

wilson Preso, investigado por participar de grupo de extermínio mandou áudios para comparsa, diz MP: 'Quer viver do crime e não quer a fatura'
"Uns se dão bem a vida inteira. Para outros, o castigo vem primeiro", diz André Costa, conhecido como Boto. O destinatário, o PM Bruno Marques da Silva, está foragido após ser alvo de operação contra o denominado 'Novo Escritório do Crime'. Cartaz com o rosto de Boto após a harmonização facial na época de sua prisão, em 2021 Reprodução Nas escutas da operação contra um grupo de extermínio chamado de "Novo Escritório do Crime", o criminoso André Costa Barros, conhecido como André Boto, diz que um dos integrantes da quadrilha só quer os benefícios da vida do crime. Boto é apontado por investigações como ex-chefe de milícia em Jacarepaguá. Ele está preso desde março de 2021, depois de fazer uma harmonização facial para fugir da polícia. Em um áudio interceptado de outubro de 2021, quando já estava preso, Boto diz que Bruno Marques da Silva, conhecido como Bruno Estilo, precisa saber que "a vida do crime tem um preço": "Uns se dão bem a vida inteira. Para outros, o castigo vem primeiro. Eu estou ganhando meu dinheirinho, mas estou pagando pelo meu erro. Correto? Tu quer viver do crime e não quer a fatura, só quer o cartão de crédito. A fatura é essa aí parceiro", diz Boto. André Boto antes da harmonização facial Divulgação Em outro momento, Boto dá a Bruno mais detalhes sobre sua relação com Thiago Soares Andrade Silva, que é chamado pelos integrantes do grupo como "Batata" ou "Ganso". Ele deixa claro que fez a aliança com Thiago e que sempre foi beneficiado com o movimento: "É um jogo de xadrez. O crime é complicado pra car*lho. Então querendo ou não, todo mundo que é inimigo do cara também é meu inimigo. Porque momentos bons eu soube desfrutar dele. Se o cara falar que 2 + 2 é 8, é 8. Pula de qualquer altura com ele mesmo" Para o MP, é nítido que os membros da quadrilha respondem a Thiago. Mesmo da cadeia, para onde foi levado posse de arma de uso restrito e está preso desde 2023, Thiago ditava ordens para os comparsas. Ele teria sido o mandante dos dois homicídios investigados pelo MPRJ: Fábio Romualdo Mendes, surpreendido dentro do carro e atingido por vários disparos, em setembro de 2021, em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio. Neri Peres Júnior a tiros de fuzil, em 4 de outubro de 2021 em Realengo, também na Zona Oeste. Investigações da polícia e do MP apontam que Thiago trabalhava para o bicheiro Rogério Andrade. O grupo de extermínio teria surgido a partir do racha entre integrantes de sua segurança. Thiago Andrade Silva, o Batata, é apontado como líder da organização criminosa e ligado ao bicheiro Rogério Andrade. Reprodução Conversas entre PMs Veja diálogos entre PMs suspeitos de integrar 'Novo Escritório do Crime' no Rio O policial militar Bruno Marques da Silva, um dos alvos de uma operação desta quinta (15) do Ministério Público do Rio de Janeiro, desabafou em conversas com outros integrantes de um grupo de extermínio que estava trabalhando demais para a organização criminosa. No entanto, disse que tinha um objetivo por trás das "horas extras": Bruno Marques da Silva, o "Bruno Estilo" Reprodução "Não tô vivendo mais não. Às vezes eu deixo de marcar minhas coisas, de resolver minhas coisas porque p&rra, eu marco um bagulho e aí toda hora tem missão. A meta é ficar milionário!”, diz ele, em um dos áudios de conversas interceptadas pelo MPRJ". Em outro trecho, quando reclama de integrantes de uma milícia rival, Bruno, apelidado de "Bruno Estilo", diz orgulhoso: "Sou milícia e sou polícia, fod**e eles", diz o homem. Em um dos áudios, Bruno cita uma execução feita em Realengo, o que para o MP indica que ele pode ter se referido ao caso de Neri: "Viu o maluco que a gente pegou ontem? Viu? Lá em Realengo. Se eu soubesse disso naquela época eu tinha ido mais vezes, ia ganhar muito mais", afirma ele. Segundo as investigações, o grupo atuava nos moldes do antigo grupo de extermínio liderado pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega. Veja a lista dos denunciados: Thiago Soares Andrade Silva, vulgo "Batata" ou "Ganso", já preso Alessander Ribeiro Estrella Rosa, vulgo "Tenente Alessander", foragido Bruno Marques da Silva, vulgo “Bruno Estilo” ou “Estilo”, já preso Diogo Briggs Climaco das Chagas, vulgo “Briggs”, foragido André Costa Bastos, vulgo “Boto”, já preso Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza, vulgo “Rodriguinho”, já preso Anderson de Oliveira Reis Viana, vulgo “Papa” ou “2P”, foragido Diony Lancaster Fernandes do Nascimento, vulgo “Diony”, já preso Vitor Francisco da Silva, vulgo “Vitinho Fubá", foragido Todos os alvos foram denunciados à Justiça por organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munição — materiais apreendidos em operações eram, segundo o Gaeco, vendidos clandestinamente. Diálogo com vítima de sequestro Segundo as investigações do Ministério Público, Bruno praticava sequestros a mando da organização criminosa. Um dos sequestros descobertos pelo MP foi de um integrante de uma milícia rival. Bruno colocou o homem encapuzado dentro de um carro e só o libertou depois de fazer uma série de ameaças: "Que que tu vai falar quando chegar em casa pra tua família? abre a boca e fala!" "Vou falar pra ela que eu tava devendo um agiota, consegui pagar ele", respondeu a vítima. "Vai ficar boiando? se tu boiar que que vai acontecer contigo? " "Vou morrer", pontuou. Outros crimes Além de homicídios e sequestros, o grupo também praticava venda de armas e munições. Alguns dos principais negociadores do grupo eram policiais, que revendiam os itens que eram levados em grandes apreensões das polícias civil e militar. "O cara está querendo 40. Tá com uma (pistola) glock .40, uma pistola e uma (metralhadora) uzi (de fabricação israelense)", diz Bruno em uma das escutas feitas pelo MP. Ele cita o cabo Diogo Briggs, do 9º BPM (Rocha Miranda), que também foi alvo da operação e está foragido. "Eu acho que tu pegou a pistola dele uma vez, mano. Ele é aqui do 18, cara, é o Briggs. Tá me dando várias moral, vendendo várias paradas", afirmou Bruno sobre Briggs, homenageado pelo então vereador Felipe Michel na Câmara do Rio com uma moção de louvor em 2024. Gaeco faz operação contra novo escritório do crime no RJ Outro foragido, o capitão Alessander Ribeiro Estrella Rosa, do 39º BPM (Belford Roxo), também vendia armas, segundo o Ministério Público. Ele foi homenageado por um deputado federal e pelo governador Cláudio Castro em 2024 e 2023, respectivamente. Em nota, o deputado federal afirmou que "a indicação se baseou em critérios técnicos e resultados operacionais", e que seu mandato "reafirma o compromisso com a segurança pública, a legalidade e a apuração rigorosa de qualquer conduta incompatível com a ética e a lei." À TV Globo, o governo do Rio afirmou que "a concessão da medalha por 10 anos de serviços prestados foi criada por decreto em 1979 e a listagem com os nomes dos agraciados é encaminhada ao Poder Executivo pela Polícia Militar. A assinatura do ato de concessão, com a publicação dos nomes em Diário Oficial, é uma formalidade exigida pelo decreto. Procurada, a assessoria da PM afirmou que deu apoio à operação e que um dos policiais procurados já estava preso. Procurado, Felipe Michel disse que "a moção ao policial não foi entregue, apesar de protocolada, e será pedido o cancelamento". O Escritório do Crime ‘original’ O Escritório do Crime “original” era um grupo formado por policiais militares e ex-policiais, especializado em assassinatos por encomenda, que atuou principalmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os matadores utilizavam técnicas avançadas de planejamento, aprendidas dentro das forças de segurança, para executar suas ações de forma precisa e dificultar investigações. Desde 2009, há pelo menos 13 assassinatos em que os integrantes do Escritório são suspeitos de participação. A quadrilha se envolveu ainda em grilagem de terras, construções ilegais e exploração imobiliária clandestina. O grupo foi chefiado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope, e pelo major da PM Ronald Paulo Alves Pereira. Ambos foram alvos da Operação Intocáveis, que visava a desarticular milícias no Rio de Janeiro. Após a morte de Adriano em 2020, o comando passou para os irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão. Em 2023, ambos foram condenados a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do contraventor Marcelo Diotti da Mata, ocorrido em 2018. Fonte: G1


wilson Eleitores têm até segunda para regularizar título de eleitor; veja como
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ribca_lopes Gosta de Cowboy Bebop? Veja 10 outros animes para assistir online no streaming
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wilson Patos e gansos azuis: veja perguntas e respostas sobre o acidente que mudou cor de rio e de animais no interior de SP
Quatro animais foram recolhidos e passam por processo de desintoxicação. Peixes foram encontrados mortos no Córrego das Tulipas, em Jundiaí (SP), que foi atingido por cerca de dois mil litros de corante. ONG resgata patos e gansos que ficaram azuis e encontra peixes mortos em córrego O corante que se espalhou pelo Córrego das Tulipas, em Jundiaí (SP), após um acidente com uma carreta deixou patos, gansos e capivaras azuis, matou peixes, alterou a cor do Rio Jundiaí e provocou a interrupção do abastecimento de água em uma cidade. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O produto químico derramado é tóxico em grandes quantidades e pode ficar no ambiente por muito tempo, de acordo com o coordenador de Gestão Ambiental da Faculdade de Tecnologia (Fatec), Claudio da Cunha. O desastre ambiental tem preocupado moradores e autoridades que agem no caso, como prefeituras, a Associação Mata Ciliar, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), entre outros. Por isso, o g1 reuniu as principais informações sobre o caso, seus efeitos e as medidas adotadas desde o derramamento do produto. Veja abaixo: O que aconteceu no acidente? O corante derramado é tóxico? Quais foram os impactos ambientais do vazamento? Como os animais afetados estão sendo tratados? O abastecimento de água foi afetado? Quais medidas estão sendo tomadas para conter o corante? A empresa responsável foi identificada? O que diz a Cetesb sobre o impacto ambiental? O corante pode mudar de cor? O que aconteceu no acidente? Uma carreta que transportava corante bateu em um poste no bairro Jardim Tulipas, em Jundiaí, na terça-feira (13), derramando aproximadamente dois mil litros do produto no córrego que fica no Parque Botânico Tulipas. No mesmo dia, patos e gansos ficaram azuis e foram flagrados por moradores. O corante derramado é tóxico? Sim. Segundo Claudio da Cunha, o corante tem baixa toxicidade em pequenas quantidades, mas em grandes volumes pode ser tóxico para o sistema imunológico, hormonal e reprodutor, além de ser mutagênico e cancerígeno. Vazamento de corante azul em Jundiaí completa quatro dias com impactos ao meio ambiente Quais foram os impactos ambientais do vazamento? O corante deixou a água do Córrego das Tulipas azulada, matou peixes e tingiu animais silvestres, como patos, gansos e capivaras, de azul. Segundo Claudio da Cunha, a quantidade do corante derramado na água tem uma toxicidade ampla, e pode afetar a fauna e a flora do local durante um longo período, já que se prende à matéria orgânica. "Essa substância vai mexer na microbiologia, entrar na cadeia alimentar, nos peixes, nas aves. E, se por ventura, alguém vir a pescar estes peixes daqui algum tempo, estes resíduos tóxicos vão estar ainda na cadeia alimentar", explica. Como os animais afetados estão sendo tratados? A limpeza dos patos e gansos é feita por equipes da ONG Associação Mata Ciliar, entidade que desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade. Quatro patos e gansos haviam sido resgatados até sexta-feira (16). Na ONG, os animais passam por um processo de limpeza e desintoxicação, que inclui banhos com água morna, detergente neutro e álcool para remover o corante, administração de carvão ativado para reduzir a toxicidade e monitoramento contínuo da saúde dos animais. Além deles, capivaras azuis foram flagradas no córrego após o derramamento do produto. As equipes trabalham para resgatá-las e tratá-las o mais rápido possível. Na sexta-feira (16), a Mata Ciliar informou ao g1 que os animais continuavam azuis e que iriam precisar tomar mais banhos, além de continuar no processo de desintoxicação. O parque da região tem aproximadamente 25 mil metros quadrados e abriga diversas espécies. Imagens captadas por um drone mostram o córrego tomado pelo corante azul (veja abaixo). Imagens de drone mostram córrego azul após carreta bater em poste e derramar corante em Jundiaí (SP) Régis Rosa/TV TEM O abastecimento de água foi afetado? Sim, mas parcialmente. A cidade de Indaiatuba (SP) suspendeu a captação de água do Rio Jundiaí como medida preventiva. Já Itupeva (SP) não foi afetada, pois utiliza outras fontes de captação. Quais medidas estão sendo tomadas para conter o corante? Além do córrego e rio, o corante também se espalhou pelo asfalto onde a carreta se chocou contra um poste. Por isso, caminhões-pipa são utilizados para diluir o corante do local. Além disso, a Cetesb faz um monitoramento contínuo para analisar a qualidade da água e o impacto ambiental causado pelo produto. "A gente está fazendo esse caminho que o produto fez. Até por conta de também lavar por onde o produto passou. E você pode ver... esses fragmentos nas bordas, eles deverão ser feitos ou coletados para também tirar este produto", informou o coordenador da Defesa Civil de Jundiaí, João Osório Gimenez. Fragmentos da água foram coletados nas margens do córrego. Além disso, o Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades da contaminação. A empresa responsável foi identificada? Sim. A empresa Farkon Indústria e Comércio Químico, fabricante e transportadora do corante, foi identificada, mas ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acidente. O que diz a Cetesb sobre o impacto ambiental? A Cetesb informou que o impacto é significativo, mas está sendo amenizado pelas ações de contenção. A substância, embora de baixa toxicidade, afeta principalmente os peixes, considerados mais sensíveis. "Ações emergenciais foram adotadas para limpeza e contenção do produto, que chegou à via púbica. O impacto do corante no córrego alterou as características da água, como a sua cor, e foi observada a mortandade de peixes", informou. Segundo Domênico Tremaroli, gerente geral da Cetesb, o impacto ambiental é grande, mas deve ser amenizado pelos trabalhos de contenção da substância realizados pela autarquia. "Como o córrego deságua no Rio Jundiaí, a substância já chegou lá. Foram cerca de dois mil litros de corante despejados na água. Com relação aos animais, não é esperado nenhum efeito maior do que apenas a tintura nas penas. Já na água, nós estamos trabalhando para diminuir o impacto." O corante pode mudar de cor? Sim. Embora seja azul, o corante pode adquirir tonalidade esverdeada ao reagir com pedras e plantas no fundo do rio, como observado no trecho do Rio Jundiaí. Peixes mortos e com coloração azul foram encontrados no córrego em Jundiaí (SP) após o derramamento de corante Régis Rosa/TV TEM Imagens de drone mostram córrego azul após carreta bater em poste e derramar corante Patos e gansos ficaram azuis após carreta derramar corante em córrego de Jundiaí (SP) Arquivo pessoal Veja local onde derramamento de corante deixou córrego e animais azuis em Jundiaí (SP) Arte/g1 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM Fonte: G1


wilson Criança com duas síndromes raras passa por 11 cirurgias em 5 anos e faz tratamento de R$ 6 mil mensais: 'A luta é grande'
Valentina Silva, de 5 anos, é diagnosticada com a síndrome de Edwards e alteração do cromossomo 18p-/q+ -, que é uma variante da primeira. Menina com duas síndromes raras que passou por 11 cirurgias em 5 anos: 'Vontade de viver' Aos 5 anos, Valentina Silva leva uma vida diferente do que se espera para crianças de sua idade. Com duas síndromes raras, uma má formação congênita nos ossos, microcefalia e epilepsia, a menina já passou por 11 cirurgias e tem uma rotina que se divide entre a casa em Amparo (SP), no interior de São Paulo, e os hospitais das cidades vizinhas. Ela é diagnosticada com a síndrome de Edwards, considerada por especialistas como uma condição incompatível com a vida, e tem também uma variante cromossômica dela, chamada de 18p-/q+. Por mês, a família tem um gasto de R$ 6 mil com tratamentos e medicações que tentam melhorar sua qualidade de vida. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp A mãe Lilian Almeida Alves da Silva conta que chegou a ouvir que a filha não passaria dos três meses de vida. Hoje, apesar dos desafios, conta que Valentina supera as expectativas e "é uma bênção". No mês de maio, quando é celebrado o Dia de Conscientização sobre a Síndrome de Edwards, o g1 mostra a rotina e o processo de diagnóstico da condição rara. "Quando você fala que tem síndrome de Edwards, eles já pensam logo pro lado negativo. Que a criança é fraca, tem pouco tempo de vida, que não tem o que fazer. Falam até que a gente precisa procurar psicólogo. A gente começou a entender que não é bem assim. A gente começou a ver que ela tem vontade de viver", diz a mãe. Diagnóstico aos três meses Valentina, que possui duas síndromes raras, com seus pais em Amparo Estevão Mamédio/g1 Até o nascimento de Valentina, a família não imaginava os desafios que viriam pela frente. Lilian, de 45 anos, conta que chegou a realizar o exame de translucência nucal na gravidez, mas nenhuma alteração foi constatada – conhecido como "ultrassom da nuquinha", ele avalia o risco de o feto ter alterações genéticas, como a síndrome de Down. A mãe detalha, porém, que apesar de todos os exames estarem satisfatórios, por estar em sua quarta gestação, percebeu que a filha não se mexia muito e que sua barriga estava maior do que nas outras. "Todo mundo achava que eram gêmeos. Inclusive, a médica que fazia minhas ultrassons, ela também tinha certeza que tinha algum outro feto ali escondido por conta do tamanho da minha barriga". Um pouco antes de completar os sete meses de gestação, Lilian descobriu que estava com polidrâmnio, condição em que o líquido amniótico – fluido que envolve o feto no útero – ultrapassa dois litros. Ela foi a Campinas (SP) retirar o material para análise e, durante a intervenção, a placenta rompeu levando a um parto prematuro. Após o nascimento os médicos perceberam que a criança apresentava características da síndrome de Edwards. Foram realizados exames que estudam os cromossomos, mas o primeiro resultado foi inconclusivo. Um exame mais específico foi realizado e, em três meses, veio a confirmação do diagnóstico. 18p-/q+ Nos resultados das amostras, o geneticista ainda percebeu a existência de outras alterações. Foi constatado, então, que ela possui a síndrome 18p-/q+. A condição consiste na perda simultânea de material do braço curto associado ao ganho do material do braço longo do cromossomo 18. De acordo com Carlos Eduardo Steiner, médico geneticista do Hospital de Clínicas da Unicamp, cada caso da situação envolve proporções ou tamanhos distintos – não há nenhum exatamente igual ao outro. Por isso, o caso de Valentina pode ser único. O que se sabe sobre a síndrome? 🤔 Ainda segundo o médico, a condição pode surgir de forma inédita na criança ou ser causada por uma alteração na estrutura do cromossomo 18 dos pais. Ela acontece a partir de uma troca de posição do material genético, que nem sempre vai causar sintomas. "Por outro lado, quando há excesso de material genético no cromossomo 18, aparecem sinais e problemas de saúde na criança que caracterizam uma síndrome bem conhecida, a síndrome de Edwards", explica Steiner. Tratamentos Valentina, de Amparo (SP), fazendo equoterapia para ajudar no tratamento Arquivo Pessoal Como não existe um tratamento específico para as síndromes, as terapias buscam amenizar os sintomas causados pela condição. O cuidado inclui fonoaudiologia, fisioterapia motora e psicopedagogia para estimulação da criança durante a fase de desenvolvimento neurológico. É o caso de Valentina. Apesar da pouca idade, as idas aos hospitais da região se tornaram rotina na vida da menina. Desde que nasceu, precisa de cuidados especiais que mudaram completamente o dia a dia da família. "A luta é grande, a gente vai pra Campinas todos os dias com ela", comenta a mãe. Além de Campinas, a menina recebe cuidados a especialistas de outras cidades. As viagens são frequentes e fazem parte da saga em busca de uma melhor qualidade de vida para a criança. Lilian chegou a se afastar do trabalho e hoje cuida da filha em tempo integral. Mudança no conceito de viver Como Valentina tem a imunidade baixa por conta das síndromes e das outras doenças, a família precisa abdicar de alguns momentos que seriam comuns nessa fase da vida, como brincar no parquinho e ir à escola. "A gente não sai muito porque a gente não quer expor ela. Então, a gente evita aglomerações, né? Colocar ela próximo de muita gente, levar em um lugar fechado. Então, a gente acaba aqui se dedicando a ela mesmo, né? E estamos felizes com isso, viu?", conta a mãe. Além da rotina cansativa, a família gasta em torno de R$ 6 mil com medicações, viagens, gasolina, manutenção do carro e curativos – já que ela se alimenta por sonda. O leite especial, que custa R$ 70 e dura apenas dois dias, é fornecido pela Prefeitura de Amparo. A pequena conta com o convênio oferecido pelo trabalho da mãe, mas há coparticipação, e o salário acaba sendo voltado apenas para as terapias e consultas. Valentina, de 5 anos, se alimenta através de sonda por conta das suas condições Estevão Mamédio/g1 Que o futuro é incerto para todos, não é surpresa para ninguém, mas para quem tinha uma expectativa de vida estimada em três meses, Valentina se mostrou "valente". A família precisou mudar, além da rotina, a forma de ver a vida. Apesar de todas as circunstâncias, eles seguem firmes no principal objetivo: o bem-estar da menina. "Eu mudei muito o meu conceito de viver, de pensar. A gente pensa muito no futuro. A gente pensa muito... Ah, lá na frente eu quero fazer isso. E com a Valentina, a gente teve que aprender que é tudo hoje", finaliza Lilian. *Estagiária sob supervisão de Yasmin Castro. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas. Fonte: G1