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r011 Tocantins tem crescimento de 46,5% nas exportações do primeiro trimestre e China é principal parceiro comercial

Soja e carne bovina estão entre os principais produtos exportados pelo Tocantins. Estado teve lucro de US$ 560 milhões em exportações no primeiro trimestre; veja as cidades que mais exportam. Tocantins registra crescimento nas exportações do primeiro trimestre de 2025 Arte g1/Seagro/Keven Lopes/Juliano Ribeiro/Luciano Ribeiro No primeiro trimestre de 2025 o Tocantins registrou um crescimento de 46,5% nas exportações, se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) e apontam que o estado obteve um lucro de US$ 560,2 milhões nesse período, aproximadamente R$ 3,1 bilhões. Segundo o balanço, a China é o principal parceiro comercial do Tocantins. 📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular. Os dados também mostram que o Tocantins é o terceiro estado da região norte que mais exportou produtos entre os meses de janeiro e março deste ano. No âmbito nacional, o estado fica em 15º posição entre os estados exportadores. Principais produtos exportados pelo Tocantins A soja é o produto mais exportado do estado e teve um crescimento de 33% em termos financeiros e 50% em volume no primeiro trimestre deste ano (veja ranking de exportações abaixo). Segundo o governo, o Tocantins deve encerrar o ano de 2025 com um recorde de produção de grãos na safra 2024/2025. Sendo que um dos grãos mais cultivados é a soja, "que lidera o volume colhido no Tocantins, com 5,4 milhões de toneladas, representando um crescimento de 1,8% em relação ao ciclo anterior". Os dados são do 7º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Plantio de soja no Tocantins Adapec/Governo do Tocantins Já a carne bovina fica em segundo lugar nas exportações, com aumento de 36% em volume de produção e 47% em termos financeiros. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o aumento da produção de gado no estado foi acompanhado das exportações. Isso coloca o Tocantins na 9ª posição no ranking de maior produção de carne bovina do país, segundo o governo. Entre as cidades com maior quantidade de bovinos estão Araguaçu, Formoso do Araguaia, Araguaína, Pium e Peixe. Ranking de produtos exportados do Tocantins Soja - alcançou US$ 288 milhões; Carne bovina - alcançou US$ 122 milhões; Tortas (bagaços) e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja - alcançou US$ 38 milhões; Ouro em formas brutas ou semimanufaturadas, ou em pó - alcançou US$ 36 milhões. Aumento da produção foi acompanhado das exportações com recordes de carne bovina, com cerca de 102 mil toneladas em 2024. Kleiber Arantes/ Governo do Tocantins Para a técnica em pesquisa da Fieto, Gleicilene Bezerra, apesar do crescimento das exportações, o grande desafio no Tocantins é transformar os produtos in natura em industrializados. "É o que a gente frisa bastante, né? Que a soja como um produto in Natura, nosso grande desafio é transformar esses produtos em produtos industrializados, para que a gente possa agregar mais valor à nossa pauta exportadora, gerando mais empregos e mais renda ao estado", disse. A tendência é que as exportações continuem crescendo, como nos trimestres anteriores. "Esses dados a gente não identifica durante a balança comercial, mas pelo que a gente vê nos trimestres passados, a tendência é que fica esse saldo superavitário na nossa balança comercial. Que a gente fechou com o superávit de US$ 525 milhões, que representa um aumento de 51%. Então, a tendência é, de acordo com os levantamentos passados, que esse superávit ele persista aí durante o ano". LEIA TAMBÉM Algodão tem aumento de 34,2% na área plantada e soja deve alcançar 1,5 milhão de hectares cultivados no Tocantins Tocantins bate recorde na produção de gado e tem quase nove vezes mais bovinos que habitantes Parceiros comerciais No primeiro trimestre deste ano o Tocantins exportou para mais de 70 países e recebeu produtos de 28 países. Conforme os dados da Fieto, a China é disparado o principal parceiro econômico do Tocantins. Isso porque 55,07% do que o estado exporta vai para o país asiático. Entre os produtos enviados, 75% são soja e 24% carne bovina. O Paquistão fica em segundo lugar com 5,95% das exportações tocantinenses, sendo que 90% do que o país recebe é soja e 7% algodão. Em seguida ficam Canadá, Turquia e Estados Unidos. Além de enviar, o Tocantins também recebe produtos de outros país, as chamadas importações. A China tem uma participação de 43,70% nessa troca. Os principais produtos demandados são armações de óculos e artigos semelhantes, e aparelhos baseados no uso de raios X para usos médicos, cirúrgicos ou veterinários. Já 9,76% das importações são da Indonésia. O país costuma enviar óleos de coco (óleo de copra), de palmiste ou de babaçu e respectivas fracções e óleo de palma e respectivas fracções. Outros países que também importam para o Tocantins são Estados Unidos (7,82%), Canadá (7,59%) e Suécia (6,99%). Tarifaço entre EUA e China e impacto no Tocantins Em abril deste ano, Estados Unidos e China iniciaram uma guerra tarifária. As medidas começaram após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tabela de tarifas, de 10% a 50% para produtos inportados de 180 países, incluindo o Brasil, no dia 2 de abril. A China, que foi um dos países citados na tabela, respondeu a medida de Trump ao impor tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas. No dia 10 de abril, as tarifas dos EUA contra a China aumentaram para 145%. No dia seguinte, o país asiático elevou a tarifa dos produtos americanos em 125%. Na segunda-feira (12), os dois países entraram em um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas durante 90 dias. Sendo assim, as tarifas dos EUA sobre as importações da China caem para 30% e as taxas da China sobre as importações americanas caem para 10%. As medidas passaram a valer na quarta-feira (14). Mas o que isso afeta o Brasil e consequentemente o Tocantins? Durante esse tarifaço, a venda de carne boniva do Brasil para os Estados Unidos disparou 498% em abril. Outro produto que também apresentou um crescimento nas vendas foi a soja. Ambos exportados pelo Tocantins. Trump diz que vai negociar novas tarifas com a China O economista Raimundo Casé explicou como essa 'guerra' impacta o estado e suas relações comerciais com outros países. "No caso brasileiro, e por conseguinte no estado do Tocantins, a instabilidade global afeta-nos diretamente. Embora exista potencial de ganho, notadamente no agronegócio, principalmente da China e de outros países asiáticos ou ainda do acordo Mercosul/União Europeia onde a imposição de tarifas foi mais significativa em relação ao Brasil, essa possibilidade pode beneficiar pontualmente as exportações de produtos agrícolas". O economista ainda afirma que apesar do potencial de ganhos, as tarifas podem desencadear um processo inflacionário global e uma recessão econômica. "O panorama atual é de acentuada incerteza global, com risco de recessão nas maiores economias e efeitos colaterais amargos para o restante do mundo. O Brasil e o estado do Tocantins podem até conquistar espaços nesse contexto, mas tal ganho poderá ser insuficiente para compensar os impactos negativos de choques adversos dessas proporções", explicou. Cidades exportadoras Porto Nacional é a cidade com maior participação nas exportações do Tocantins Divulgação/Prefeitura de Porto Nacional Porto Nacional é a cidade com maior participação nas exportações feitas pelo Tocantins. Segundo a Fieto, o município teve um aumento de mais de 21% nas exportações do primeiro semestre, se comparado ao ano passado. O principal produto comercializado é tortas (bagaços) e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja. Conforme o balanço, a participação de Porto Nacional nas exportações rendeu mais de US$ 122 milhões no primeiro trimestre deste ano. Número bem maior ao que foi registrado em 2024, quando a cidade alcançou mais de US$ 100 milhões com produtos enviados. A capital fica em segundo lugar no ranking das cidades tocantinenses que mais exportaram neste ano, segundo o balanço comercial. Os principais produtos vendidos por Palmas são a soja e o milho. Os mesmos de Santa Rosa do Tocantins, que fica na terceira posição. Já Paraíso do Tocantins se destaca pela comercialização de carne bovina. Exportação nas cidades do Tocantins Veja mais notícias da região no g1 Tocantins. Fonte: G1

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linnpy Missa Conga: saiba como é a celebração feita há quase 50 anos pelo mesmo frei em MG

Missa será realizada neste domingo (18), a partir das 14h, no Santuário de Santo Antônio, em Divinópolis. Missa Conga com o Frei Leonardo; imagem de arquivo Diocese de Divinópolis/Divulgação A tradicional Missa Conga, uma mistura das festas trazidas pelos negros escravizados com a religiosidade cristã praticada na colônia, será celebrada neste domingo (18), a partir das 14h no Santuário de Santo Antônio, em Divinópolis. Veja a programação abaixo. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Centro-Oeste de MG A Missa Conga chega à 48ª edição. É celebrada desde o início pelo frei Leonardo Lucas. Com 83 anos, morador de Belo Horizonte, o frei não abre mão de vir à Divinópolis para a celebração. Para o religioso a missa Conga é especial e faz parte da sua história. "Tenho um sentimento de amor, porque os nossos congadeiros me acolheram de braços abertos, tive muita alegria e felicidade de poder estar com eles. Felicidade de louvar o Senhor com eles e pedir à Nossa Senhora do Rosário, à Santa Efigênia e a São Benedito que nos protejam e abençoem", destaca. Segundo o frei Leonardo Lucas, a primeira missa Conga foi realizada em 15 de maio de 1977. Na ocasião, um grupo de amigos do frei saiu à procura dos congadeiros da cidade para convidá-los a participar de uma missa especial. "Foi através de uma amizade profunda com o professor e antropólogo José Alaor Bueno de Paiva , juntamente outras pessoas que saíram atrás dos congadeiros para que fizéssemos no Santuário a primeira Missa Conga", acrescenta. Congadeiros saem em procissão após a missa no Santuário Diocese de Divinópolis/Divulgação Com o passar dos anos, a celebração ganhou a participação de diversas guardas de reinado, também são conhecidas por congadeiros. A festa em louvor à Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia lembra a proteção dos santos aos escravizados. Estão previstas as participações das guardas de Moçambique, Congo, Catupé, Vilão e Marinha na celebração deste domingo. Programação 13h: chegada e concentração dos congadeiros na porta do Santuário; 14h: celebração da Missa Conga, com os freis Leonardo Lucas e José Agnaldo; 15h30: procissão pela Avenida 21 de Abril, Rua São Paulo e Rua Minas Gerais; 16h: café de São Benedito, no Centro Cultural do Povo, na praça Governador Benedito Valadares. Em seguida, as guardas e os Estados da Coroa de todas as irmandades participantes voltarão em cortejo para o Largo do Rosário. Missa Conga será realizada neste domingo (18) em Divinópolis Diocese de Divinópolis/Divulgação "Vamos fazer uma oração especial principalmente por aqueles que têm mais dificuldade em viver, vamos pedir pelas mães e também pedir para que não haja nunca mais qualquer tipo de trabalho escravo na nossa terra, onde se comemora os 137 anos da Lei Áurea", encerrou o frei Leonardo. A celebração tem o apoio da Congregação das Irmandades Congadeiras de Divinópolis (CongaDiv) e da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc). Frei Leonardo está à frente da Missa Conga desde a sua criação na cidade Diocese de Divinópolis/Divulgação ARQUIVO: Há 10 anos, o Bom Dia Minas registrou a Missa Conga em Divinópolis. Missa Conga marca início de comemorações do aniversário de 103 anos de Divinópolis 📲 Siga o g1 Centro-Oeste MG no Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas Fonte: G1

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webradio016 De ‘possuídos’, alienados e loucos para pacientes neurodivergentes: exposição retrata evolução do tratamento de doenças mentais

O 18 de maio é destinado ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que se fortaleceu na segunda metade do século XX e segue até os dias atuais em busca de respeito e tratamento digno aos pacientes neurodivergentes. Veja como eram aparelhos de lobotomia usados em pacientes com doenças mentais A Luta Antimanicomial no Brasil ganhou força na segunda metade do século 20, impulsionada pelo processo de redemocratização após a ditadura militar. O movimento é lembrado anualmente em 18 de maio, data que marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Para abordar o tema, o g1 elaborou uma linha do tempo sobre o tratamento da loucura e destaca figuras importantes desse movimento, como Juliano Moreira e Nise da Silveira. No Rio, a Colônia Juliano Moreira, referência histórica na saúde mental e maior instituição psiquiátrica da cidade, completa 100 anos em 2025, celebrados com uma exposição que resgata sua memória (veja mais detalhes abaixo). Possessões e exorcismos Em entrevista ao g1, o psiquiatra Hugo Fagundes, superintendente de Saúde Mental, da Prefeitura do Rio, relembra os principais marcos da história da psiquiatria no país e destaca o longo período em que pacientes foram submetidos a abordagens agressivas e tratamentos inadequados. Ele explica que, ao longo da história, diferentes termos pejorativos foram usados para se referir a pessoas que pensavam de forma considerada "não normal", como "loucos", "alienados" e "desprovidos de razão". Em determinados períodos, segundo ele, chegou-se a atribuir essas condições a possessões demoníacas. De ‘possuídos’, alienados e loucos para pacientes neurodivergentes Arte g1 O especialista explica que a mudança de visão sobre os pacientes começou na Revolução Francesa, mas que até então eles eram tratados principalmente sob uma perspectiva religiosa. “Até a Revolução Francesa, entendiam a loucura como uma possessão. Na Idade Média, as cidades pegavam os loucos e botaram em um navio para descer o rio para outra cidade. Eram experiências de muita violência porque entendiam como possessão demoníaca e sempre a construção da experiência humana com a loucura era entendida como um desequilíbrio e uma desrazão", afirma. "Era uma ideia de que o indivíduo era despossuído de razão, seja porque alguma coisa incorporava nele, ou porque ele degenerava, seja porque ele desequilibrava de humor, enfim." Lobotomia e eletrochoques A Revolução Francesa acontece no século XVIII e os intelectuais passam a enxergar a loucura como uma doença mental, conforme explica Fagundes. A partir desse momento, é criada a psiquiatria e as abordagens que seriam usadas com os loucos: hospitais psiquiátricos com áreas verdes, momentos de conexão com a natureza e o próprio eu. Aparelho de lobotomia em exposição no Museu Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 “A descrição do tratamento até então era de convencer o sujeito da falta de razão que ele tinha nos seus pensamentos, então era moral. A ideia era de um lugar muito bom, com contato com a natureza, para conseguir convencer a pessoa a sair desse lugar. As intervenções físicas vão acabar acontecendo a partir daí”, conta. Com as intervenções físicas, começa um processo de tortura dos pacientes, explica o especialista. “A gente tem propostas das mais absurdas: cadeira giratória, banhos gelados, toda sorte de violência para tentar criar soluções para resolver. Ao ponto que identificavam que pessoas delirantes que tinham uma febre muito alta, melhoravam. Então, houve um determinado momento que inocularam malária nos pacientes. Na malarioterapia, você lidava com a febre alta", afirma. "A mesma coisa com crise convulsiva, então falavam: ‘vamos induzir crises’. A eletroconvulsoterapia nada mais é do que uma corrente elétrica de baixa frequência nas têmporas para de alguma maneira induzir uma crise convulsiva. São sessões de eletrochoque, mas os pacientes melhoravam e voltavam a ter surtos depois”, continua Fagundes. Aparelhos de eletrochoques em exposição no Museu Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 Foi nessa época que os pacientes começaram a ser submetidos a lobotomias, que eram cirurgias onde com a abertura do cérebro, cortavam-se conexões de hemisférios para reduzir os pensamentos e reações dos doentes. “Nisso, com a ideia do hospital psiquiátrico que seria quase um spa, o que se montou foram estruturas de confinamento de pessoas que eram sequestradas, era um cativeiro e muito sofrimento. A história da psiquiatria é de muita violência. Qualquer movimento de rebeldia de um sujeito era tido como um sintoma agudo do seu agravamento mental. Então para as mulheres, por exemplo, não tenho dúvida de que as experiências eram pavorosas”, destaca. Brasil e o Hospital Nacional dos Alienados A situação começa a mudar quando D. Pedro II cria o Hospital Nacional dos Alienados, onde hoje funciona o Palácio Universitário da UFRJ, na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio. Na segunda metade do século XVIII, um psiquiatra baiano se destaca: Juliano Moreira. “E aí tem uma figura muito interessante, que é um psiquiatra baiano, negro, de origem simples, que falava seis línguas. Juliano Moreira vem para o Rio em uma articulação política e acaba assumindo o papel de responsável pela saúde mental no Distrito Federal, que por sua vez era o responsável pela política de saúde mental do país inteiro." Juliano Moreira defendia um tratamento menos intervencionista do ponto de vista físico e mais acolhedor em termos mentais. Com o aumento da demanda, o setor de internação do Hospital Nacional dos Alienados começou a ficar sobrecarregado. O governo passou a criar colônias de alienados. Primeiro, no Engenho de Dentro, seguido pela Ilha do Governador — onde posteriormente foi instalada a Base Aérea do Galeão — e, por fim, na antiga Fazenda do Barão da Taquara, hoje conhecida como Colônia Juliano Moreira, um dos últimos manicômios a serem desativados no Rio de Janeiro. No entanto, até então, o tratamento aos pacientes ainda era marcado por muita agressividade. “Na Colônia tem histórias absurdas, como de uma das companheiras de um sheik que veio para o Rio e ela teve uma crise convulsiva no Centro, desgarrada das pessoas e como ela só falava árabe, foi trazida para cá e morreu aqui." "A história de sofrimento é absolutamente incomensurável, essas pessoas perderam a juventude, os dentes, os amigos, os laços sociais, e a gente foi construindo caminhos para desmontar isso aqui”, conta Fagundes. A luta antimanicomial e o legado de Juliano Moreira “Quando se fala de luta antimanicomial, o primeiro nome que as pessoas falam é Nise da Silveira, mas ela é uma história que vem muito depois. A luta começou no final dos anos 70, com uma geração de médicos na efervescência da luta pela anistia, da luta pela redemocratização do país, para derrubar a ditadura”, afirma. O avanço da luta antimanicomial ganhou força após a chegada do psiquiatra italiano Franco Basaglia, que fica horrorizado com as condições encontradas em um manicômio de Barbacena (MG). Basaglia chega a definir o lugar como “um campo de concentração de loucos”. Doutor Juliano Moreira representado em pintura no Museu Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 “Ele insufla um movimento, que cresce como um movimento social e não mais um movimento de profissionais da saúde. Na verdade, faz parte da pauta de garantia de lutar por democracia, por justiça social, por assim, por humanizar o cuidado e pela construção do SUS”, afirma o médico. Naquele período, o Brasil atravessava os anos finais da ditadura militar e iniciava os debates para a Constituição de 1988 — um marco decisivo para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Nise da Silveira foi uma alagoana que, nessa época, estava no Rio para fazer residência em psiquiatria, mas acaba presa por ter “livros subversivos” e fama de comunista. Depois de ser solta, ela é mandada para o setor de Terapia Ocupacional do Hospital de Engenho de Dentro. Nise da Silveira Arquivo Nise da Silveira via Agência Senado “Lá ela cria o Museu de Imagens e Consciente, que é como se fosse um prontuário do paciente, muito interessante. Ela vai fazendo um registro dia a dia das produções das pessoas e vai colecionando. Você vê sequências e nisso ela descobriu artistas incríveis, como Emílio de Barris, Fernando Diniz, Adelina, são figuras que de alguma maneira encantam o mundo das artes", relata. "Ela e o Juliano Moreira não conviveram, não foram contemporâneos e não se contrapõem, mas são experiências distintas. Para os dois, a reforma psiquiátrica nasce a partir da trajetória da sensibilidade dessas pessoas”, destaca o médico. O trabalho desses dois profissionais ajudou a embasar a forma de tratamento usada hoje na rede de saúde: a lógica do paciente inserido plenamente na sociedade, e não mais isolado em manicômios como antigamente. No estado do Rio, os manicômios públicos já foram desativados, e o Conselho Nacional de Justiça determinou a extinção das unidades psiquiátricas em presídios. 'Qual a cor da minha aura?' Coleção de Artur Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 No Museu Bispo do Rosário, que fica na Colônia Juliano Moreira, uma exposição celebra os 100 anos da instituição com mais de 400 itens, incluindo obras produzidas por pacientes. O acervo destaca a trajetória de Arthur Bispo do Rosário, ex-interno que viveu e morreu no local, quando ainda funcionava como um manicômio. A mostra relembra a história da colônia, que abrigou milhares de pessoas ao longo de um século e ocupa uma área equivalente à do bairro de Copacabana. O psiquiatra Fagundes conta que Bispo trabalhava em um hospital de Botafogo quando teve um surto psicótico e foi levado para o lugar. Na sua psicose, ele passou a acreditar que era um inventariante de Deus e que precisaria prestar conta de toda produção humana ao Criador quando morresse. A exposição mostra parte de sua coleção. Coleção de Artur Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 “Se há uma coisa que acontece na psicose é uma certa quebra entre o significante e o significado, que é o que acontece com o Artur Bispo do Rosário. Ele faz uma coleção do que ele chamava de objetos mumificados. Ele pegava madeira e com o fio ele fazia a mumificação e bordava para o que servia.” Era assim que pedaços de madeira e argila se tornavam uma gangorra, por exemplo. “Ele se torna um inventariante de Deus e vai recolhendo coisas do lixo, fazendo embalagens, desfiando as roupas do hospital psiquiátrico e lençóis e fazendo um bordado, descrevendo as coisas. Em outros trechos, ele vai relacionando quem são as pessoas, tem uns amarelos, vermelhos, ele classifica todas em uma construção própria”, explica. “Pra entrar no recinto dele, ele sempre te fazia uma pergunta e se errasse não entrava. Ele perguntava: qual é a cor da minha aura?”. Coleção de Artur Bispo do Rosário Thaís Espírito Santo/g1 A exposição tem como objetivo resgatar a memória dos períodos mais sombrios do tratamento da saúde mental, ao mesmo tempo em que valoriza a potência criativa dos pacientes. A curadoria levou cerca de um ano para reunir o acervo histórico “A gente tem personagens históricos como a Stella do Patrocínio, o Antônio Bragança e outros artistas que tiveram muitas das suas carreiras invisibilizadas por terem sido pessoas que passaram pelo processo de institucionalização. É uma exposição muito importante para pensar, né? O que que foi esse espaço, a Colônia Juliano Moreira, que foi um dos maiores manicômios do Brasil ali no século XX?”, questiona a curadora Carolina Rodrigues. O desafio hoje Para o psiquiatra Fagundes, hoje o desafio é fazer com que a sociedade entenda que deve respeito a toda forma e experiência de vida. “A gente precisa sustentar o cuidado super individualizado, singularizado para cada pessoa. O inverso do manicômio é a vida na sociedade. E o que garante que a gente possa de fato ser antimanicomial não é segurar uma faixa na rua, mas é a relação de respeito e, sobretudo, a percepção de que o outro que você tá cuidando, por pior que ele esteja, tá largado na rua, doidão, com uso de drogas, super vulnerabilizado, ele é uma pessoa igual a você”, afirma o médico. “A promoção de autonomia nas pessoas produz o sujeito de direitos e o sujeito de direitos tem mais consciência da sua cidadania, do seu papel no mundo. E a saúde mental tem uma trajetória muito revolucionária nesse sentido. A luta antimanicomial e a reforma psiquiátrica foram projetos de sociedade bem sucedidos, foram eles que ajudaram o SUS a avançar na promoção de equidade, por exemplo”, completa o diretor do museu, Alexandre Trino. No entanto, para o médico, a equidade total ainda não foi alcançada. “Acho que seremos mais cidadãos quando um desembargador entrar em uma fila atrás de um servente de pedreiro e respeitar a fila porque o servente chegou primeiro. Quando a gente chegar nisso, vamos viver uma experiência em que o manicômio é uma referência totalmente do passado, mas enquanto a gente tiver a percepção de que uns valem mais do que outros, não”, conclui Fagundes. Semana da Luta Antimanicomial O Centro de Cultura e Convivência Pedra Branca (CECCO) e Museu Bispo do Rosário promovem de 19 a 23 de maio, das 9h às 16h30, a II Semana de Luta Antimanicomial do CECCO Pedra Branca. Oficinas, rodas de conversa, apresentação de trabalhos acadêmicos e a Feira de Economia Solidária fazem parte da programação da semana. Dia 19/05 (aberto ao público): roda de conversa sobre "Desinstitucionalização e os desafios na Redes de Atenção Psicossocial", apresentação artística e oficina de ritmo. Dia 20/05 (exclusivo para profissionais de saúde): roda de conversa sobre saúde do trabalhador, Feira de Economia Solidária, oficina de corpo para os trabalhadores da Saúde, campanha de vacinação e apresentação artística. Dia 21/05 (aberto ao público): roda de conversa sobre Participação Social no SUS, apresentação de trabalho acadêmico e apresentações artísticas. Dia 22/05 (atividades para crianças e adolescentes): manhã de jogos e oficina brincante para crianças, jovens e adolescentes. À tarde, roda de conversa sobre saúde mental na infância e adolescência e apresentação artística. Dia 23/05 (aberto ao público): roda de conversa sobre Saúde e Arte na Luta Antimanicomial e encontro de Blocos Carnavalescos. O Museu Bispo do Rosário fica na Estrada Rodrigues Caldas, 3.400, na Taquara, Jacarepaguá. Fonte: G1

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olavo.campos Estudo sobre inflamação causada por dieta gordurosa abre caminho para novas medicações para obesidade

Pesquisadores da Unicamp descobriram que células imunológicas do corpo sobem ao cérebro para defesa contra inflamação causada pelo consumo exagerado de alimentos gordurosos. Inflamação causada por dieta gordurosa ativa células de todo sistema imunológico, diz Unicamp Freepik Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (SP) descobriu que várias células imunológicas do corpo sobem ao cérebro para “reforçar” a defesa contra a inflamação causada pelo consumo exagerado de alimentos gordurosos. Os resultados foram publicados na revista internacional de biomedicina eLife, em novembro de 2024. ⚔️ A inflamação e a desregulação no hipotálamo — uma estrutura cerebral responsável pela regulação do sono, apetite, prazer sexual e outras funções sensoriais e hormonais — estão relacionadas ao desenvolvimento doenças metabólicas, como a obesidade. Em entrevista ao g1, a pesquisadora do Departamento de Medicina Translacional da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e 1ª autora do artigo, Natália Mendes, explicou quais foram as conclusões do estudo, e como podem contribuir para o desenvolvimento de medicação para a obesidade. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp "No contexto que tem uma inflamação, essas células [micróglias] ficam meio agitadas 'para tentar resolver o problema'. Só que o que acontece? Elas não dão conta de resolver isso sozinhas. Então, elas mandam sinais para as células que estão em outras regiões no corpo todo, para elas irem até onde elas estão, lá no cérebro", explica Natália 🧬 Os pesquisadores também fizeram um mapeamento genético de todas as células de defesa periféricas, que viajam pela corrente sanguínea até o sistema hipotálamo. Eles perceberam que todas são constituídas pelo CXCR3, um receptor relacionado a resposta imunitária. Inflamação causada por dieta gordurosa ativa células de todo sistema imunológico, diz Unicamp Getty Images via BBC Ganho de peso e prejuízo no gasto energético Para chegar a esses resultados, o estudo fez testes com roedores. Os animais foram alimentados com comidas gordurosas, como fast foods e ultraprocessados, e os pesquisadores impediram que as células de defesa do corpo (com CXCR3) agissem no hipotálamo de alguns deles. ➡️ Na experimentação, os animais que não receberam a ajuda das células imunológicas do corpo apresentaram maior ganho de peso e de gordura e prejuízo no gasto energético. Natália explica que a inflamação no hipotálamo ocorre poucos dias após a ingestão do alimento nocivo, e que essa é uma região do cérebro de controle homeostático, "responsável por tudo que a gente precisa ter para viver normalmente". "Quando essa gordura chega no hipotálamo, existe todo esse processo inflamatório. Uma das consequências é justamente você ter uma desregulação desses processos que são homeostáticos. Então, o que a gente vê é que o animal acaba comendo de mais, ganha mais peso, e o gasto energético dele fica prejudicado também" A pesquisadora ressalta também que as consequências da desregulação do hipotálamo não são imediatas. "Geralmente ela é pregressa. Acontece antes do desenvolvimento da obesidade, do ganho de peso", diz. Inflamação causada por dieta gordurosa ativa células de todo sistema imunológico, diz Unicamp Brun-nO para Pixabay Diferença entre gêneros Enquanto os cientistas faziam a análise genética das células imunes do corpo, eles perceberam que as células que subiam para o cérebro dos animais machos tinham um "perfil completamente distinto" das identificadas nas fêmeas. Os cientistas também perceberam que o modo como cada gênero reagiu ao bloqueio das células foi diferente. "Nas fêmeas, ele foi muito mais significativo. As alterações que a gente viu foram mais intensas nas fêmeas do que nos machos, por essa questão hormonal e por ter uma estrutura anatômica e funcional diferente", explica. "A gente achou interessante isso porque a gente sabe que a obesidade também acaba afetando de maneira distinta homens e mulheres. Dependendo da região do corpo, as mulheres são mais afetadas e acabam acumulando mais gordura na região do glúteo e outras partes do corpo, e o homem acumula mais gordura na região abdominal", esclarece Natália. Inflamação causada por dieta gordurosa ativa células de todo sistema imunológico, diz Unicamp Freepik Novas medicações A mobilização das células imunológicas de todo corpo pode não ser o suficiente para impedir o surgimento da obesidade. Natália explica que a obesidade é uma doença multifatorial, que não tem só uma causa biológica. "Tem outros aspectos que estão envolvidos, mas quando a gente pensa especificamente na parte biológica — ou seja, o que está acontecendo no corpo — o que a gente vê é que essas células do sistema imune também parecem ter uma importância na regulação desse controle da fome e do gasto energético", explica. 💊 A profissional explica que a descoberta também abre luz para o desenvolvimento de novas medicações para a prevenção e tratamento da obesidade e de outras doenças metabólicas. "Se a gente for pensar que essas células que vão até o cérebro são boas e tem um papel anti-inflamatório, se a gente conseguir algum meio de estimular que elas viajem mais rápido ou em maior quantidade para o cérebro, pode ser que elas ajudem. Não vou dizer no emagrecimento, mas ajudem a reduzir o impacto que a dieta tem no peso e na saúde", finaliza Mais que IMC: especialistas propõem reformulação de diagnóstico da obesidade VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas Fonte: G1

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r011 Carro importado de 1949, atração no litoral de SP, já levou noivas a igreja e participou de filmagem internacional

Studebaker do modelo Champion é de um casal de santistas. Eles já receberam ofertas de R$ 300 mil e apartamento na Ilha Porchat pelo veículo. Carro norte-americano de 75 anos chama atenção pelas ruas de Santos (SP) Um carro norte-americano, com 75 anos de existência, chama atenção pelas ruas de Santos, no litoral de São Paulo. Com painel e lataria originais, o Studebaker Champion (1949) é motivo de orgulho para uma família da cidade, que já recebeu propostas de R$ 300 mil e até um apartamento em troca do veículo (assista acima). ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Quando o dono de oficina mecânica José Carlos Vicente Soares, de 74 anos, e a professora aposentada Marli Mesquita Soares, de 70, saem de carro, é certo que serão elogiados. Ele pertencia ao falecido Américo, também mecânico e pai da santista, e ficou de herança para o “genro mais chegado”. “Nós passeávamos muito nesse carro. E ele tinha uma paixão… o amor da vida dele era esse carro. Ele podia ter vários carros se ele quisesse, mas nunca quis ter outro. A vida inteira foi esse só”, contou Marli à reportagem. Entre outros momentos importantes, o carro vinho levou diversas noivas a igrejas, incluindo a filha do casal e as de Américo. Já teve várias cores, incluindo o original azul claro, mas Marli e José Carlos mantiveram a tonalidade avermelhada que o pai dela escolheu. Studebaker de 1949 é atração nas ruas de Santos, no litoral de SP Restauração completa José Carlos se formou em contabilidade, mas há 30 anos tem uma oficina mecânica na cidade do litoral paulista. Muito ciumento, ele comprou o carro da sogra por R$ 13 mil em 2000, pouco após o falecimento de Américo. Restaurou os bancos e a pintura, trocou as rodas e colocou direção hidráulica. Hoje, o veículo tem até uma mini televisão. “Ele [carro] ficou parado dois anos, porque o Zé Carlos mandou restaurar todinho. Deixou na ‘lata’, foi todo personalizado”, disse Marli. O painel do carro tem o nome de Américo, pai de Marli, que após comprá-lo instalou um teto solar. Desde que adquiriu o veículo, José Carlos fez as mudanças para proporcionar viagens mais seguras e confortáveis à própria família. O próximo desejo é a instalação de um ar-condicionado elétrico. Marli quando criança e depois, já adulta, ao lado do Studebaker Marli Mesquita Soares/Arquivo pessoal Atração em todo lugar O Studebaker não passa despercebido. Há praticamente 24 anos, o casal ouve comentários e elogios quando sai de casa com dele. E não é apenas em Santos que essa relíquia de quatro rodas funciona. “Fomos para Campos do Jordão, Poços de Caldas, Serra Negra, Piracicaba…[...] Quando quebra, quebra aqui em Santos. Eu dei sorte”, brincou José. Não faltam momentos marcantes com o carro antigo. Há uma década, Marli e o marido estavam na Bolsa do Café, no Centro, onde ocorria uma filmagem de comercial internacional. De acordo com ela, quando os responsáveis notaram o Studebaker, os convenceram a incluir o veículo no projeto. “Quiseram que eu ficasse dentro do carro como se eu fosse atriz. Um rapaz vinha do lado de fora, conversar comigo, como se fosse meu namorado, para mostrar o carro. Diz que ia sair essa reportagem [filmagem] fora do Brasil”, recordou Marli. Américo e a esposa, Glória (mãe de Marli), ao lado do Studebaker Marli Mesquita Soares/Arquivo pessoal 'Não tem preço' Como mecânico, José reconhece que todo carro pode envelhecer. Não foram poucas as ofertas para adquirir a raridade. Certa vez, propuseram R$ 300 mil, mas Marli garantiu ao g1: ‘não tem preço’. “Já ofereceram apartamento no Ilha Porchat, mas não vendo por nada. A intenção não é vender. O pessoal fala: ‘quer trocar, quer trocar?’”, recordou. Para que o carro siga funcionando bem, José Carlos faz manutenção todos os anos e investe em peças boas. As borrachas que substituiu, por exemplo, vieram do Tennessee (Estados Unidos) e custaram 4 mil dólares. "Todo fim de semana dou uma enceradinha, uma limpada", afirmou. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos Fonte: G1

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linnpy Comando Vermelho ordenou trégua de crimes para reunião do G20 no Rio, revela Polícia Federal

Veja mais acessando o Link Fonte original: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/05/18/comando-vermelho-ordenou-tregua-de-crimes-para-reuniao-do-g20-no-rio-revela-policia-federal.ghtml

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linnpy Como devem ser os processos de demolição e remoção de pessoas em áreas que serão reurbanizadas

Impasse entre União e a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a Favela do Moinho jogou luz sobre o tema em São Paulo. O g1 conversou com especialistas para entender como deveriam acontecer desocupações urbanas. Governo começa a demolir casas na Favela do Moinho O processo remoção de pessoas em áreas que serão reurbanizadas envolve a desocupação do território e, muitas vezes, a demolição das moradias existentes para dar lugar a novas estruturas planejadas — como habitações regulares, parques ou vias — que tragam algum benefício para a sociedade. O tema ganhou destaque nesta semana após o impasse entre a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governo federal sobre a área onde está localizada a Favela do Moinho, no Centro de São Paulo. O governo paulista tenta obter a posse do terreno, que pertence à União, para remover a favela que considera um obstáculo no combate ao crime organizado e na revitalização da região central. A gestão pretende construir um parque e transferir sua sede. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp. Na quinta-feira (15), a União anunciou que fechou um acordo com o estado de São Paulo sobre o processo de desocupação do local, garantido moradia sem endividamento às pessoas, ou seja, apartamentos subsidiados tanto pelo governo federal quanto pelo estado de São Paulo às famílias com renda de até R$ 4,7 mil. A notícia foi comemorada por parte dos moradores da comunidade. Especialistas ouvidos pelo g1 alertam que a remoção planejada é fundamental para garantir que o processo não viole direitos humanos e sociais. O que você encontrar nesta matéria? Diálogo com moradores Garantias à população Demolições seguras Minimizar riscos Especulação imobiliária Diálogo com moradores Para o urbanista Celso Aparecido Sampaio, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, os processos de remoções têm que ser muito bem articulados. Segundo ele, é necessário diálogo com vários setores, tanto da sociedade quanto da administração pública, além dos moradores que residem no local e no entorno da área que será reurbanizada. “É muito importante que a gente desenvolva instrumentos para ouvir esses moradores, suas vontades e o que efetivamente querem. Querem permanecer ali? Querem ir para as imediações? Qual é o tipo de moradia que atende suas necessidades? Só assim vamos oferecer reais oportunidades de remoção." O professor ressalta que deve haver articulação com outros programas municipais, estaduais e federais. “Essas famílias têm carência de moradia, mas também de outros tipos de necessidades”. “Um trabalho social forte e efetivo nesses territórios possibilita mapear as necessidades das famílias para além da moradia. Aí conseguimos, de fato, investir em outros programas sociais. Só assim você tem a chance de fazer uma alavancagem da condição social dessas famílias. A concessão da moradia é a garantia de um primeiro direito.” Favela do Moinho, localizada na região do Bom Retiro, Centro de São Paulo. Reprodução/TV Globo Garantias à população A arquiteta e urbanista Rayssa Cortez, especialista em planejamento e gestão do território, acredita que a desocupação definitiva das pessoas depende de uma série de garantias, como não serem removidas à força. “Quando o processo é levado da maneira correta, as pessoas sabem para onde vão e todas as famílias de uma comunidade já terão aceitado sair do local que será entregue”, afirma. “É a partir daí, quando todos estiverem em suas novas casas, que dá para demolir sem ninguém circulando no local.” Demolições x descaracterização Nesta semana, moradores da Favela do Moinho protestaram justamente após a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) realizar demolições na área. Os manifestantes colocaram fogo em objetos na linha do trem, que cruza a comunidade. O governo federal alega que autorizou somente a descaracterização dos imóveis, ou seja, alterar as casas removendo elementos originais como fachadas, janelas, telhados, pisos. No caso de uma demolição, o imóvel é derrubado completamente, destruindo sua estrutura física. Moradores da Favela do Moinho, em Campos Elí¬sios, Centro de São Paulo, realizam protesto contra a desapropriação de suas casas, na manhã desta terça-feira, 22 de abril de 2025, e têm o governador Tarcísio de Freitas (Republicano) como alvo. ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Segundo Rayssa, que tem experiência em assistência técnica para habitação de interesse social, a descaracterização de casas como na Favela do Moinho, que possuí construções de alvenaria, mas também barracos construídos com madeira, pode causar riscos para a população. “[Na Favela do Moinho] a descaracterização está sendo feita em etapas, ou seja, as casas estão perdendo gradualmente suas características, como portas e janelas. Acredito que pode causar riscos para as pessoas porque as camadas de tijolo podem ficar soltas e, se bate um vento, se bate uma bola de crianças brincando, é mais fácil de cair”, conta. Por isso a importância de não haver pessoas no local no momento de uma desocupação. “É uma situação agravante em um contexto habitacional.” Minimizando riscos Quando as etapas de uma desocupação não são respeitadas, as demolições agravam os problemas sociais de uma área em um processo de reurbanização, segundo a doutoranda em planejamento urbano e regional Débora Ungaretti. “Fazem a demolição e deixam os escombros no local. O resultado, que também faz parte de uma estratégia, é um cenário de guerra na favela. Os escombros geram riscos para as crianças que brincam nas ruas, empoça água, gerando problemas de infestação de pernilongo ou bichos peçonhentos”, avalia. “Tudo isso aumenta dos problemas sociais que existem na favela, deixando inviável para as famílias continuarem naquele cenário. Então o Estado vai criando uma cena de fato consumada, de que a favela vai ser demolida, de que as pessoas têm que sair quanto antes.” Especulação imobiliária Em 2024, o preço de venda de imóveis residenciais na cidade de São Paulo apresentou uma alta de 6,56%, o maior número desde 2014, quando o acumulado anual foi de 7,33%. Os dados são do Índice FipeZAP. No mesmo ano, a Prefeitura de São Paulo divulgou Censo de Cortiços da Região Central de São Paulo e identificou um total de 1.080 cortiços na cidade. Funcionários da CDHU iniciam remoção de famílias da Favela do Moinho, no Centro de SP, na manhã desta terça-feira (22). TABA BENEDICTO/ESTADÃO CONTEÚDO O número, no entanto, pode ser maior, já que o perímetro da pesquisa abrange integralmente apenas os distritos Sé, República e Brás, e parcialmente os distritos Santa Cecília, Consolação, Bela Vista, Liberdade, Cambuci, Pari e Bom Retiro. O professor Celso Aparecido Sampaio defende o aumento de investimento em habitação para a população de baixa renda na cidade. "A gente tem uma legislação em São Paulo que favorece a entrada do setor imobiliário, que tem crescido e ampliado o 'retrofit' no centro da cidade", referindo-se a um esforço coordenado para revitalizar edifícios antigos, especialmente no centro da capital, enquanto os adaptam para usos comerciais ou até mesmo residências. No entanto, esses imóveis nem sempre são acessíveis. "A gente precisa de um investimento grande, um investimento forte, um investimento maciço para que talvez a gente dê uma oportunidade para pequenas construtoras se aliarem a movimentos sociais e talvez possa transformar essas grandes ocupações em moradias dignas." Segundo o professor, um dos caminhos é ouvir os movimentos sociais que têm propostas para cortiços, favelas e ocupações. “A Prefeitura de São Paulo tem levantamentos recentes. Agora precisam atuar também essas ocupações, onde moram três, cinco mil famílias, e transformá-las em moradias com qualidade. Espero que a gente aumente o investimento em habitação, para a área central e para o restante da cidade.” Fonte: G1

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linnpy Aprenda a preparar receita de coxinha de asa de frango com macaxeira

Receita que pode ser preparada com uma única panela foi apresentada no Inter TV Rural deste domingo (18). Prato foi ensinado pelo Inter TV Rural deste domingo (18) Inter TV Costa Branca O Inter TV Rural deste domingo (18) apresentou uma refeição praticamente completa que precisa de apenas uma panela durante o preparo. O gastrólogo Alexandre Dantas ensinou o passo a passo para preparar as coxinhas de asa de frango acompanhadas de macaxeira grelhada, feitas em uma frigideira. A receita é prática e deliciosa. 📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp Ingredientes 1 kg de coxinhas de asa de frango 600 g de macaxeira cozida em água e sal 3 dentes de alho triturados Suco de 1 laranja Água o suficiente para o cozimento Ervas aromáticas de preferência (vamos usar alecrim e cebolinha) 1 colher de sopa rasa de páprica picante (podemos substituir por páprica doce, açafrão da terra ou colorau) Azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto Modo de preparo Vamos utilizar a macaxeira previamente cozida, macia, porém ainda inteira. Retiramos a fibra central e reservamos. Na sequência, vamos temperar as coxinhas de frango. Em um recipiente espaçoso, colocamos as coxinhas, um fio de azeite, sal e pimenta-do-reino. A quantidade dos temperos é a gosto. É importante misturar bem para que os temperos se espalhem por igual em todos os pedaços. Após esse processo, acrescentamos o alho e a páprica picante e, por fim, o suco de laranja. Podemos adicionar também o alecrim. Misturamos mais um pouco. Com a proteína bem temperada, cobrimos o recipiente com plástico filme e levamos à geladeira por cerca de 30 minutos, para absorver bem o sabor dos temperos. O passo seguinte é no fogão. Escolhemos uma frigideira antiaderente espaçosa. Com ela já no fogo, colocamos um fio de azeite. Em seguida, colocamos as asinhas. Esperamos dourar de um lado e depois viramos, para que fiquem com a mesma cor dos dois lados. Vamos repetir esse processo com todos os pedaços do frango. Com as coxinhas douradas de todos os lados, é hora de adicionar uma quantidade de água dentro da frigideira, para formar um vapor. Tampamos a frigideira para que o frango cozinhe internamente sem ressecar. À medida que a água vai secando, vamos colocando um pouco mais de água para continuar o cozimento. Além disso, a água misturada à crosta que se forma no fundo da panela, vai formando um molho ao mesmo tempo em que o frango cozinha. Após alguns minutos nesse processo, o frango estará pronto. Ele fica macio, ao espetarmos com o garfo. Nessa receita, repetimos o processo de colocar água na panela três vezes. Em seguida, vamos retirar os pedaços de frango e reservar. Ainda na mesma panela, vamos grelhar os pedaços de macaxeira. Baixamos a chama do fogão, colocamos os pedaços de macaxeira e aguardamos até que fiquem levemente dourados dos dois lados. Quando estiver da cor desejada, podemos desligar o fogo. Levamos os pedaços de coxinha de asa e macaxeira para o recipiente onde serão servidas, em seguida, colocamos cebolinha a gosto e o prato está pronto. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN Fonte: G1

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wilson Fun Beach em Atibaia: Conheça nova atração de resort na cidade

Piscina com ondas, rio lento e bangalôs exclusivos para a diversão de toda a família O Bourbon Resort Atibaia inaugura a Fun Beach by Bourbon, um espaço que combina lazer e natureza em uma experiência única para todas as idades. Com piscina de ondas, rio lento e bangalôs exclusivos, a novidade amplia o leque de atrações do resort e oferece diversão para toda a família. Fun Beach by Bourbon Divulgação Integração com a natureza A Fun Beach destaca-se pela integração com a natureza. A estrutura preservou a vegetação local, que foi incorporada ao projeto paisagístico para criar ambientes que simulam uma praia natural. Piscina de ondas: com tecnologia para gerar diferentes intensidades de ondulação. Rio lento: um percurso tranquilo, perfeito para relaxar sobre boias. Praia: espaço para tomar sol e brincar, cercado por vegetação preservada. Palco sobre as ondas: perfeito para shows e outras atrações culturais. Bangalôs: espaço para quem valoriza tranquilidade e bem-estar, feito para descansar, curtir e se desconectar. Perto de São Paulo O Bourbon Resort Atibaia está a apenas uma hora da capital paulista, em área de fácil acesso na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo, passando por rodovias como Dom Pedro, Fernão Dias e Via Dutra. Quer saber mais? Acesse o site. Reservas: (11) 3512-8787 | WhatsApp: (11) 2119-4700. Quem apresenta o Turismo Atibaia e Região? A página Turismo Atibaia e Região é um oferecimento do Atibaia e Região Convention & Visitors Bureau – a ARC&VB, uma entidade representativa de toda a cadeia de empresários do setor turístico dos 12 municípios que compõem a região de Atibaia. Criado em 2004, o ARC&VB trabalha para desenvolver a atividade turística na região de forma sólida e sustentável. Fonte: G1

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linnpy Série de análises deve revelar a identidade de crânio encontrado ao lado de carta em rodovia; entenda cada uma delas

Perito forense Sergio Hernandez listou análises que podem ser realizadas para obter características do crânio, encontrado na Rodovia dos Imigrantes. Crânio estava no chão, ao lado de um prato branco, duas velas e uma carta. Crânio é encontrado com prato, velas e carta assinada por 'Sr Caveira' O crânio encontrado junto com um prato, uma carta e velas na Rodovia dos Imigrantes, na altura de Cubatão (SP), deve passar por uma série de processos para ser identificado. Ao g1, o perito forense Sergio Hernandez listou as análises realizadas para obter características do crânio. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o crânio está sob custódia do Instituto Médico Legal (IML) de Santos para passar por diversos exames. O caso é investigado como morte suspeita e encontro de cadáver. Um recado, assinado como ‘Sr. Caveira’, fazia pedidos a quem o encontrasse (veja adiante). Em nota, a SSP-SP informou que o crânio está sendo submetido a exames para identificar características antropométricas, como o sexo da vítima, faixa etária e possíveis traços étnicos, bem como eventuais indícios sobre a causa e as circunstâncias médico-legais da morte. Formado em Ciências Criminalísticas no Chile, o perito Sergio Hernandez explicou ao g1 que o processo de decomposição que deixa apenas os ossos expostos, conhecido como esqueletização, é a última fase dos fenômenos cadavéricos. Por isso, a morte deve ter ocorrido há bastante tempo. “Depende de vários fatores: da temperatura, do ambiente, do local, da umidade, do calor. Mas, em tese se demora alguns meses até anos”, afirmou Hernandez. Apesar disso, o especialista informou que análises da perícia no crânio são capazes de revelar características físicas da vítima. “Já existem classificações para identificar se um crânio corresponde a mulher, homem, criança ou adulto, até justamente grupo étnico”, afirmou. Segundo ele, essas informações normalmente são usadas pela polícia para filtrar boletins de ocorrência de desaparecidos. “Com todos os dados, é possível recriar a face do indivíduo para publicação em mídias e comparação facial com pessoas desaparecidas”, explicou o perito, que listou os processos realizados pela perícia: Craniometria: medidas específicas do crânio, como comprimento, largura, altura e ângulos, usadas para comparar com dados de diferentes grupos populacionais e estimar características, como sexo e ancestralidade; Análise morfológica: características como o formato da abertura nasal, o tamanho dos olhos e a forma da mandíbula, que podem fornecer informações sobre a idade, o sexo e a ancestralidade; Análise odontológica: condição dos dentes (presença, desgaste, forma, tamanho), usada para estimar a idade do indivíduo e fornecer informações sobre hábitos alimentares e doenças. Análise de suturas: forma como as suturas cranianas [pontos de junção] se unem pode ajudar a estimar a idade e o sexo; Análise de traumatismos: estudo de lesões ou ferimentos no crânio pode fornecer informações sobre a causa da morte ou a dinâmica de um evento traumático; Reconstrução facial: criar uma representação facial do indivíduo com base no crânio. De acordo com Hernandez, o prazo legal para expedição de um lado pericial é de dez dias. “Após essas primeiras etapas, acredito que se passará para a segunda etapa de identificação forense, ou seja, identificar quem seria essa pessoa. Podem vir outras análises a serem feitas, como DNA”, finalizou. Carta foi encontrada ao lado de crânio na Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão (SP) g1 Santos Crânio e carta Ao lado do crânio, havia uma carta escrita em papel de caderno. Ela estava datada como 10 de abril de 2025 e dizia que a pessoa que lesse estaria se encontrado com uma "força extraordinária”. “Não descarte essa oportunidade”, diz o primeiro parágrafo. A pessoa que escreveu a carta se identificou como ‘Exu Caveira’ [entidade reverenciada nas religiões afro-brasileiras, principalmente Umbanda e Candomblé] no meio do recado, que desejava caminhos de “luz e amor” ao leitor. Veja, abaixo, o texto na íntegra: "Não descarte essa oportunidade. Você acaba de se encontrar com uma força extraordinária. Seus caminhos serão de luz e amor. Eu sou Exu Caveira. Aqui está tudo de que precisa. Não mostre para ninguém Seja seu segredo Deixa que eu te protejo. Só peço acenda uma vela preta ou vermelha e deixe uma bebida Estamos juntos a partir de agora Sr Caveira” . O que diz a Polícia Civil Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo 3° Distrito Policial (DP) de Cubatão. De acordo com a pasta, o delegado aguarda a conclusão dos laudos periciais, que estão em andamento, para proceder com a análise. A equipe realiza diligências para esclarecer os fatos. Crânio foi encontrado com um prato, uma carta e velas na Rodovia dos Imigrantes, SP g1 Santos VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos Fonte: G1

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linnpy Câmara do Rio fará audiência pública sobre mancha escura no mar da Barra da Tijuca

Globocop fez imagens do problema na quarta-feira Mancha escura gigante tinge o mar da Barra da Tijuca O presidente da Câmara Municipal do Rio, Carlo Caiado, vai convocar uma audiência pública para discutir a origem e os impactos da mancha escura que surgiu no mar da Barra da Tijuca, principalmente nas proximidades da Praia do Pepê. A proposta é esclarecer se a mancha tem relação com problemas na rede de esgoto, falhas ambientais ou processos naturais ligados às lagoas da região. Na quarta-feira (14), o Globocop fez imagens de uma água escura saindo do Canal da Joatinga e se estendendo por quilômetros pela orla (veja acima). Equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) coletaram amostras da água e, na sexta-feira (16), informaram que foi detectada uma "concentração de matéria orgânica maior do que a estipulada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)". Com isso, foram considerados impróprios para o banho de mar os seguintes pontos: Quebra-Mar (em frente à Rua Sargento João de Faria), em frente ao 2º GBM (Bombeiros), e em frente ao Riviera Country Club. Todo o restante da orla das zonas Sul e Oeste do Rio estava próprio ao mergulho. Dragagem prevista para terminar em 2027 Canal da Joatinga desagua na Barra da Tijuca Reprodução/TV Globo Em uma análise preliminar, técnicos do Inea dizem que o fenômeno registrado nesta quarta é provocado pela variação da maré e, geralmente, não prejudica a qualidade da água do mar nem traz riscos à saúde banhistas. A Iguá informa que está investigando a origem da mancha e o que a teria provocado. Disse ainda que iniciou a dragagem do complexo lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá há um ano, com previsão de conclusão em 2027. O Globocop flagrou a água barrenta que vem das lagoas de Jacarepaguá e desagua na Praia do Pepê Reprodução/TV Globo Esgoto de Rio das Pedras deságua na Lagoa da Tijuca, no complexo de Jacarepaguá Reprodução/TV Globo Pouco depois das 12h, por conta da cor da água, nenhum banhista se arriscava a entrar no mar Reprodução/TV Globo Lagoa da Tijuca, uma das lagoas do complexo de Jacarepaguá Reprodução/TV Globo Fonte: G1

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linnpy Cidade com mais trechos afetados pela erosão costeira no Ceará já perdeu até 81 metros de faixa de areia

O município de Acaraú, no litoral oeste do Ceará, tem cerca de 38 km de praia com processo de erosão considerada crítica. Praia de Arpoeiras, em Acaraú, tem um muro de contenção contra processos erosivos desde 2020 Cientista Chefe Meio Ambiente/Planejamento Espacial Ambiental (2024) Acaraú é o município cearense com mais trechos afetados pela erosão costeira e tem áreas onde o mar já avançou em até 81 metros nos últimos oito anos. A cidade tem mais da metade da faixa com erosão considerada crítica, conforme o Plano de Ações de Contingência para Processos de Erosão Costeira (PCEC), lançado em março deste ano. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp O documento foi elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). 📍 Situada no litoral oeste do Ceará, Acaraú conta com cerca de 50 km de faixa de praia. Segundo o documento, aproximadamente 38 km da linha da costa entram na categoria de erosão crítica. Estacas de madeira e barreiras de contenção foram alguns dos elementos utilizados para tentar deter os prejuízos causados pelo avanço do mar na região. Como foi feito o diagnóstico Ceará tem 215 de 553 pontos do litoral em erosão crítica Para os dados trazidos no PCEC, foram gerados transectos (linhas imaginárias traçadas de forma perpendicular à costa) posicionados na plataforma CASSIE — uma ferramenta web que realiza a detecção e análise automática da linha de costa a partir de imagens de satélite. Esses transectos foram distribuídos a cada 1 km ao longo da costa, possibilitando o cálculo das variações da faixa de areia entre 2016 e 2024. 🔎 Ao todo, foram estabelecidos 553 transectos distribuídos nos 20 municípios do Ceará com frente marítima. A partir dessa análise, foi possível constatar que todas as cidades litorâneas do Ceará sofreram avanço do mar por causa da erosão. O estudo classificou os pontos da seguinte maneira: 🔴 Erosão Crítica (Recuo maior que 1 metro por ano) 🟠 Erosão Moderada (Recuo entre 0,5 e 1 metro por ano) 🟡 Estabilidade(Variação entre - 0,5 e 0,5 metro por ano) 🟢 Progradação (Avanço maior que 0,5 metro por ano) Nesta análise por classes de erosão, Acaraú aparece com o maior número de transectos em erosão crítica nos últimos oito anos. Em segundo e terceiro lugar, aparecem os municípios de Caucaia e Camocim com maiores quantidades de trechos em erosão crítica (veja gráfico abaixo). Duas visitas de campo, em maio e junho de 2024, registraram de perto os efeitos nos principais núcleos de erosão costeira no Ceará. A equipe de pesquisadores do Programa Cientista Chefe Meio Ambiente realizou o trabalho de campo em parceria com servidores da SEMA e da Defesa Civil do Ceará. Efeitos em Acaraú Em Acaraú, foram analisados 46 transectos. Enquanto 38 deles foram classificados com erosão crítica, dois apontaram estabilidade e 7 tiveram o processo de progradação (avanço da praia em direção ao mar). O documento destaca que a erosão afeta cerca de 40 km da costa do município. O fenômeno abrange sete praias: Volta do Rio Espraiado Arpoeiras Aranaú Morgado Carrapateiras Barrinhas Alguns dos efeitos observados na costa de Acaraú afetam principalmente três destas praias. Confira abaixo as informações trazidas sobre elas no diagnóstico, que analisou imagens de satélite e fez visitas de campo. 📍 Praia do Espraiado Estacas de madeira foram colocadas em área com avanço do mar, na Praia do Espraiado Cientista Chefe Meio Ambiente/Planejamento Espacial Ambiental (2024) Situada em região com uma vila de pescadores, o trecho tem um recuo de 33 metros por conta do avanço do mar. A cada ano, o mar avança cerca de 4,7 metros na região. No local, foram identificadas estratégias da população para conter o problema: estacas de madeira, pequenos blocos de rocha e aterros. 📍 Praia da Volta do Rio Barreira de contenção também foi colocada perto de parque eólico, na Praia da Volta do Rio Cientista Chefe Meio Ambiente/Planejamento Espacial Ambiental (2024) Na praia com cerca de 6 km de extensão, o documento aponta processos de erosão que causaram até 81 metros de recuo da faixa de praia. Estas variações podem estar associadas ao tipo de morfologia da costa e às formas de ocupação, segundo o estudo. Na região, existe um parque eólico na faixa de praia. Conforme o documento, a presença de enrocamento (conjunto de blocos de pedra ou outros materiais) na frente dos aerogeradores é uma evidência forte da erosão naquele trecho. 📍 Praia de Arpoeiras Praia de Arpoeiras, em Acaraú, também teve registro de processos erosivos na última década Cientista Chefe Meio Ambiente/Planejamento Espacial Ambiental (2024) A praia tem aproximadamente 7 km de extensão e registrou trechos com avanço do mar entre 9 e 18 metros. Por ano, o mar avança cerca de 1,5 a 2,8 metros na região. Um enrocamento de cerca de 300 metros foi construído no setor turístico da praia, onde ficam barracas e outros comércios. O muro de contenção de Arpoeiras foi entregue pelo Governo do Ceará em dezembro de 2020. O equipamento foi planejado para conter a erosão e possíveis enchentes na região, recebendo investimento de R$ 2,8 milhões. A Praia de Arpoeiras também é conhecida pelo fenômeno natural da “praia seca”, que deixa uma diferença de até 4 metros entre a maré alta e a maré baixa. Entenda o que é a erosão costeira Mar avança há anos na orla do Icaraí, em Caucaia Fabiane de Paula/SVM As praias podem ter diferentes composições — arenosas, argilosas ou rochosas — e se formam nas áreas onde ocorrem as variações das marés. Segundo o professor Jeovah Meireles, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), a dinâmica das ondas, especialmente durante a maré cheia, movimenta constantemente os sedimentos, como a areia, ao longo da costa. Essa movimentação é guiada pelo ângulo em que as ondas quebram na faixa de areia, um processo influenciado pelos ventos alísios, correntes de ar constantes e regulares que sopram dos trópicos em direção à linha do Equador. LEIA TAMBÉM: Erosão costeira causa avanço do mar em todas as 20 cidades litorâneas do Ceará, aponta estudo Avanço do mar e erosão costeira preocupam moradores de diferentes cidades do Ceará Praia no Ceará já perdeu mais de 100 metros de faixa de areia em 40 anos devido ao avanço do mar A energia gerada por essas ondas garante o transporte contínuo das areias ao longo do litoral. No entanto, quando essa areia não é reposta — seja por sedimentos vindos de praias vizinhas, por rios ou por outros processos naturais —, o volume de areia diminui e dá início ao processo de erosão. A erosão pode ser intensificada tanto por mudanças climáticas, como por atividades humanas. Ocupação urbana e retirada de areia, interferência nos rios e barragens e a elevação do nível do mar são alguns dos aspectos que potencializam a erosão. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: Fonte: G1

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linnpy Plantio sem uso do solo: produtor rural usa técnica de hidroponia para cultivar alface em Roraima

Plantas são cultivadas apenas com a aplicação de água e nutrientes. Técnica tem um sistema de reaproveitamento, que torna o cultivo das hortaliças mais sustentável e econômico. Engenheiro agrônomo e produtor rural Victor Bosio, que cultiva alface com o sistema hidropônico em Roraima. Naamã Mourão/Rede Amazônica Coentro, cebolinha e o alface são algumas das hortaliças que podem ser cultivadas com a hidroponia, uma técnica que utiliza apenas água e nutrientes para cultivar plantas, sem o uso do solo. Em Roraima, produtores rurais têm apostado no modelo como estratégia para aumentar a produção de forma econômica, mais sustentável e com maior qualidade ao consumidor. O assunto foi um dos destaques do Amazônia Agro deste domingo (18), na Rede Amazônica. ✅ Receba as notícias do g1 Roraima no WhatsApp Com uma estrutura que não utiliza terra, a técnica de cultivo substitui o solo pelo cultivo na água, onde é possível controlar melhor os nutrientes necessários ao plantio, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio. O engenheiro agrônomo e consultor Victor Bosio é um dos produtores que utilizam o sistema hidropônico em Roraima. Proprietário de uma área de produção voltada ao cultivo de alface no Colina Park, zona rural de Boa Vista, ele cultiva a hortaliça em um espaço de aproximadamente 1.820 metros quadrados. A produção é voltada a atender ao mercado da capital roraimense. "Despertou o nosso interesse devido a grande procura por hortaliças de alta qualidade aqui no nosso estado. Nós adquirimos de um antigo produtor que resolveu sair da atividade, então nós vimos como uma oportunidade de negócio fazer um investimento numa estrutura que já estava montada, e dar continuidade nesse segmento", conta o produtor. Horta hidropônica de alface em Roraima. Naamã Mourão/Rede Amazônica Com manejo considerado sustentável, o cultivo prioriza o uso de insumos biológicos, evitando o uso de defensivos agrícolas. O sistema conta com cinco caixas d'água de 5 mil litros cada, que abastecem toda a estrutura. 💧 A água traz os nutrientes e percorre as canaletas de PVC onde as mudas de alface são cultivadas. A irrigação é controlada automaticamente: as bombas são acionadas, de forma aleatória, a cada quinze minutos entre 6h e 18h, garantindo o suprimento ideal para o crescimento das plantas. “A gente tem tipos [de manejo]. O de águas profundas, a solução nutritiva e a oxigenação. Ela é frequente, então a raiz da planta está 100% em contato com a água, como se fosse um piscinão e essa planta estivesse suspensa em umas placas de isopor, basicamente isopor, e ela está 100% em contato com a água e a solução nutritiva", explicou o engenheiro agrônomo. Alface é cultivado com a técnica de hidroponia, sem o uso do solo, em Roraima. Naamã Mourão/Rede Amazônica A sustentabilidade, segundo o produtor, é o diferencial do modelo de plantação já que a produção hidropônica tem uma irrigação cíclica, o que evita o desperdício de água. Além disso, o investimento com itens, como fertilizantes e defensivos, é menor em relação ao cultivo convencional. "Nesse caso, de forma suspensa, a água é bombeada do lado da caixa, ela chega até essas canaletas, passa por elas, a planta absorve a água e o nutriente necessário, ela retorna novamente para a caixa”, ressaltou Victor. LEIA TAMBÉM: Agronegócio, produção rural: tudo sobre o Amazônia Agro Produtores de Roraima reagem à liberação para exportar frutas: 'Nossa produção era tratada como droga' Produção de tambaqui cresce 20% em dois anos em Roraima Além do controle sobre os nutrientes, a estufa também possui um sistema de nebulização que ajuda a manter a temperatura ideal para o cultivo. Quando o calor aumenta, aspersores são acionados para umedecer o ambiente por três a quatro minutos, e regula a temperatura na estufa. “A gente tem aqui uma diminuição de mão de obra, nós temos a diminuição de entrada de agroquímicos, e nós temos também a questão da ambientação e da intensificação da produção, no qual a gente consegue adensar e produzir mais em menos espaço”, completou Victor Bosio. Para este ano, a expectativa do produtor rural é aumentar o alcance dos produtos hidropônicos no mercado roraimense e expandir a área de produção. Produtor rural cultiva alface sem o uso do solo na zona Rural de Boa Vista, em Roraima. Naamã Mourão/Rede Amazônica Leia outras notícias do estado no g1 Roraima. Fonte: G1

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bruno.sampaio Papa Leão XIV pede amor e unidade e critica sistema que marginaliza os pobres em missa inaugural

Celebração na Praça de São Pedro marcou oficialmente o início do pontificado. Evento começou às 10h do horário local (às 5h no horário de Brasília). Papa Leão XIV recebe Anel de Pescador durante missa inaugural de seu papado, em 18 de maio de 2025. REUTERS/Guglielmo Mangiapane O papa Leão XIV celebrou na manhã deste domingo (18) sua missa de entronização, inaugural de seu pontificado e que marca oficialmente o início de seu período à frente do Vaticano e da Igreja Católica. A celebração, na Basílica e na Praça de São Pedro, teve início às 10h do horário local, 5h no fuso de Brasília. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Papa Leão XIV chegou à Praça de São Pedro para a celebração em um papamóvel enquanto dezenas de milhares de fiéis, incluindo dezenas de líderes mundiais, lotavam a praça e as ruas ao redor do Vaticano esperando para o celebrar como o novo líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo. Na homilia, o papa pediu união e amor à humanidade, e condenou o sistema econômico que explora os recursos da terra e marginaliza os pobres —a fala remete seu antecessor, Francisco. Leão XIV também pediu por uma Igreja Católica unida que seja um "fermento" de esperança e unidade para um mundo reconciliado. "Quero uma Igreja unida, que seja fermento para um mundo reconciliado. Ainda vemos demasiado dano e discórdia causadas pelo ódio por um paradigma humano que explora os recursos da terra e marginaliza os pobres. (...) Dentro dessa massa, queremos ser um pequeno fermento de esperança e de unidade. Olhai para Cristo, aproximem-se dele. Escutem a palavra de amor para que se torne sua única família", afirmou o pontífice. Durante a celebração, o pontífice recebeu dois itens simbólicos, o Pálio, pano branco de lã que representa o papa como pastor à frente da Igreja Católica, e o Anel de Pescador, individual de cada papa e item importante para selar documentos. Leia mais sobre os itens. Os itens foram dados ao papa em frente ao altar, uma pequena alteração no procedimento para atender a uma requisição do novo pontífice. Leão XIV também renunciou ao tradicional trono, que era geralmente colocado atrás do altar. Leão XIV se emocionou ao mencionar os dias de tristeza, como ele chamou, após a morte do papa Francisco, quando a Igreja ficou sem seu pastor máximo. A homilia dada por ele na celebração deu mais indícios de continuidade do pontificado de seu antecessor, de tom pastoral e pela união, o cuidado com a Terra, os mais pobres e os marginalizados. Leão XIV pregou ainda união da Igreja com povos e países que o catolicismo não seja o predominante, um apelo significativo diante da polarização existente nos Estados Unidos, país natal de Leão XIV, e em outras partes do mundo. Ao chegar à Basílica de São Pedro, Leão XIV foi até a tumba de Pedro, considerado o primeiro papa da História, em um gesto litúrgico e fez orações junto a suas relíquias. Depois, o pontífice seguiu para a Praça de São Pedro. No início da missa na praça, Leão XIV jogou incenso e aspergiu água benta no palco da celebração, em gesto simbólico para abençoar toda a Igreja Católica neste novo pontificado. Papa Leão XIV durante missa de entronização, que marca o início de seu papado, em 18 de maio de 2025. REUTERS/Guglielmo Mangiapane LEIA TAMBÉM: União entre homem e mulher é fundação da família, diz papa Leão XIV Pálio e Anel do Pescador: entenda simbologia dos itens recebidos por papa Leão XIV durante missa inaugural Portugal faz novas eleições neste domingo para definir Parlamento e primeiro-ministro; centro-direita é a favorita para governar Papa Leão XIV faz missa inaugural Reuters Uma multidão de fiéis lotou a praça e as ruas ao redor em Roma, no maior evento no Vaticano desde o funeral do antecessor de Leão XIV, o papa Francisco, em 26 de abril. Apoiadores carregavam bandeiras dos EUA e do Peru para saudar o primeiro papa dos Estados Unidos. Nascido em Chicago, o pontífice de 69 anos passou muitos anos como missionário no Peru e também possui cidadania peruana, sendo assim o primeiro papa ligado a essa nação sul-americana. Alguém na multidão gritou "White Sox, White Sox", referindo-se ao time de beisebol de Chicago que está na parte inferior da classificação da Liga Americana. Leão nunca abandonou o time, apesar do desempenho fraco recente, e seus colegas torcedores esperançosos acreditam que seu apoio possa tirá-los da má fase. As pessoas entoavam "Viva il Papa" ("Viva o Papa", em português) e "Papa Leone", seu nome em italiano. O papamóvel de teto aberto estava cercado por mais de uma dúzia de seguranças enquanto percorria a praça e a longa avenida que leva ao rio Tibre, em sua primeira volta. O veículo se moveu rapidamente, mas parou brevemente duas vezes para que Leão pudesse abençoar três bebês. Robert Prevost, relativamente desconhecido no cenário mundial e que se tornou cardeal apenas dois anos atrás, foi eleito papa em 8 de maio após um conclave curto que durou menos de 24 horas. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, um convertido ao catolicismo que teve desentendimentos com Francisco sobre as políticas rígidas de imigração do governo Trump, lidera a delegação americana ao lado do secretário de Estado Marco Rubio, também católico. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também compareceu, como fez no funeral de Francisco, quando teve conversas presenciais com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Basílica de São Pedro. Zelensky se encontrou pela última vez com Vance em fevereiro na Casa Branca, quando os dois discutiram intensamente diante da mídia mundial. Também participaram da cerimônia no Vaticano os presidentes do Peru, Israel e Nigéria, os primeiros-ministros da Itália, Canadá e Austrália, o chanceler alemão Friedrich Merz e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Muitos membros da realeza europeia estavam nos assentos VIP próximos ao altar principal, incluindo o rei Felipe e a rainha Letizia da Espanha. Foco na paz Papa Leão XIV é vestido com Pálio durante missa inaugural de seu papado, em 18 de maio de 2025. REUTERS/Yara Nardi Em diversos sermões e comentários desde sua eleição, Leão elogiou repetidamente Francisco, mas não deu muitos indícios sobre se continuará com a visão do falecido pontífice de abrir a Igreja ao mundo moderno. Sua homilia neste domingo provavelmente indicará algumas das prioridades de seu papado, já tendo deixado claro nos últimos 10 dias que promoverá a paz sempre que possível. Suas primeiras palavras ao aparecer para a multidão na Praça de São Pedro na noite de sua eleição foram "A paz esteja com todos vocês", ecoando palavras usadas pelos católicos em suas celebrações. Em um discurso de 14 de maio a autoridades das Igrejas Católicas Orientais, muitas das quais estão baseadas em zonas de conflito como Ucrânia e Oriente Médio, o novo papa prometeu fazer "todo esforço" pela paz. Ele também ofereceu o Vaticano como mediador em conflitos globais, dizendo que a guerra "nunca é inevitável". A missa de domingo contará com orações em vários idiomas, em reconhecimento ao alcance global da Igreja de 1,4 bilhão de membros, incluindo latim, italiano, grego, português, francês, árabe, polonês e chinês. Como parte da cerimônia, Leão também receberá formalmente dois itens ao assumir o papado: uma vestimenta litúrgica chamada pálium — uma faixa de lã de carneiro que representa seu papel como pastor — e um anel especial conhecido como anel do pescador. O anel cerimonial de ouro é fundido especialmente para cada novo papa e pode ser usado por Leão para selar documentos. Ele apresenta um desenho de São Pedro segurando as chaves do Céu e será quebrado após sua morte, marcando o fim de seu papado. No sábado (17), o Vaticano divulgou uma lista das autoridades que vão participar da solenidade. Entre os destaques, estão o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance. O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, irá representar o País na missa. O papa já celebrou uma missa na Capela Sistina, na última sexta-feira (9), após ser eleito. O evento, no entanto, foi restrito aos cardeais que o elegeram. Novo papa Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV, foi eleito na quinta-feira passada (8). Ele sucede ao papa Francisco, que assumiu em 2013 e morreu em abril deste ano. Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Leão XIV é o primeiro papa americano da história. Ele tem 69 anos, é agostiniano, considerado progressista e próximo de Francisco. Leão XIV também tem cidadania peruana, adquirida após anos de missão no país, onde foi nomeado bispo em 2015. Segundo o jornal "La República" de Lima, ele trabalhou com comunidades carentes e, entre idas e vindas do país, foi nomeado bispo da cidade de Chiclayo em 2015 — o mesmo em que adquiriu a nacionalidade do país sul-americano. Papa defende imigrantes e família tradicional formada por homem e mulher Fonte: G1

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wilson Parque Nacional da Tijuca mostra como favelas e florestas dividem o verde

Exposição apresenta fotos de jovens do Salgueiro e da Formiga e destaca a contribuição das favelas na preservação do meio ambiente. Exposição 'Favelas e Florestas' Divulgação O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, sedia até junho a exposição "Favelas e Florestas", que traz uma perspectiva inédita sobre a relação entre as comunidades periféricas e a natureza. A mostra, inaugurada no dia 7 de maio, apresenta 14 fotografias produzidas por crianças e adolescentes das favelas do Salgueiro e da Formiga, revelando olhares sensíveis sobre a convivência com a maior floresta urbana replantada do mundo. A exposição é resultado de um projeto idealizado pelo Observatório de Favelas em parceria com o ICMBio, o Coletivo Formigação e o Instituto Sal-Laje. A iniciativa conta com apoio cultural do Oi Futuro e patrocínio da Serede, da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. As imagens foram produzidas entre março e abril deste ano, durante oficinas que combinaram fotografia e atividades de educação ambiental realizadas tanto em áreas urbanas quanto na floresta. O resultado é um convite à reflexão sobre os vínculos históricos, afetivos e territoriais entre as comunidades e a Floresta da Tijuca. Exposição 'Favelas e Florestas' Divulgação Para Isaura Bredariol, analista ambiental do ICMBio e responsável pela área socioambiental do Parque Nacional da Tijuca, a exposição contribui para desconstruir preconceitos. “Nesta exposição, o visitante é convidado a superar estigmas e conhecer a sensibilidade dessa vizinhança pelas lentes de jovens moradores que já constroem um futuro com mais consciência.”, explica. A mostra é gratuita e fica no salão localizado sob a praça de alimentação do Centro de Visitantes Paineiras. O espaço é dividido em quatro núcleos: uma entrada com ficha técnica e texto curatorial; o corpo principal com os painéis fotográficos; uma mesa interativa com miniaturas e postais; e uma área de convivência com elementos naturais, como almofadas, esteiras e sons que remetem à floresta. Segundo Lino Teixeira, coordenador do projeto e do eixo de Políticas Urbanas do Observatório de Favelas, a proposta desafia a narrativa tradicional que associa as favelas à degradação ambiental. “Ela mostra que os territórios populares possuem saberes ancestrais e tecnologias sociais fundamentais para o cuidado com a natureza e a preservação da Floresta da Tijuca.” Exposição 'Favelas e Florestas' Divulgação Serviço Exposição Favelas e Florestas Local: Centro de Visitantes Paineiras, no salão embaixo da praça de alimentação Endereço: Estr. das Paineiras - Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ, 20531-540 (link do endereço no GoogleMaps: https://g.co/kgs/UKyTRaH) Visitação: Até 1º de junho, das 8h às 17h Entrada: gratuita Fonte: G1

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linnpy Caminhoneira do interior de Minas conquista o Brasil no 'Domingão com Huck'

Janeth Silva se apresentou no quadro '3 Minutos pra Brilhar' e cantou 'Erro Gostoso', de Simone Mendes. Caminhoneira de Pitangui emociona o Brasil no 'Domingão com o Huck' Com a voz solta e as mãos firmes no volante, Janeth Silva conquistou o Brasil ao unir duas das maiores paixões: cantar e dirigir país afora. Natural de Martinho Campos e moradora de Pitangui, no Centro-Oeste de MG, a caminhoneira emocionou o público durante participação no quadro '3 Minutos pra Brilhar', do programa Domingão com Huck, da TV Globo. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Centro-Oeste de MG Janeth Silva cantou música de Simone Mendes durante apresentação Reprodução/TV Globo No programa, Janeth contou que ganhou destaque nas redes sociais ao publicar vídeos cantando enquanto dirige o 'Vermelhão', nome carinhoso dado ao novo companheiro de estrada, adquirido recentemente. Com um sorriso fácil, que a acompanhou durante toda a apresentação no palco do Luciano Huck, ela emocionou a plateia ao cantar a música 'Erro Gostoso', de Simone Mendes. Janeth Silva se apresentou no quadro 'Três minutos para brilhar' do Domingão com Huck, da TV Globo Reprodução/TV Globo Emocionada, a mineira expressou com orgulho o amor pela estrada, que, segundo ela, veio de berço. Cresceu cercada por caminhões e pela força de uma família de caminhoneiros. A paixão pela música, no entanto, floresceu com o incentivo do pai, o maior fã. “Meu pai me levava pras barraquinhas, pedia para as pessoas deixarem eu cantar, me colocava em cima de um banquinho. Ele sempre acreditou em mim”, disse, com lágrimas nos olhos e a voz embargada, durante o programa. Janeth ainda falou sobre a luta das mulheres na profissão e o desafio constante de provar o valor: “A gente é obrigada a fazer melhor que os homens, porque cobram mais da gente." Janeth de Pitangui no '3 Minutos para Brilhar ' do Luciano Huck Reprodução/Redes Sociais Sobre a música, ela mudou o timbre e defendeu: “Eu não canto por cantar. Eu canto porque eu amo cantar. Que nem eu amo dirigir, entende?”, disse. E esse amor foi sentido em cada nota, em cada olhar, em cada gesto durante os três minutos que teve para se apresentar no quadro, que dá destaque a diversas atrações artísticas. “Quando eu canto, eu entro dentro da música. A pessoa tem que levar aquilo pra quem tá ouvindo. E eu sou assim”, completou. Janeth de Pitangui com o "Vermelhão" Reprodução/Redes Sociais 📲 Siga o g1 Centro-Oeste MG no Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas Fonte: G1

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wilson Nanopartícula desenvolvida por pesquisadores goianos pode vir a combater o câncer de forma não invasiva com terapia térmica

Artigo foi destaque na capa da revista científica da Associação Americana de Química. Tratamento foi testado em camundongos com câncer de pele e tumor cerebral. Pesquisadores da UFG desenvolveram uma nanopartícula que pode vir a tratar o câncer Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram uma nanopartícula que pode vir a tratar o câncer de forma não invasiva. De acordo com o estudo, a partícula pode atuar no tratamento e diagnóstico com a utilização do óxido de ferro, por meio da terapia térmica. Testada em camundongos, a terapia ainda não tem previsão de ser aplicada em humanos. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O artigo foi destaque na capa da revista científica da Associação Americana de Química, a ACS Applied Materials & Interfaces. Segundo o professor do Instituto de Física da UFG e um dos autores do estudo, Andris Bakuzis, o diferencial da nanopartícula criada no Centro de Pesquisa Integrada em Nanomedicina (CNanoMed) é a utilização do óxido de ferro combinado a um sistema chamado de nanocarreador biomimético. “A partícula funciona como um Cavalo de Tróia, que vai se aproximar dos tumores, por ter proteínas cancerígenas colocadas em laboratório, mas ela também é capaz de tratar tumores com tratamentos acionados externamente pela equipe médica”, esclareceu. Para entender como isso funciona, é preciso saber do que essa partícula é feita. O professor explica que a partícula tem em torno de 100 nanômetros, menor do que a espessura de um fio de cabelo, células sanguíneas ou bactérias (veja no infográfico abaixo). Escala nanométrica com representação da nanopartícula Gil Jesus/CNanoMed O modelo é uma casca esférica, com uma cavidade interna onde são colocadas partículas ainda menores de óxido de ferro, como vários confetes. Na superfície, existe uma membrana esponjosa onde são adicionadas proteínas de células cancerígenas, que fazem com que essa nanopartícula seja atraída para os tumores. “Isso dá uma capacidade de interação forte entre essa nanopartícula e a célula tumoral. Então, se ela passa do lado, ela tem a maior afinidade para ser pega por essa células da região do tumor, explica Andris. Essa atração pode ser usada, em primeiro lugar, para diagnosticar tumores. Na pesquisa, o melanoma (câncer de pele) e o glioblastoma (tumor cerebral) foram induzidos em camundongos. A partir daí, os pesquisadores injetaram as nanopartículas e acompanharam o caminho feito até a chegada no tumor por meio de ressonância magnética, possível pela presença do óxido de ferro, que se destaca na imagem. “Se você consegue ver a partícula chegando, você também consegue fazer uma ação externa. E o interessante é que a gente pode acionar externamente, de maneira não invasiva, algum agente terapêutico naquela região”, explica. Segundo ele, tratamento com fármacos podem ser transportados pela partícula, que carrega as substâncias em uma membrana esponjosa. Entretanto, o destaque do estudo é o uso de outro tipo de tratamento: a terapia térmica. Professor Andris Bakuziz, do Instituto de Física da UFG. — Fotos: Divulgação/Secom UFG LEIA TAMBÉM: PEQUI EM PÓ: pesquisa da UFG desenvolve variação do fruto para ser usada na culinária e na indústria farmacêutica Cirurgia cerebral é feita pela 1ª vez em pesquisa que busca tratamento para obesidade UFG: Conheça os pesquisadores na lista de mais influentes do mundo, segundo Universidade de Stanford Terapia térmica Com a certeza de que a nanopartícula está no tumor, é possível acionar algum tipo de tratamento que é transportado por elas, como o testado com a chamada terapia térmica. No caso do estudo, a ação externa realizada é o aquecimento das partículas de óxido de ferro, por meio de um campo magnético. “Dependendo da intensidade de calor que eu deposito no tumor, eu posso só pelo calor, literalmente, aniquilar o tumor”, ressalta o pesquisador. Segundo Andris, o método, que também pode ser feito com laser, é parecido com a cauterização, um dos primeiros tratamentos contra câncer já utilizados na história. Com a técnica desenvolvida, é possível ter mais precisão com o método, principalmente em regiões mais sensíveis, como próstata e cérebro. Imagens que demonstram o ganho de calor das nanopartículas injetadas em lobo de porco. Reprodução/ACS Applied Materials & Interfaces O glioblastoma, tumor cerebral maligno de crescimento agressivo, é um dos cânceres mais difíceis de tratar. Segundo Andris, algumas características do tumor fazem com que a radioterapia e a quimioterapia sejam pouca efetivas, além de causarem diversos efeitos colaterais aos pacientes. Nesse sentido, o uso da terapia térmica aliada a precisão da aplicação para tumores de tratamentos mais complexos poderiam revolucionar a área. “Um agente terapêutico que é muito eficiente, pode ser tóxico para outras células. Se você aciona somente no local desejado, o resto do corpo fica menos penalizado pela presença desse agente terapêutico”, explica o professor. Segundo o pesquisador, o uso das partículas biomiméticas, com partes de células tumorais que “encontram” os tumores, para a terapia térmica vai demorar mais para chegar nas pessoas porque é muito mais complexo de construir. No entanto, a terapia térmica pode ser usada com nanopartículas que sejam apenas magnéticas (sem a propriedade biomimética) que já existem no mercado. ⁠Em ambos os casos, estudos clínicos ainda precisam acontecer. De acordo com o médico Adriano de Paula, gerente médico do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital Araújo Jorge, a pesquisa mostra resultados de uma tecnologia promissora que seria um sonho para pacientes e médicos. "Terapias alvo dirigidas como essa, já existem para alguns tumores e vem apresentando avanços sustentáveis, todavia ainda com limitações de acesso devido ao alto custo", ressalta. Outras aplicações Além do tratamento fototérmico, a nanopartícula ainda pode ajudar na maior aceitação de tratamentos tradicionais. Segundo o pesquisador, as nanopartículas são capazes de interagir com macrófagos, células do sistema imunológico que desempenham papel fundamental no tratamento de doenças e na defesa do organismo. “Em geral, observa-se que esses macrófagos estão em um estado do tipo M2, que atua na regeneração. Quando a gente injeta as nanopartículas, os óxidos de ferro, em particular, parecem modular essas células para um estado que a gente chama de M1”, conta. De acordo com a literatura, essa mudança acontece em um espaço chamado de microambiente tumoral. Se alterado, ele pode deixar o organismo mais suscetível a responder aos tratamentos tradicionais, como radioterapia e quimioterapia. As nanopartículas podem até mesmo atuar como plataforma vacinal contra o câncer. Segundo o professor, a injeção de partículas cancerígenas em corpos saudáveis pode fazer com que o organismo fortaleça o sistema imunológico contra a doença identificada. “Quando eu comparo um animal saudável que recebeu a injeção com animais que não receberam a injeção, a taxa de crescimento tumoral é muito maior naqueles animais que não receberam. Isso acontece porque o sistema imunológico aprendeu a reconhecer aquela doença e ficou mais forte”, explica o pesquisador. Apesar da possibilidade, a variedade de tipos de câncer é um desafio para o desenvolvimento desse tipo de tratamento vacinal. Entretanto, Andris acredita que todas essas evidências podem resultar em mais uma via interessante no futuro. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás Fonte: G1

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agnaldo_azevedo A Última Ceia: a restauração que mudou a história

Descubra como A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, foi salva do desastre por um trabalho obsessivo de 22 anos de restauração. O post A Última Ceia: a restauração que mudou a história apareceu primeiro em Olhar Digital. Fonte: Olhar digital

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r011 USP disponibiliza mais de 1250 livros para download de graça; veja como baixar

Veja mais acessando o Link Fonte original: https://www.correio24horas.com.br/brasil/usp-disponibiliza-mais-de-1250-livros-para-download-de-graca-veja-como-baixar-0525

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r011 O avião “disco voador” da marinha dos EUA

Um protótipo secreto da marinha que quase reinventou a aviação naval — conheça a história do Flying Flapjack. O post O avião “disco voador” da marinha dos EUA apareceu primeiro em Olhar Digital. Fonte: Olhar digital

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