
r011 Xand Avião exalta forró, repagina o gênero com toque pop e reforça legado nordestino em Campina Grande: ‘maior artista do São João é o forró’
No São João 2025 de Campina Grande, Xand Avião entregou um show repaginado do forró com toque pop e releituras de clássicos do gênero; Léo Foguete estreou no evento com apresentação marcada por emoção e surpresas no palco. Xand Avião no São João 2025 de Campina Grande Natasha Leoni/Arte Produções Quase duas horas de show, repertório repaginado, homenagem aos mestres do forró e carinho com o público de Campina Grande. Foi assim que Xand Avião comandou a madrugada deste domingo (8), no Parque do Povo, no São João 2025 de Campina Grande, com o espetáculo da turnê “O Forró é Pop”. A apresentação começou pouco depois da 1h da manhã e misturou tradição, inovação e sentimentos, uma assinatura já esperada por quem acompanha o artista. O início do show foi marcado por uma reverência a Luiz Gonzaga. Ao som de “A vida do viajante”, de Luiz Gonzaga, a cenografia projetada no telão e a presença de dançarinos caracterizados como cangaceiros deram o tom da homenagem. Logo em seguida, Xand deixou claro o espírito da apresentação: “Quero lembrar que o maior artista do São João é o forró, não é ninguém”, disse, antes de cantar “Eu só quero um xodó”, clássico de Dominguinhos. Confira a programação do São João 2025 de Campina Grande Saiba tudo sobre as festas juninas na Paraíba São João 2025 na Rede Paraíba: cobertura tem programas, jornais e vários conteúdos especiais O repertório seguiu valorizando a história do forró, com músicas de Luiz Gonzaga e outros ícones da música nordestina. Em um dos momentos mais marcantes da noite, Xand fez referência à apresentação do ano passado e destacou a conexão com o público. Xand Avião no São João 2025 de Campina Grande Natasha Leoni/Arte Produções Xand iniciou o show com um figurino caracterizado e dedicado ao show em Campina Grande. Nas redes sociais, o cantor já havia adiantado que preparava um figurino exclusivo para cada uma das 34 apresentações da turnê no mês de junho. Para a noite em Campina Grande, ele escolheu um figurino inspirado na sua relação com a cidade e produzido por um estilista de Campina Grande, assinado pelo estilista Roosevelt Fernandes. A proposta reforça o conceito do projeto: um forró com estética contemporânea, sem perder a essência. “Foram 34 figurinos [provados por ele para a maratona em junho], é muito figurino, e assim, o escolhido para cá, lógico, tinha que ser o que o Roosevelt fez, é um cara aqui de Campina Grande. Que gibão lindo que esse cara fez”, explicou Xand. A turnê, que vem rodando o Nordeste, eterniza momentos marcantes para Xand, como o arrastão feito na última edição do São João de Campina Grande, cena que virou símbolo da sintonia do artista com o público paraibano. A apresentação dele no evento em 2024, inclusive, foi eleita pelo público como o melhor show da edição em enquete promovida pelo g1. “Que responsabilidade subir nesse palco depois do que a gente fez no ano passado. A gente ganhou, por causa de vocês [público], uma enquete do g1 e a gente ganhou o melhor show do São João [de 2024 em Campina Grande], mas quem ganhou não fui eu, foi o forró”, disse Xand. Show de Xand Avião é eleito o melhor do São João 2024 de Campina Grande Xand Avião no São João 2025 de Campina Grande Natasha Leoni/Arte Produções Apresentando a turnê “O Forró é Pop”, Xand Avião misturou, em Campina Grande, o tradicional e o moderno, trazendo um repertório atualizado, balé próprio e coreografias que traduzem a identidade dessa nova fase da carreira. Entre as faixas que compõem “O Forró é Pop”, Xand trouxe sucessos como “Razões”, da banda Mastruz com Leite, “Me Usa”, da banda Magníficos, e “Passos na Areia”, da Cavalo de Pau, todas com arranjos renovados. Um dos pontos altos da noite foi a representação visual criada no palco: bailarinos voltaram à cena como cangaceiros, agora em uma estrada do Nordeste, ao som da sanfona, mas com uma pegada pop. Nesse momento, Xand e os dançarinos exaltaram a importância da sanfona na identidade do forró. Na reta final do show, o cantor mergulhou no próprio repertório e relembrou hits da época em que fazia parte da banda Aviões do Forró, como “Já tomei porres por você”, “Quem é o gostosão daqui?” e “Comendo água”. Cerca de 50 minutos antes do fim da apresentação, ele convidou ao palco Samara Souto, vocalista da banda Magníficos, para cantar a música “Me Usa”. A banda Magníficos não está na programação do São João 2025 de Campina Grande no Parque do Povo. Já nos minutos finais, Xand fez um momento solo com triângulo, se colocando como integrante de um trio de forró enquanto interpretava canções mais intimistas. O encerramento foi animado, com hits dançantes, e uma declaração que emocionou o público: “Se vai ser o melhor show do São João eu não sei, mas o melhor show da minha vida foi aqui!”, disse no fim da apresentação. O show terminou às 3h da madrugada, deixando o público com a certeza de que, mais uma vez, o forró foi protagonista em Campina Grande. ✅Veja todas as notícias sobre o São João na Paraíba através do canal do g1 PB Xand Avião no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Antes de iniciar o show, em entrevista à Rede Paraíba de Comunicação, Xand comentou sobre a união entre os artistas de forró para o fortalecimento do gênero musical e unidade da comunidade forrozeira. “Quanto mais a gente estiver junto, mais o forró ganha. A gente antigamente tinha aquelas rixas, e quem mais faziam as rixas eram os fãs, mas tinha uma rixazinha, não vou mentir não. Era até bom naquele tempo, mas já passou, a gente tá ficando velho. Quanto mais a gente se unir, só quem ganha é o ritmo, e a gente tem que mostrar que o nosso forró tem qualidade como qualquer música do Brasil. Sou lutador do forró, sou nordestino, e espero que esse ritmo cresça e ganhe o mundo”, finalizou Xand. Léo Foguete chora no palco e canta em motocicleta em estreia no Parque do Povo Léo Foguete no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Estreando no palco principal do Parque do Povo, no São João de Campina Grande, Léo Foguete entregou um dos shows mais esperados desta edição do evento. Natural de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o cantor trouxe ao público uma apresentação intensa e marcada por emoção, mistura de ritmos e o embalo do forró romântico que o projetou nacionalmente. Hits como “Última Noite”, “Cópia Proibida” e “Dona”, esta última em parceria com Luan Santana, animaram os milhares de forrozeiros que lotaram a arena de shows. A apresentação começou por volta das 23h com um vídeo exibido no telão contando um pouco da trajetória de Léo, seguido pela canção “Última Noite”, música que se tornou um divisor de águas na carreira do artista e que já ultrapassa 137 milhões de visualizações no YouTube. Em seguida, ele emendou com “Cópia Proibida” e “Barulho do Foguete”. Logo após essa sequência de músicas iniciais do show, Léo compartilhou com o público sua trajetória de vida até chegar na apresentação do Parque do Povo. “Um pouco mais de um ano atrás, eu era ajudante de pedreiro, ajudava meu pai, eu era porteiro, era tudo e mais um pouco. Eu tenho muito orgulho de onde eu vim”. Após homenagear o pai, Léo se emocionou no palco: “Eu tinha um sonho de vencer na vida, e eu sempre sonhei em estar aqui hoje. Eu até brincava com o pai, dizendo: ‘o peso do microfone é mais leve que o da marreta’. E hoje eu tô aqui realizando um sonho”, disse, Léo Foguete, emocionado e, por vezes, chorando. Léo Foguete no São João 2025 de Campina Grande Erickson Nogueira/g1 Antes da apresentação, o cantor conversou com o g1 sobre a emoção de se apresentar pela primeira vez no Maior São João do Mundo. “É um sonho realizado em estar aqui, eu tô muito feliz e preparei um show muito especial para tocar aqui em Campina Grande. É uma loucura, porque saber que tem milhares de pessoas consumindo nossas músicas. ‘Última Noite’ tem mais de 100 milhões de visualizações, ‘Cópia Proibida’ bateu top 1 nas plataformas digitais, e eu fico muito feliz, um sonho realizado. 100 milhões de pessoas eu não consigo nem enxergar. Meu Deus, não cai a ficha”, completou. O clima no Parque do Povo variava entre emoção e energia. Ao cantar “Caso Indefinido”, Léo desceu do palco e foi em direção ao público, atravessando o corredor central enquanto o DJ fazia uma base eletrônica. A atmosfera se transformou em algo próximo a uma balada, e por instantes o show assumiu um ritmo mais voltado ao pop eletrônico. De volta ao palco, uma motocicleta Harley-Davidson surgiu como surpresa no centro do cenário. Léo subiu na moto e, ao estilo dos grandes festivais, tocou uma guitarra que disparava fogos de artifício, reforçando ainda mais o tom performático da apresentação naquele momento. O show fugiu do forró tradicional, ou até romântico como se iniciou, e deu um ar de espetáculo de rock, o que fez lembrar um clima digno de festival, como o Rock in Rio. Ainda durante o show, Léo recebeu uma homenagem simbólica: uma placa comemorativa por alcançar a marca de 1 bilhão de execuções nas plataformas digitais. Léo Foguete mostrou que chegou com força ao São João de Campina Grande, abrindo o caminho para se tornar um nome com presença frequente no circuito junino da cidade. Além de Léo Foguete, se apresentaram no Parque do Povo, neste sábado, os artistas Gegê Bismarck e Karkará. Agenda Neste domingo (8), no São João 2025 de Campina Grande sobem ao palco principal os cantores Natanzinho Lima, Taty Girl, Santanna e Forró Pegado. Os shows têm início às 19h e seguem até as 3h da madrugada. Além do palco principal, o Parque do Povo também contará com apresentações de artistas locais e grupos de forró nas quatro Ilhas, nos dois Coretos e no Palco Cultural, cujas atrações começam a partir das 18h. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba Fonte: G1


camila.almeida Fruticultura, cura e ancestralidade: liderança do Xingu vence depressão e transforma legado do avô no primeiro chocolate indígena da região
Katyana Xipaya, líder de comunidade no médio Xingu, encontrou nas técnicas do próprio povo a oportunidade de empreender e de se dar uma nova chance para seguir em frente após a morte do avô, amigo e conselheiro. Liderança vence depressão e transforma legado do avô no 1º chocolate indígena da região Como encontrar na própria história sentido para seguir em frente? Foi desta pergunta o ponto de partida para a liderança indígena Katyana Xipaya, de 38 anos, da comunidade Jericoá 2, no médio rio Xingu, sudoeste do Pará, transformar o legado do avô com o cacau e outras frutas da floresta em novas oportunidades de negócio que a levaram a vencer a depressão após a morte do patriarca. 🍫 Com o cacau cuidado e comercializado pelo avô há décadas, vendido bruto, sem qualquer tipo de beneficiamento, a Xipaya foi além e fez das sementes da fruta a origem do primeiro chocolate indígena da região. 🍍 Na técnica ancestral dos povos indígenas da desidratação de alimentos, o qual Katyana aprendeu com o avô e que a comunidade usava apenas para consumo próprio, a líder encontrou a chance de gerar renda às famílias a partir das frutas cultivadas no território, como a banana, a pitaia, o abacaxi e o limão. Ressignificando o luto e enfrentando a depressão Katyana Xipaya e o avô, Miguel Xipaya. Arquivo pessoal Miguel Xipaya, o avô de Katyana, era o líder e representante da Jericoá 2, formada por 20 pessoas em quatro famílias e que está localizada na chamada "volta grande do Xingu", área da construção da usina de Belo Monte. Para Katyana, além de defensor do território e parte da família, o avô era o melhor amigo e conselheiro. Aos 90 anos, em 2017, Miguel morreu por complicações na saúde e mesmo tendo preparado a neta para ser sua sucessora no cuidado das famílias locais e da plantação de cacau da comunidade, sustento dos moradores, Katyana sofreu com o luto por três anos e foi diagnosticada com depressão. "Ele me mostrava o que era para fazer; como plantava, selecionava, tirava e quebrava o cacau. Ele foi me deixando com essas responsabilidades. Eu nasci e me criei nessa mata, então não tinha medo. Eu fiquei mesmo foi pensando no que estava acontecendo, que ele estava me deixando à frente tudo. Então, ele adoeceu e de repente faleceu. Acabou meu chão", relembrou Katyana em entrevista ao g1. Na época, a indígena precisou assumir a liderança da comunidade ao passo que lutava diariamente para conseguir fazer as tarefas da rotina. Até mesmo levantar da cama era um desafio. "Entrei em depressão, fiquei três anos lutando. Quando chegava alguém para trabalhar, eu não queria receber, eu me escondia [...] Eu queria ir ao túmulo do meu avô, que está enterrado na nossa terra e ficar lá com ele." A indígena iniciou o tratamento da doença com acompanhamento psiquiátrico, mas foi na ancestralidade que ela encontrou a força e a missão da própria vida para ressignificar o futuro. "Para mim ele (o avô) foi a inspiração de tudo. Eu falei: 'a partir de hoje, a cura está em mim. Eu vou. É tudo ou nada' . Fui trabalhando dia e noite, porque eu precisava ocupar minha cabeça. Era meu refúgio", contou Katyana. Nesta caminhada, a Xipaya contou especialmente com a ajuda da mãe, da companheira e do filho, Sayd Xipaya, que estuda agronomia na Universidade Federal do Pará (UFPA) para seguir na atividade e aliar outros conhecimentos à sabedoria da etnia e da agricultura familiar. ☀️ Katyana explicou que, por conta do calor, a etapa da colheita costuma ocorrer a partir da metade da tarde até o início da noite. Na época em que enfrentava a depressão, ela entrava na roça às 16h e saia por volta das 23h, sem contar a parte do dia em que fazia outros processos. Katyana e o filho Sayd Xipaya, de 19 anos. Arquivo pessoal "Coitado dos meus que tinham que ir comigo. Mas eles iam. Todo mundo junto. Nós trabalhávamos muito, muito, muito", falou em meio a risadas, relembrando os momentos com a família e comunidade. 🌳 A relação com a cultura agrícola, principalmente a cacaueira, é natural na localidade. É o que explicou a pró-reitora e professora de fruticultura a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Antônia Bronze. A pesquisadora destacou a região da Transamazônica, que engloba o médio Xingu, como o maior destaque na contribuição ao Pará enquanto maior produtor de cacau do Brasil. 👩🏽🌾 Na Jericoá 2, o sistema de cultivo das frutas é agroflorestal, o que, segundo a professora, enriquece ainda mais o solo e o produto final. "Sistemas biodiversos melhoram a qualidade do solo, reduzem o uso de fertilizantes, promovem a ciclagem de nutrientes, aumento da matéria orgânica, controle de pragas e doenças e contribui para a umidade do solo e sobrevivência do cultivo", detalhou. Katyana explicou que o cacau em sua cor dourada é o que dá origem ao chocolate fino. Hélder Lana / Divulgação Saberes ancestrais viram negócio: da desidratação ao primeiro chocolate indígena do Xingu "Em 2019 fomos reconhecidos como indígenas ribeirinhos impactados (pela construção da usina) e começamos a ser atendidos e a ter assistência da empresa, por meio do projeto Belo Monte Empreende. A gente foi vendo o que mais a comunidade tinha e o que desejávamos ser trabalhado para ter uma renda melhor", explicou a Xipaya. Desde então, a comunidade contou com o apoio de instrutores e mentores especializados na construção de negócios sustentáveis por meio da parceria entre a iniciativa e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA). Frutas desidratadas pela comunidade. O limão vira ingrediente para drinks e chás, e a banana, chips. Capim-santo cultivado na Jericoá 2 também é comercializado. Juliana Bessa / g1 A partir das novas oportunidades, uma técnica conhecida, praticada pelo povo indígena e já tão comum no dia a dia da comunidade despertou o potencial de gerar faturamento às famílias da Jericoá 2: a desidratação de frutas cultivadas na Amazônia, como a banana, o limão e a pitaia. "Evita o desperdício [...]. É um processo que fazemos há muitos anos, vem dos nossos antepassados. Fazemos com a carne, com o peixe e com o ovo. É um produto indígena, algo que também poderia realmente dar visibilidade para a comunidade", ressaltou Katyana. A ideia saiu do papel e ganhou vida por meio da parceria feita com Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans), que, há dois anos, também acolheu o cacau da Jericoá 2. Assim, a fruta, que era vendida sem qualquer tipo de beneficiamento, passou a representar, também, o ponto de partida para novos produtos, como as amêndoas cristalizadas, o néctar e o chocolate fino. "A gente vai ter agora um chocolate indígena, um produto indígena, chocolate", relembrou o que pensou a liderança Xipaya ao entender que a memória do avô e do próprio povo ganhava novas formas e horizontes, com uma produção que segue técnicas tradicionais e respeita a floresta. "Foi daí que surgiu a Sídjä Wahiü, em 2023. Na nossa língua xipaia-kuruaya, ‘Sídjä' significa 'mulheres' e 'Wahiü', 'guerreiras'. Trazemos o fortalecimento da mulher. Não só da mulher indígena, mas da mulher na sociedade. Não é só uma marca, é um legado", destacou Katyana. “Fornecemos nossas amêndoas e nossas frutas. É o primeiro chocolate indígena da região". Depois de anos de tratamento e luta contra a depressão, a indígena disse que está curada e muito bem na nova fase da vida. Na Jericoá 2, o cacau se tornou o ponto de partida para novas formas de geração de renda. Da fruta vem o chocolate fino Sidjä Wahiü e o néctar, também conhecido como "mel do cacau". Katyana Xipaya segura ambos. Juliana Bessa / g1 📉 Como empreendedora, a líder busca se profissionalizar cada vez mais no assunto. "O Sebrae também tem contato com a gente e nos convida para alguns cursos". Uma das capacitações ocorreu na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), na sede de Altamira, a um hora da comunidade. "Foi um dia de saberes, de conexão, em que a gente pôde entender mais sobre o universo de empreender", contou a líder. Katyana fez questão de explicar que a inspiração para o logo da Sídjä Wahiü veio de uma figura rupestre encontrada próxima a uma cachoeira da região, que lembra o sol. "Só tem o rostinho lá, um solzinho. Ele fica seis meses embaixo d'água e outros seis meses, do 'verãozão', no 'solzão'. [...] O sol, para nós indígenas, é tudo". Ao redor do lado direito, um cocar, que representa o povo Xipaya. "E as voltinhas (por trás do sol) são as margens do Xingu", explicou a líder Xipaya. 🍫 O chocolate fino da Sídjä Wahiü, com 72% de cacau e 15% de frutas secas, como pitaia, abacaxi e banana — também cultivadas na comunidade —, sem glúten e sem lactose, é a materialização da junção de técnicas ancestrais aprendidas com o avô Miguel e que se tornou exemplo e referência para outras comunidades do médio Xingu. Chocolate fino da Sidjä Wahiü tem frutas desidratadas e origem no cacau da comunidade de Katyana. Juliana Bessa / g1 🫱🏼🫲🏽 "Da Sídjä Wahiü surgiu a Iawá e, ano passado, mais três. Hoje são cinco chocolates indígenas, abrangendo outras comunidades ribeirinhas e aldeias com mais de 100 famílias. As vezes eles querem uma oficina, uma conversa, querem saber como a gente pode contribuir com os demais parentes e eu fico muito feliz." Katyana comercializa os produtos do empreendimento por encomenda e em eventos, feiras regionais e nacionais e lojas da CacauWay, negócio de impacto social que reúne os produtos da Coopatrans. "O chocolate que estou produzindo é de alta qualidade e quero levar a cultura indígena, as riquezas da Amazônia e a força da natureza para lugares que nem imagino”, pontuou. Pequeno expositor que fica na casa de Katyana com alguns dos produtos da Sidjä Wahiü. Juliana Bessa / g1 Estufa de cacau na Jericoá 2, onde as sementes passam pela secagem. Este é o terceiro passo do beneficiamento das sementes, que começa com a retirada dos frutos ao armazenamento. O processo todo, de acordo com Katyana, leva, em média, 15 dias. Juliana Bessa / g1 Cartilha mostra os cinco chocolates indígenas da volta grande do Xingu, criados a partir das contrapartidas que a concessionária de Belo Monte realiza na região por conta dos impactos socioambientais. Na foto, duas das marcas: Sidjä Wahiü e Karaum Paru. Mapa ao lado também mostra onde a Jericoá e as outras comunidades estão localizadas. Juliana Bessa / g1 Néctar do cacau deve ser consumido dentro de 12 horas, porque depois pode ganhar alto teor alcoólico por conta do processo natural de fermentação da bebida, segundo a Xipaya. Juliana Bessa / g1 VÍDEOS com as principais notícias do Pará Confira outras notícias do estado no g1 Pará. Fonte: G1

r011 Ultrassom em água morna e alimentação constante: como é o pré-natal de serpentes grávidas no Instituto Butantan, em SP
Em laboratório, esses animais contribuem tanto na produção de soro antiofídico quanto em estudos sobre toxinas. Análise de imagens de ultrassom realizado em serpente Renato Rordigues/Comunicação Butantan Referência em pesquisas com serpentes, o Instituto Butantan, na Zona Oeste de São Paulo, recebe exemplares do réptil vindos de diversas partes do país — sejam resgatados em operações contra o tráfico ilegal de animais, capturados em áreas residenciais ou envolvidos em acidentes com humanos. Em laboratório, esses seres contribuem tanto na produção de soro antiofídico quanto no desenvolvimento de estudos sobre toxinas. No caso das fêmeas, a chegada requer uma atenção especial: é preciso verificar se elas estão "grávidas", carregando o que podem ser dezenas de embriões. 🐍 Teste de gravidez Segundo especialistas do Butantan, o nascimento de serpentes costuma ocorrer em épocas mais quentes. Por isso, todas as fêmeas que chegam ao instituto entre a primavera e o verão passam por um ultrassom. 🔍 Para o aparelho deslizar melhor pelas escamas das fêmeas, elas ficam com parte do corpo mergulhado em água morna. Quatro profissionais participam do exame: um tecnologista, responsável pela contenção dos animais; um pesquisador e um médico veterinário, que atuam em conjunto nas medições e avaliações; e um auxiliar, que preenche as fichas com o histórico de cada serpente. Primeiro, os especialistas buscam a posição da vesícula biliar. É abaixo desse órgão que fica o sistema reprodutivo das serpentes; Em seguida, eles medem o depósito de gordura ao redor dos órgãos reprodutivos, isso servirá de alimento para os possíveis embriões poderem se desenvolver; Depois, observam o estágio de cada folículo. Cada um deles dá origem a um óvulo, que pode se transformar num filhote ou ovo, se for fecundado; No caso das espécies vivíparas, aquelas em que os filhotes se desenvolvem no interior do corpo das mães (como jararacas e cascavéis), quando os especialistas identificam a presença de embriões, eles analisam os batimentos cardíacos, o desenvolvimento da coluna vertebral e o tamanho dos filhotes para saber se o crescimento está ocorrendo da forma adequada. Já com as ovíparas, aquelas em que os filhotes se desenvolvem fora do corpo das mães, em ovos (a exemplo da falsa-coral), é preciso esperar que os ovos sejam postos para analisar se eles foram fecundados e se há embriões em desenvolvimento. Para isso, os profissionais encostam lanternas nas cascas. A luz permite que se identifique a presença de vasos sanguíneos e, depois, acompanhem o crescimento dos filhotes. Exame de ultrassom sendo conduzido em água morna Renato Rordigues/Comunicação Butantan Foi assim que, na primavera de 2024, a equipe do laboratório de Herpetologia do Butantan conseguiu confirmar a gravidez de cinco fêmeas: Uma jararaca-pintada (Bothrops neuwiedi) ➡ enviada pelo Departamento de Águas e Esgoto de Ouro Preto, em Minas Gerais, ela carregava dez embriões; Duas cascavéis (Crotalus durissus) ➡ uma enviada por um morador de Pinhalzinho, no interior de São Paulo, e outra pelo Departamento de Águas e Esgoto de Ouro Preto, em Minas — cada uma com seis filhotes; Duas urutu-da-serra (Bothrops fonsecai) ➡ ambas enviadas por moradores de Campos do Jordão, em São Paulo — uma com dez e outra com 11 embriões. De acordo com a pesquisadora Kathleen Fernandes Grego, esses animais, assim como seus filhotes, não poderiam ser soltos na natureza numa área diferente da que foram encontrados, por questões de segurança sanitária. “Para soltarmos serpentes de biotério [laboratório] na natureza, vários exames clínicos e laboratoriais devem ser realizados para verificar se possuem vírus, parasitas, etc, para não prejudicar as serpentes nativas”, explica. Por isso, os répteis passam a integrar a criação do laboratório do Butantan. 🐍 Rotina do pré-natal As fêmeas peçonhentas que estiverem grávidas ou sob suspeita de gravidez deixam de participar do processo de extração de veneno, utilizado na produção de soro, para reduzir a exposição a fatores de estresse. Além disso, elas passam a ter uma rotina de exames, que inclui coletas de sangue e ultrassons para acompanhar o desenvolvimento dos filhotes/ovos e a saúde das mães. Ao longo da gestação, cuja duração pode variar conforme a espécie, as serpentes realizam cerca de uma ultrassonografia por mês. Extração de sangue da veia caudal de uma serpente Renato Rordigues/Comunicação Butantan Para acompanhar os diferentes estágios da gestação, os veterinários extraem sangue da veia caudal do animal. "Sabemos que, por conta da formação dos folículos e do próprio desenvolvimento dos filhotes, as fêmeas podem apresentar uma maior concentração de cálcio e colesterol no organismo", exemplifica a veterinária Luciana Carla Rameh. 🔍 Na natureza, serpentes grávidas tendem a ficar longos períodos sem se alimentar para evitar o risco de predação. Já no laboratório, elas seguem recebendo comida normalmente durante toda a gravidez. 🐍 Parto e independência Para as vivíparas, os exames de imagem também auxiliam na previsão do nascimento dos filhotes, cujo número pode variar entre algumas unidades e dezenas, a depender da espécie. "Na maioria das vezes, as fêmeas entram em trabalho de parto durante a madrugada, e o tempo até o nascimento depende da quantidade de filhotes que cada uma carrega", diz Kathleen. Segundo a pesquisadora, nos primeiros 15 dias de vida, os filhotes tendem a ficar mais quietos, uma vez que nascem alimentados pelo vitelo (reserva de nutrientes para os embriões) e não sentem necessidade de sair em busca de comida. Após esse período, os filhotes já têm potencial de envenenamento, e podem comer normalmente. No caso das serpentes que nascem dentro do laboratório, elas são mantidas numa espécie de "berçário" até os três anos de vida. Somente depois são incluídas nas rotinas de extração de veneno. Fonte: G1


linnpy Descontos ilegais no INSS: Correios atendem a mais de 300 mil aposentados e pensionistas; veja locais
Incrível a peculiaridade da nossa burocracia. Quando foi pra retirar o dinheiro das contas dos velhinhos nem precisaram de consulta, autorização ou assinaturas, já quando é para o velhinho fur... Fonte original: https://istoedinheiro.com.br/fraude-no-inss-correios-atendem-mais-300-mil-aposentados-pensionistas


webradio016 O que se sabe sobre morte de adolescente achado com sinais de tortura após pegar celular em loja no interior de SP
Corpo de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi encontrado em rio próximo a Pontal no último sábado (6), uma semana após desaparecimento. Quatro pessoas estão presas por suspeita do crime. Corpo de adolescente agredido após pegar celular é achado no Rio Pardo em Pontal, SP A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, em Pontal (SP), a 40 quilômetros de Ribeirão Preto (SP). Ele desapareceu no último domingo (1) após ser levado de casa em uma caminhonete por pelo menos três homens. O corpo do adolescente foi achado na manhã deste sábado (7), às margens do Rio Pardo entre Pontal e o distrito de Cândia. Segundo um primo, ele tinha sinais de tortura. O caso gerou comoção na cidade e protestos. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Até o momento, quatro homens suspeitos do crime foram presos temporariamente por ordem da Justiça. A Polícia Civil cogita que Alex tenha sido morto por causa de um celular. Segundo a investigação, na madrugada do desaparecimento, o garoto, que não tinha celular, encontrou um telefone em um depósito de bebidas e o levou para casa. A principal hipótese da polícia é que ele tenha sido alvo de uma retaliação do dono do aparelho. Sequestro, cárcere privado, tortura e homicídio estão entre os crimes investigados pela polícia. Nesta matéria, o g1 mostra o que sabe sobre o caso. Alex Gabriel dos Santos, de 16 anos, foi morto em Pontal, SP Arquivo pessoal 1.Como Alex desapareceu Segundo a irmã de Alex, na madrugada de domingo, o jovem foi até um depósito de bebidas perto da casa dele. Ao voltar, o adolescente disse que tinha encontrado um celular. Kemily Pereira Rocha disse que ele estava feliz porque não tinha um telefone. Ela foi dormir e, pela manhã, não encontrou o irmão, mas pensou que ele tivesse ido à feira, como de costume. Os pais deles voltaram de viagem e estranharam a ausência do filho, que também não fez contato. Segundo a trabalhadora rural Evilene Pereira dos Santos, mãe de Alex, um vizinho contou à polícia que viu quando uma caminhonete parou na porta da casa na madrugada. Segundo a testemunha, o garoto foi agredido logo ao sair da residência e colocado à força no veículo. “Ele [Alex] foi no depósito durante a madrugada, viu o celular em cima do balcão, pegou o celular, pôs no bolso. O dono do celular voltou no depósito lá e pediu o celular, aí a moça [funcionária] disse que sabia com quem estava. E nisso ela trouxe esse rapaz aqui na minha casa e chamou meu filho. Quando meu filho saiu, ele já bateu no meu filho, já jogou no carro. Foi o que passaram para mim”, disse Evilene. A mãe foi à polícia e registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento. Caminhonete usada para transportar Alex até o galpão onde foi agredido em Pontal, SP Reprodução/Câmeras de segurança 2.Como a polícia chegou aos suspeitos Com ajuda de depoimentos e de imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil identificou o veículo envolvido no sumiço do jovem. De acordo com o delegado Cláudio Messias Alves, quatro pessoas foram levadas à delegacia para prestar depoimento na terça-feira (3), sendo que uma delas confessou que o adolescente foi levado a um galpão e fortemente agredido. Ele também teria sido torturado. Após serem ouvidos, os suspeitos foram liberados. “O fato é que ele foi agredido lá e, segundo o dono da caminhonete, dono do celular, após alguns minutos de agressões contra o adolescente, ele teria levado ele [Alex] e deixado numa estrada de terra próximo a uma mata perto do distrito de Cândia”, disse. Policiais e a família do jovem estiveram no local, mas ele não foi encontrado. A caminhonete foi apreendida. O galpão para onde Alex foi levado passou por perícia, e o celular foi recuperado. A mãe do adolescente se mostrou esperançosa em encontrar o filho com vida. Depósito de bebidas onde Alex Gabriel Santos pegou celular antes de desaparecer em Pontal, SP Tiago Aureliano/EPTV 3.Como os suspeitos foram presos Na quinta-feira (5), cães da Guarda Civil Municipal (GCM) de Pontal farejaram o rastro de Alex às margens do Rio Pardo, o que ajudou a polícia e o Corpo de Bombeiros nas buscas pelo garoto. No mesmo dia, a pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou a prisão temporária de quatro suspeitos de envolvimento no desaparecimento. Foram presos: Uanderson dos Santos Dias, de 19 anos, João Guilherme Moreira, de 27 anos, dono do celular, Alex Sander Benedito Ferreira, de 23 anos, e Jean Carlos Nadoly, de 28 anos. As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto. Uma mulher que é funcionária do depósito de bebidas é tratada pela polícia, até o momento, como testemunha. A família da vítima, no entanto, contesta, já que ela levou o dono do aparelho à casa de Alex e acompanhou o crime. A defesa dela alega que não havia como prever a ação e disse que ela tem colaborado com a investigação. Na sexta-feira (6), o delegado seccional de Sertãozinho (SP), Plaucio Fernandes, informou que novos indícios apontaram para a confirmação da morte do jovem. Investigadores também encontraram vestígios de sangue na caminhonete do dono do celular e em um ponto às margens do Rio Pardo, além de um par de tênis, que seria do adolescente. "Recebemos hoje [sexta-feira] à tarde uma informação muito relevante que confirma que o adolescente foi realmente assassinado, vítima de homicídio, e indicaram o possível local de desova do corpo na beira do rio, em um barranco". Um dos suspeitos presos por envolvimento na morte do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, em Pontal, SP Reprodução/EPTV 4.Como o corpo foi encontrado Na manhã do último sábado, bombeiros e policiais se reuniram para as buscas em um ponto específico do Rio Pardo, entre Pontal e Cândia, próximo a uma usina. O corpo de Alex foi encontrado por volta das 10h, e a área foi isolada para o resgate e o trabalho da perícia. Familiares acompanharam o trabalho. O trabalhador rural Samuel Lopes da Silva, primo do adolescente, contou que ele tinha sinais de tortura. “Ele foi encontrado amarrado, os braços e as pernas, amarrado com arame farpado, com corda, com um saco na cabeça. Só pela situação que foi encontrado, a gente já sabe o sofrimento que ele passou. A gente não consegue imaginar a dor que ele deve ter sentido, o medo.” Policiais onde corpo do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achando neste sábado (7) em Pontal, SP Werlon Cesar/EPTV 5.Qual é a motivação do crime As investigações apontam que o crime pode ter sido motivado por uma retaliação a um suposto furto do celular por Alex. Mas, a princípio, a Polícia Civil descarta a hipótese de que ele tenha praticado um crime. “Quanto ao celular, o que mais parece é que o proprietário tenha esquecido no balcão ou até mesmo deixado cair lá no depósito e esse adolescente encontrou. Ele tinha a intenção de ficar com o aparelho, porque ele formatou e retirou o chip. Tudo isso segundo versão de um dos envolvidos”, disse o delegado Cláudio Messias Alves. A mãe de Alex afirmou que ele nunca se envolveu com drogas ou teve problemas com a polícia. Apesar de não ter falado com o filho antes do sumiço, ela acredita que ele tenha encontrado o celular no depósito de bebidas, e não furtado o aparelho. Além de esclarecer a motivação, a polícia busca identificar a participação de cada um dos suspeitos no crime. Evilene Pereira dos Santos é mãe de Alex Gabriel Santos Tiago Aureliano/EPTV Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região Fonte: G1


webradio016 Santos gastará 40% da folha prevista para 2025 com Neymar por cinco meses
Veja mais acessando o Link Fonte original: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2025/06/07/santos-gastara-40-da-folha-prevista-para-2025-com-neymar-por-cinco-meses.htm


vanessa_cavalcanti Motorista que matou amigas na faixa de pedestre estava a 108 km/h
Veja mais acessando o Link Fonte original: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/06/07/motorista-que-atropelou-e-matou-duas-amigas-na-faixa-de-pedestre-em-sp-dirigia-a-108-kmh-conclui-laudo.ghtml