por exemplo, a quantidade de celulares e câmeras profissionais gravando o evento para ser postado nas redes sociais era quase equivalente à de pessoas presentes. As baladas gospel já viraram até trend no TikTok, com vídeos que ultrapassam milhares de visualizações. Um deles foi gravado por Karen Santos, de 25 anos, em janeiro deste ano. Ele alcançou mais de 68 mil curtidas. No vídeo, ela mostra um DJ no evento Vira Brasil, o festival de Réveillon de música gospel da Lagoinha com ingressos que custaram até R$ 3.500 na área VIP. “O vídeo foi no Vira Brasil, primeiro evento de virada de ano de uma igreja em um estádio, que levou várias figuras do mundo gospel. Quem aparece no vídeo é o DJ PV, que tem as batidas de música como qualquer outro DJ, porém ele usa louvores", conta ela. "Ele usa batidas 'do mundo' e músicas evangélicas justamente para trazer o jovem para dentro da igreja. A batida não tem nada a ver com a música. O que a gente leva em consideração é a letra que estamos cantando", afirmou Karen ao g1. "Eletrônico gospel, pagode gospel, sertanejo gospel fazem com que mais pessoas interajam com a religião e adorem a Deus", completa. Karen se tornou converteu em 2021, após se casar com um evangélico. Há dois anos, ela começou a frequentar a Lagoinha Alphaville. "Aqui é um pouco diferente da igreja tradicional. O pessoal pode vestir o que quiser, ouvir o tipo de música que quiser, não é uma coisa muito fechada. É uma igreja mais desconstruída", conta. Vida noturna gospel A Balada Sky, voltada totalmente para o público evangélico, chega à 14ª edição neste ano em Guarulhos, na Grande São Paulo, e Jundiaí, no interior. Segundo João Batista Ribeiro, promotor do evento e DJ, ela é considerada "a maior white party cristã do Brasil". Geralmente, a festa começa por volta de 22h e vai até 6h. O público é embalado, principalmente, pelos DJs que fazem remixes de músicas gospel, tocando eletrônica, funk e trap. Bandas convidadas também fazem parte da programação. "Durante um bom tempo a igreja evangélica no geral resumia suas atividades apenas a encontros litúrgicos. Porém, acreditamos que a igreja deve se posicionar como um agente influenciador na sociedade e promover não apenas cultos e reuniões, mas também atividades que possam gerar relações interpessoais em sua comunidade", afirma João Batista. "A igreja não é só templo, mas sim a reunião de pessoas para fazer atividades que estreitam essas relações. Isso inclui festas e baladas seguindo os valores e princípios da comunidade", completa. Balada Sky chega a 14ª edição neste ano Reprodução/Balada Sky/Redes sociais Há oito anos, a Balada Colors — que se autointitula a maior festa gospel neon de São Paulo — também transforma igrejas em pistas de dança com iluminação de luz negra e tintas fluorescentes à disposição do público. Em maio, a festa chega à 9ª edição. Será realizada na Igreja da Lagoinha Campus 2, em Santo André, no ABC Paulista. A maioria do público é formada por jovens cristãos entre 18 a 26 anos que se divertem ao som de diversos ritmos, que vão de eletrônica e trap até reggae e pagode — e sem bebida alcoólica. Para Paulo Flávio Ferreira, um dos líderes jovens da Lagoinha e coordenador da festa, esse tipo de evento é uma forma de "falar de Deus para as pessoas" e um exemplo de que "é possível unir Deus e a alegria sem os dogmas da religião que só trazem culpa". "A igreja, como comunidade cristã que tem seus princípios e valores, precisa entender que o seu compromisso não é apenas em promover cultos aos domingos. Mas poder gerar uma programação que seja sadia aos seus frequentadores: encontros de orientação, comunhão, festas para diversão, ações sociais para ajudar necessitados", exemplifica Paulo. Balada Colors é frequentada em especial por jovens cristãos entre 18 a 26 anos Reprodução/VRIMAGE/Vinicius Rodrigues O uso do entretenimento como porta de entrada para a igreja não é um fenômeno recente, como apontaram os especialistas ouvidos pelo g1. Caso do estudante Kayke Macoy, de 21 anos, que frequentou matinês organizadas em igrejas evangélicas durante a adolescência em São Paulo. Kayke conta que as festas — que ele classificou como "balada do bem" — eram regadas a muita música e comida, além da adoração a Deus. "É como qualquer outra balada, porém sem exagero, sem nenhuma bebida alcoólica, sem nenhum tipo de droga. A vibe das pessoas é superpositiva. Todo mundo muito alegre, animado. Um ambiente seguro." 'Coisas de Deus' e 'coisas do mundo' Público em culto na D-edge. Deslange Paiva/ g1 No universo evangélico, a fronteira entre o sagrado e o profano sempre foi bem definida. Essa distinção rígida entre “coisas de Deus” e “coisas do mundo” impulsionou a criação de versões religiosas para práticas culturais populares. Segundo o teólogo e pastor André Anéas, doutor pela PUC-SP, essa dinâmica tem levado ao movimento de “sacralização” de espaços classificados como profanos e incompatíveis com a fé cristã. “O ser humano quer se divertir, quer lidar bem com o seu corpo, quer ter corporeidade, quer ter lazer, quer ter show, quer ter cultura. [...] Só que, na cabeça do evangélico, ele só pode fazer aquilo que é sagrado. Daquilo que é profano, ele está fora”, diz Anéas. É dessa forma que surgem fenômenos como os blocos de carnaval gospel, baladas evangélicas e a bateria de samba Batucada Abençoada, da Igreja Bola de Neve. “Tenho que sacralizar as coisas para embalar numa embalagem evangélica ou gospel para se tornar mais atrativo — e esse pessoal sabe fazer isso muito bem”, observa o pastor. A expansão do número de evangélicos no Brasil também ampliou a demanda por produtos culturais e espaços de lazer que dialoguem com esse público. Para Anéas, a ocupação de espaços antes considerados “do mundo” responde a uma pressão geracional, com jovens buscando expressar sua fé de forma mais plural — ainda que dentro dos limites impostos pelas igrejas. “As igrejas estão absorvendo essas estratégias [de mercado] porque dá dinheiro. Então elas usam realmente estratégias de marketing e de comunicação para as pessoas poderem ter o melhor tipo de experiência dentro do ambiente eclesiástico. E os jovens, obviamente, têm também estratégias voltadas para eles.” Apesar da roupagem moderna e jovem, Anéas pontua que, do ponto de vista teológico, essas igrejas seguem sendo "bem fundamentalistas, bem radicais no pensamento, na maneira de pensar a fé." Ele também reitera que há uma perda dos valores primordiais do protestantismo. “O mundo evangélico é cada dia menos, senão nada, protestante. Porque no protestantismo, a rigor, você não tem sagrado e profano. Tudo é sacralizado”, conclui. Fé e folia: 1° bloco evangélico de SP aposta em samba para divulgar evangelho Igrejas de parede preta Para Nina, essa adesão em ambientes antes considerados "do mundo" é vista, principalmente, nas chamadas "igrejas de parede preta", como a Igreja Batista da Lagoinha. "A Lagoinha vem nessa toada de renovação das igrejas protestantes — que foram muito influenciadas por vertentes pentecostais. A Lagoinha surge na década de 60, uma igreja mais antiga, e vai adotando uma série de práticas que hoje a gente chama de 'parede preta'. Temos inúmeras igrejas que podem ser caracterizadas dentro desse novo movimento. A Lagoinha é uma delas — não todas as suas filiais ou unidades, mas boa parte, como a de Alphaville, de Niterói, algumas Lagoinhas bem expressivas e grandes, e como a do próprio André Valadão em Orlando", afirma a especialista em Estudos da Religião e professora da UFMG. A Lagoinha assume uma pegada mais "jovial", principalmente influenciada pela igreja australiana Hillsong. Segundo Nina, as igrejas com esse tom incorporaram práticas da Hillsong, sobretudo de louvor e adoração com apresentações musicais nos palcos, organização de eventos, shows, gravações de CDs, DVDs, corpos de bailarinos. Para chegar ao presente A especialista cita Christina Rocha, que estuda a Hillsong e deu o nome de "cristianismo descolado" às práticas da igreja, que se manifesta na estética, a presença nas redes sociais - principalmente dos pastores - e uma nova forma de lidar com doutrinas. O cristão perde as suas caricaturas e se mostram indistintos da cultura local, com uma forma mais livre de se vestir, se posicionar, pregando um igualitarismo, indistinção e, principalmente, a casualidade. "É uma maneira de se distinguir dentro do próprio grupo evangélico e religioso, o que marca uma aproximação com o estilo que Cristina chama de 'cosmopolitismo', essas tendências de se entender como cidadão do mundo. Isso não significa que se é menos religioso do que antes — e esse é um ponto importante a se marcar. Em vez de vermos uma resistência, uma forma de fugir ou negar o mundo, vemos um passo em direção à acomodação", afirma Nina. E esse passo em direção as práticas do mundo, além de ser vista como uma maneira de atrair o público jovem é também "permitir que esses jovens permaneçam, construam suas identidades, busquem grupos de apoio e vivam a experiência da juventude no contexto contemporâneo", segundo Nina. A busca pela juventude está funcionando. Segundo o IBGE, quando se olha por faixa etária, o percentual de evangélicos sobe entre os mais jovens. Entre os brasileiros de 10 a 14 anos, 31,6% se declaram evangélicos. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, são 28,9%. Infográfico - Religiões por faixa etária, segundo o Censo 2022. Arte/g1 Projeções anteriores realizadas pelo próprio IBGE apontavam que a quantidade de evangélicos poderia ultrapassar católicos a partir de 2032. No entanto, de acordo com o Censo 2022, o crescimento da religião ocorre de forma lenta. Em 12 anos, houve um crescimento de menos de seis pontos percentuais. No último Censo, em 2010, 21,6% dos brasileiros se declaravam evangélicos – o que mostra um aumento de 5,2 pontos percentuais. Em 1890, quando se começou a ter estatística sobre este grupo, apenas 1% da população se declarava evangélica. Descentralização religiosa Para Nina Rosas, esse movimento rumo ao "mundano" se dá principalmente pela descentralização da autoridade religiosa — diferentemente do que acontece no catolicismo. "A religião evangélica é extremamente heterogênea, não dá para levar em conta um determinado conjunto de igrejas e dizer que elas nos informam sobre o todo evangélico. Isso é impossível, claro que para todas as religiões a gente vai incorrer nisso, porque existe uma diversidade considerável." Ainda segundo a professora, é importante fazer um apanhado sobre a chegada dos grupos evangélicos para entender como a igreja se comporta atualmente. No século 19, foi a chegada dos protestantes - considerando o termo guarda-chuva - os primeiros evangélicos no país, que são oriundos Reforma Protestante, como presbiterianos, batistas, metodistas, episcopais, luteranos. Já no século 20, chega o pentecostalismo, que segundo a pesquisadora, representa pelo menos 60% dos evangélicos no Brasil. Quando se trata do pentecostalismo, segundo a especialista, o movimento teve três "ondas" no Brasil: Na primeira, chegaram as igrejas Assembleia de Deus e a Congregação Cristã do Brasil — que se mantêm conservadoras até os dias atuais. Na segunda, veio a "Igreja Quadrancular, por exemplo, com aquelas grandes tendas de circos de cura e os televangelistas na metade do século 20", afirma Nina. Já a terceira onda tem como uma das principais representantes a Igreja Universal do Reino de Deus. "No final dos anos 80 e começo dos 90 surgem igrejas como Universal, Renascer em Cristo e Internacional da Graça de Deus. Elas surgem com uma mudança radical doutrinal e de costumes. Então nos anos 90 tivemos o episódio do chute na santa, a maneira como a Universal ficou conhecida por fazer apelos aos fiéis para que fizessem grandes doações monetárias, e o modo que isso foi copiado por inúmeras outras igrejas", avalia Nina. Foi nessa terceira onda que ocorreram três fases importantes para a história do evangelho no Brasil: A Guerra Contra o Diabo, a Teologia da Prosperidade e a Liberação de Usos e Costumes. As duas últimas influenciaram mais as igrejas atuais. Na Teologia da Prosperidade, os fiéis foram incitados sobre buscar benefícios materiais ainda em vida, como uma espécie de "herança" por ser filho de Deus. O que contrasta com doutrinas anteriores, que prometiam recompensas no Céu. Os fiéis são ensinados que têm direito de usufruir dessas bênçãos aqui e agora, e essa herança pode ser o bem-estar físico, emocional, espiritual e financeiro no presente; A Liberação dos Usos e Costumes fala sobre a mudança estética entre os evangélicos de terceira onda. Eles abandonaram estereótipos religiosos anteriores, como levar a Bíblia debaixo do braço, não cortar o cabelo, não usar maquiagem ou usar saias longas e roupas recatadas. Com essas mudanças, começa a ocorrer uma indistinção estética entre evangélicos e pessoas de fora da religião. Essa mudança acompanha a Teologia da Prosperidade e representa a ruptura com o recato dos pentecostais anteriores. Fonte: G1


wilson Ultramaratonista brasileiro inicia segunda volta ao mundo e passa por 22 países: 'Resiliência humana'
Alexandre Sartorato é o primeiro homem a dar a volta ao mundo correndo. Depois da primeira experiência em 2007, ele quer repetir o feito e já passou por 22 países. Homem de Cubatão (SP) dá sua 2ª volta ao mundo Arquivo pessoal/Alexandre Sartorato O ultramaratonista Alexandre Sartorado foi o primeiro homem a dar a volta ao mundo correndo. O atleta brasileiro, que não quis se acomodar com apenas uma volta, iniciou a segunda 18 anos depois, saindo das Pirâmides de Gizé, no Egito, e passando por 22 países até agora. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Na segunda volta ao mundo, iniciada em 31 de março, Sartorato já cruzou Egito, Grécia, Albânia, Macedônia, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Itália, Vaticano, San Marino, Áustria, Liechtenstein, Suíça, Alemanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Inglaterra e, por fim, País de Gales, no Reino Unido, onde encerrou o trecho europeu no último sábado (31). “É mais uma marca histórica na resistência humana. Foram 22 países desde que saí do Egito. Ninguém fez isso em tão pouco tempo. É realmente algo sem precedentes”, comemorou Sartorato. Na última segunda-feira (2), ele desembarcou no Aeroporto de Guarulhos e começou a correr até a Baixada Santista, passando por Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe. Em seguida, o atleta foi em direção ao Vale do Ribeira, onde parou para descansar em Jacupiranga na última sexta-feira (6). Após a passagem pela região ele seguirá para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, saindo do Brasil rumo ao Uruguai, Argentina e Chile. Desafio extremo A façanha exige um esforço físico e mental quase sobre-humano. Sartorado percorre, diariamente, a distância de uma ultramaratona - ou seja, um trajeto maior do que 42,195 km - em diversos tipos de terreno, clima e relevo. Mesmo com o suporte de uma equipe, muitas vezes ele precisa seguir sozinho por trilhas e caminhos alternativos. “Na Europa é proibido correr em autoestradas, então fui obrigado a desviar por trilhas locais e estradas secundárias, o que aumenta ainda mais a dificuldade. A equipe nem sempre consegue me acompanhar”, explicou. “Corro, ando e até rastejo se for preciso. O importante é não parar”. Alexandre Sartorado encontra diversos desafios durante o caminho Bob Nakabayashi A jornada impõe um desgaste físico acentuado. Já foram consumidos mais de 600 litros de água, 200 litros de refrigerante, doze pares de tênis, dezoito pares de meias, e mais de dez bolhas em cada pé. “No pé direito, desenvolvi uma microlesão por repetição de movimento, mas sigo firme. A mente já está preparada para enfrentar qualquer desafio”, relatou. Além de feridas entre as nádegas e nos calcanhares, Sartorado já chegou a apertar pedras pontiagudas com as mãos para “enganar” o cérebro e tentar amenizar a dor nas pernas. “Na Bélgica, um biker de apoio viu a cena. Eu estava com tanta dor que a pedra estava furando minha mão, e mesmo assim eu continuava sentindo as dores das feridas”. Primeira volta ao mundo A primeira experiência aconteceu em 2007, mas Sartorado garantiu que continua forte para o novo desafio. “Provavelmente eu sou o ser humano mais resistente da história. Eu sempre gostei de ajudar os outros, e sei que faço isso melhor quando estou correndo. O que eu faço é impactante, porque ninguém no planeta é capaz de fazer", disse. Além da superação física, a segunda jornada tem como objetivo apoiar causas sociais como o combate à fome, miséria, racismo e pobreza. “Iniciei essa volta ao mundo para reafirmar que sou um dos homens mais resistentes da história, e usar isso para apoiar essas causas. Tive uma infância muito pobre. Vi inúmeras vezes minha mãe, que até hoje é meu maior exemplo, deixar de comer para que eu e meu irmão pudéssemos comer.” Origem Sartorato nasceu em Cubatão (SP) e vive atualmente no bairro Vale Verde — mesma região onde sua mãe nasceu, em 1939. A cidade ganhou destaque mundial nos anos 1980 por ser considerada pela ONU como uma das mais poluídas do mundo, apelidada de “Vale da Morte”. “Eu nasci em Cubatão na época do auge do Vale da Morte, na década de 70. Eu respiro esse lugar até hoje, é parte da minha história. E eu entendo que o que eu tenho é um dom de Deus, uma missão”, declarou. Planejamento O planejamento logístico é minucioso. Nos últimos cinco anos, ele realizou simulações e treinamentos específicos, como corridas na Serra Catarinense, Cordilheira dos Andes, calor extremo do Egito e frio de Urupema (SC). Em 2022, correu 850 km em uma semana na esteira, em prol da Aldeias Infantis SOS — mesma ONG que apoiou sua primeira volta ao mundo. Resistência mental Mesmo com feridas, bolhas e clima adverso — de 45ºC no Egito a -8ºC nos Alpes suíços, sob chuva de granizo — Sartorato não para. A maior motivação, segundo ele, vem de dentro. “O foco é total. Nunca usei fone de ouvido. Sempre atento ao que está ao meu redor. Porque o que vai me permitir completar essa volta ao mundo é chegar vivo ao Egito.” Como mensagem, Sartorado incentivou as pessoas a acreditarem nos próprios sonhos. “Acredito que, se podemos sonhar com algo, podemos fazer. Deus não teria me dado essa missão se não fosse pra eu segui-la. Treinei cinco anos, todos os dias, das 4h30 às 8h30 e das 18h30 às 2h30. Quando não estava treinando, fazia desafios simulados correndo 12 a 18 horas por dia", finalizou. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos Fonte: G1


wilson o que vcs acham dessa onda de relançamentos no cinema?
'Paris, Texas' é mais um filme a ganhar um relançamento nos cinemas. Só neste ano tivemos "Star Wars", "Mulholland Drive", "Interestelar" e "Se7en"; e ainda vamos ter "Tubarão". Vocês acham is...


wilson É engraçado como nosso elenco é considerado extremamente forte por 99% dos gringos.
Veja mais acessando o Link


wilson Prefeitura apresenta a Divisão de Elite da Guarda Municipal – Força Municipal
Veja mais acessando o Link Fonte original: https://prefeitura.rio/forca-municipal/prefeitura-apresenta-a-divisao-de-elite-da-guarda-municipal-forca-municipal/