

linnpy Por que participação feminina em cursos de exatas e engenharias na Unicamp segue estagnada há 17 anos
Em 2025, mulheres são minoria em cursos como engenharia da computação, engenharia mecânica e estatística, mas predominam em graduações como enfermagem, pedagogia e fonoaudiologia. Pesquisadora do Instituto de Química da Unicamp durante análise em laboratório de nanopartículas de magnetita e sílica, no estudo sobre dupla função contra o câncer, em Campinas Antoninho Perri/Ascom/Unicamp Há 17 anos, o percentual de mulheres ingressantes em cursos de exatas e engenharias da Unicamp, em Campinas (SP), segue estagnado. Isso porque, em quase duas décadas, a participação de mulheres matriculadas nesses cursos em relação aos homens nunca ultrapassou 34%. Especialistas e alunas ouvidas pelo g1 convergem em uma razão atribuída a esse cenário: a percepção de que existem carreiras específicas para homens e mulheres. Para reverter a situação, é preciso fazer com que meninas se interessem pela ciência desde a infância. Apesar de tudo o que se faz de igualdade de gênero no Brasil, estamos cansadas de saber que tem muito lugar que nem sabe o que é isso. [É preciso ter] Matérias de jornal, palestras, atividades lúdicas, feiras de ciência, coisas que mostrem a diversidade de opções, independente de gênero, e futuros promissores na carreira, inclusive para a mulher. Da estatística à medicina Os números mais recentes da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) mostram que, em 2025, as mulheres são minoria em cursos como engenharia de computação (11,96%), engenharia mecânica (20,57%) e estatística (25,35%). Já em cursos historicamente associados ao cuidado e à saúde, como enfermagem (75,61% de mulheres), pedagogia (87,76%) e fonoaudiologia (100%), elas predominam. Na medicina, 55,36% das matrículas são femininas. Diferença na prática Diulia Ribeiro Hostalácio, de 18 anos, estuda engenharia da computação na universidade. Neste ano, o curso teve 11 mulheres matriculadas e 81 homens. Segundo ela, entre as sete disciplinas cursadas no semestre, somente uma é ministrada por uma mulher. "É algo desafiador. É inegável que às vezes eu me sinto meio deslocada numa sala cheia de homens. Ainda assim, eu tenho muito orgulho do lugar que estou e sinto uma responsabilidade em torná-lo mais acolhedor para as futuras calouras", conta. Receba notícias da região de Campinas no WhatsApp Essa vontade de tornar o espaço mais atrativo para futuras engenheiras vem também do acolhimento que Diulia recebeu ao entrar na universidade. “As veteranas fizeram grandes esforços para nos acolher e tiveram vários eventos exclusivos para mulheres para estimular essa inclusão”. “No âmbito profissional, acredito que seja menos receptivo. As mulheres constantemente precisam se esforçar bem mais para serem tratadas com respeito e igualdade”, analisa a caloura. Ana Luísa Rosa, de 19 anos, é ingressante no curso de dança e vive uma realidade diferente. Na contramão da engenharia da computação, a graduação escolhida por ela teve 23 meninas matriculadas entre 25 estudantes. "Honestamente, eu acho que essa diferença de gênero do meu curso se dá muito pela sociedade que a gente vive hoje em dia, e digo pela sociedade machista mesmo, porque se a gente for lá atrás, quando todos nós da minha sala, por exemplo, éramos crianças e precisávamos entrar numa atividade física para gastar energia, para desenvolver altura, sistema cognitivo, as meninas sempre iam para o balé", diz Ana Luísa. Jovem que temia fazer 10º ano de cursinho em 2025 é aprovada em medicina Quebrando estereótipos O pioneirismo de Claudia Bauzer Medeiros, engenheira eletrotécnica, pesquisadora e professora titular do Instituto de Computação da Unicamp, em uma área do conhecimento comumente dominada por homens, se reflete no currículo. Além de ter presidido a Sociedade Brasileira de Computação, a pesquisadora recebeu prêmios nacionais e internacionais, incluindo dois títulos de Doutora Honoris Causa. É membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências e de conselhos científicos internacionais. Quando eu cheguei na Unicamp, em 1985, eu fui a quarta ou quinta doutora do atual Instituto de Computação. Dizem que fui a primeira ou segunda doutora em computação do Brasil. E havia quase que 50% de docentes mulheres na computação. Isso foi diminuindo, obviamente, porque tem menos mulheres ingressando no curso, então tem menos gente se formando do sexo feminino. Segundo Medeiros, estudos demonstram que essa “virada” na participação feminina em cursos de exatas foi um fenômeno mundial, ainda pouco entendido, mas que pode estar atrelado à competitividade do mercado de trabalho. “Na área de computação, houve uma virada, quando se começou a perceber que era uma profissão de futuro, e os homens começaram a competir. E aí, uma das razões que alegam é que as mulheres se retiraram porque não estavam tão interessadas nessa competição acirrada por dinheiro”, explicou. Para a docente, além de fomentar o interesse de meninas pela ciência desde a infância, é preciso quebrar o estereótipo de que, nos cursos voltados às engenharias e computação, há pouca ou nenhuma interação social. “Isso é uma coisa totalmente errada, porque a computação permeia nossas vidas. Tudo que é feito para a computação, usando computadores, afeta a sociedade, afeta todo mundo, em todos os setores do mundo, da vida”, disse Medeiros. Estudantes realizam a segunda fase do vestibular da Unicamp Pedro Amatuzzi/g1 O que diz a Comvest O diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, avaliou que a menor presença de mulheres nos cursos de engenharias e exatas está relacionada a fatores históricos e culturais que ainda moldam as escolhas profissionais. Ele destaca que os dados de aprovação acompanham, em geral, o perfil de quem se inscreve, com correlações entre gênero, raça e tipo de escola. “Isso vem mudando, evidentemente, e a Comvest busca acompanhar e estimular a presença de mulheres”, destacou. “Nada está fora da curva, mas estamos atentos e fazemos campanhas, estimulamos para que garotas prestem o vestibular nestas carreiras e que sejam desafiadas. Nesse sentido, as Olimpíadas de Conhecimento têm dado um grande impulso para perder certas barreiras, mas ainda estamos longe de ter uma equidade de gênero nos cursos de engenharia e exatas”, disse Freitas. *Estagiárias sob supervisão de Gabriella Ramos. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas Fonte: G1

linnpy VÍDEOS: Globo Comunidade de domingo, 1º de junho de 2025
Veja as reportagens do programa com as notícias do DF. Veja as reportagens do programa com as notícias do DF. Fonte: G1
hugo_dantas Netanyahu considera proposta do Hamas para cessar-fogo "inaceitável"
O primeiro-ministro israelita classificou este domingo de "inaceitável" a contraproposta do Hamas à mais recente proposta de cessar-fogo norte-americana, estando o grupo radical palestino disponível para libertar 10 reféns vivos e 18 mortos. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil


linnpy É época de colheita de cacau no interior de SP
Produtores do noroeste paulista esperam que colheita deste ano seja maior do que a do ano passado. Produtores do noroeste paulista tem apostado na plantação e na colheita de cacau usando o sistema de agroflorestal Reprodução/TV TEM A Fazenda São Luís, que fica em Tabapuã (SP), região noroeste do estado de São Paulo, foi pioneira na produção de cacau, fruto que é cultivado em meio a seringueiras e bananeiras. São 75 mil pés distribuídos em uma área de 170 hectares, em um sistema agroflorestal. Por semana, cerca de 1.300 caixas são colhidas. O produtor, José Celso Dias, espera que a colheita desse ano possa ser três vezes maior que a do ano passado. Ele explica que precisou realizar algumas mudanças para impulsionar a produção, aumentando o espaço entre as seringueiras, com corredores de 20 metros, assim, para que mais sol chegue até as mudas. As plantas são originárias da Bahia e se adaptaram ao clima seco da região. Mesmo assim, a propriedade conta com um sistema de irrigação e fertirrigação que ajuda no desenvolvimento da planta. Após a colheita, a polpa é retirada e levada para outro sítio, onde passa por fermentação em tanques que foram desenvolvidos por José. Depois, as amêndoas são secadas por sete dias a 50ºC. Cada saca é vendida por R$ 3,3 mil, e o destino é, principalmente, indústrias da Suíça e da Bahia. Em Olímpia (SP), a 30 quilômetros de Tabapuã (SP), Luiz Lopes cultiva o cacau em apenas três hectares. Natural do Pará, o produtor trouxe mudas híbridas do norte do país. E, com a ajuda dos filhos, espera poder colher mais de sete toneladas de amêndoas. Parte da produção já é transformada em sucos, geleias e chocolate artesanal. A família planeja abrir uma fábrica própria nos próximos meses. Para eles, o cacau virou sinônimo de oportunidade. Veja a reportagem exibida no programa em 01/06/2025: É época de colheita de cacau no interior de SP VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo Fonte: G1


wilson Menos atendimento, mais conversão: por que as marcas seguem errando?
Descubra como os chatbots estão revolucionando o e-commerce com personalização, inteligência e conversões reais. O post Menos atendimento, mais conversão: por que as marcas seguem errando? apareceu primeiro em Olhar Digital. Fonte: Olhar digital

r011 Jovem atleta do interior de SP realiza sonho no beisebol e assina contrato com time dos EUA: 'Me senti honrado'
Filho de ex-jogador cubano, Juan Carlos Muñiz Júnior começou no esporte aos 4 anos em Marília (SP) e superou pressão e incertezas até chamar atenção do Pittsburgh Pirates. Veja alguns lances de Juan, jovem atleta de Marília, como lançador no beisebol Natural de Marília e com apenas 17 anos, Juan Carlos Muñiz Filho realizou o sonho de muitas crianças, a maioria estadunidenses, que crescem com o bastão e a luva nas mãos: foi contratado pelo Pittsburgh Pirates, uma das franquias da Major League Baseball (MLB), após impressionar olheiros internacionais em testes no Brasil. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp A trajetória de Juan no esporte, que atua como lançador, começou cedo, já que teve contato com o beisebol desde os 4 anos, graças ao pai, Juan Muñiz Armenteros, ex-jogador cubano com passagem pelos EUA que se radicou no interior paulista. Em entrevista ao g1, Juan explica que incentivo por parte do pai serviu de impulso para o menino se apaixonar por um esporte pouco tradicional no Brasil, mas carregado de disciplina e respeito. "O que me faz ser apaixonado pelo esporte é a disciplina e respeito que o beisebol faz o atleta ter. Também, é muito bom ter um pai com que já jogou beisebol, por conta da experiência que ele tem e também ele acaba servindo com uma inspiração", afirma Juan. Para a família do jovem, o beisebol sempre foi mais que um esporte: “Representa oportunidade e também uma forma de diversão”, resume. Antes de chegar ao Pirates, Juan encarou uma rotina intensa de treinos Arquivo Pessoal/Reprodução Caminhada ao sucesso Antes de chegar ao Pirates, Juan encarou uma rotina intensa de treinos. No Brasil, o dia era dividido entre exercícios físicos e práticas específicas de arremesso e mecânica. Juan começou a jogar aos quatro anos no Tbol, adaptação do esporte para pequenos Arquivo Pessoal/Reprodução Mas como todo atleta, Juan também passou por momentos difíceis. Um dos momentos mais delicados aconteceu no início de 2025, quando ele já havia ultrapassado a idade ideal para assinar contrato. Nesse momento de dúvidas e pressão, Juan teve certeza que sua família lhe daria todo o apoio: "Uma mensagem que me marcou e mudou minha forma de pensar, foi uma frase que a minha mãe, que disse 'ainda não é o momento, a sua hora vai chegar'", contou Juan. A virada aconteceu quando um olheiro brasileiro do Pirates levou um chefe norte-americano para assistir aos treinos. Entre tantos jogadores, o desempenho de Juan chamou atenção e, no dia seguinte, veio a notícia de que ele seria contratado: "Me senti honrado. Eu fiquei muito feliz que eu iria realizar um sonho que eu tinha desde criança." Juan sempre contou com o apoio da família para conquistar seus sonhos no esporte Arquivo Pessoal/Reprodução Nova vida na República Dominicana Vestir o uniforme oficial da equipe dos Estados Unidos foi um momento marcante para Juan. Ele conta que se sentiu honrado em representar uma equipe da MLB. Aos 17 anos, Juan Carlos Muñiz Filho, de Marília, foi contratado pelo Pittsburgh Pirates Arquivo Pessoal/Reprodução Ao lado de outros jovens atletas, Juan vive em um complexo do Pittsburgh Pirates, na República Dominicana. A adaptação, segundo ele, foi mais tranquila do que o esperado. “A adaptação está sendo fácil, por conta que a alimentação e o clima são semelhantes ao do Brasil. Em questão do idioma, também está sendo fácil porque eu já sabia falar espanhol”, explica. A convivência com outros atletas e treinadores também flui bem, já que eles ajudam ao máximo o jovem. Fora dos campos, a vida também ensina: “Aqui eles cobram muito respeito, disciplina e compromisso”, destaca. Próximos passos A trajetória até o momento atual é conduzida pelo apoio familiar. O irmão, Luiz Felipe, também já passou por experiências fora do Brasil com o esporte. E os pais estão orgulhosos com as conquistas do filho: “Ficaram muito contentes de me ver realizando um sonho”, conta. Em alguns anos, Juan espera estar prestes a estrear na MLB, o principal palco do beisebol mundial. Para os jovens brasileiros que também desejam seguir esse caminho, ele manda o recado: “Nunca desista do seu sonho e sempre dê o seu máximo”. Em alguns anos, Juan espera estar prestes a estrear na MLB Arquivo Pessoal/Reprodução *Colaborou sob supervisão de Mariana Bonora. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região Fonte: G1

andre.costa Padre de Sorocaba realiza missão em comunidade do Pará: 'Me fortalece'
Projeto 'Igrejas Irmãs' foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1972, e tem como meta promover a solidariedade e a cooperação missionária entre as igrejas. Padre de Sorocaba realiza missão em comunidade do Pará A quase 3 mil quilômetros de distância de casa, um jovem padre de 35 anos, e que há quatro está na ordenação, Jean Carlos vive uma experiência única em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó, no Pará. Enviado para o projeto “Igrejas irmãs”, o padre realiza, há dois anos, essa missão junto da Arquidiocese de Sorocaba e a Diocese de Ponta de Pedras. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O projeto “Igrejas Irmãs” foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1972, e tem como meta promover a solidariedade e a cooperação missionária entre as igrejas. A ideia é atuar quando uma diocese percebe a necessidade que a outra está passando, como ter mais padres, ou até mesmo prestar assistência à educação e saúde sanitária. Em sua vinda para Sorocaba (SP) para um breve descanso, o g1 pôde conversar com o Padre Jean, que contou seus desafios e os trabalhos que realiza naquela comunidade. Padre Jean Carlos de Sorocaba (SP) celebrando com as famílias ribeirinhas na Ilha do Marajó Pascom Sorocaba Ordenado padre em 24 de abril de 2021, Jean Carlos, que já havia feito essa ação missionária na região ainda como seminarista, aceitou o pedido do então bispo Dom Julio para exercer seu trabalho na diocese de Ponta de Pedras, no Pará, em março de 2023. “Estou já há dois anos trabalhando na região. Um povo acolhedor que fortalece a minha missão. É impossível não se apaixonar por essa gente da Ilha do Marajó. É impossível que a nossa vida não seja transformada por eles”, relata. Desafios da missão Padre Jean está há dois anos trabalhando na cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba Segundo o padre, um dos principais desafios da missão é a locomoção. A paróquia onde trabalha cuida de 18 comunidades, sendo que oito delas são ribeirinha, quatro de estrada de pirraça e seis na cidade. Todas elas distantes de onde ele fica. Ele lembra que cada ida para as comunidades exige um preparo adequado para que não haja imprevistos na volta. Para celebrar uma missa, ele sai às 6h30 e volta apenas 15h. “Houve uma ocasião, no mês de janeiro, em que os nossos seminaristas daqui de Sorocaba foram para lá e nós fomos para uma comunidade para passar três ou quatro dias. Porém, acabamos ficando sem água e sem energia elétrica. Tivemos que nos adaptar a tudo, ficamos sem sinal de Wi-Fi – em alguns lugares, só pegam telefone e internet. Então, imagine, tivemos que tomar banho de canequinha, jantar à luz de vela”, lembra. Além desses imprevistos, o padre conta que é necessário tomar cuidado ao usar o “casco” – espécie de barco –, e lembra de momentos que ele foi colocado à prova, como quando teve que remar nas águas do rio de Marajó. Em trajetos mais longos, motos são utilizadas para agilizar o caminho. “Quando viajávamos à noite, tivemos um imprevisto em nosso barco. Além da chuva, tivemos que remar, pois o barquinho havia ficado sem combustível. Sem contar que quando estamos muito longe de casa e fura o pneu temos que parar e descer para arrumar. Então, são essas histórias que fortalecem ainda mais a nossa missão”, comenta. O clima da Amazônia também mostrou um desafio para o padre. Tendo que se adaptar às altas temperaturas e umidades, chegando até a prejudicar a saúde do sacerdote, como gripe e insolação. “A missão mostrou-se muito desafiadora em vários sentidos, como o clima, a alimentação, os meios de transporte, o ritmo de vida, o ritmo pastoral e eclesial. Tive dificuldades de adaptação ao clima, o que por diversas vezes prejudicou minha saúde. As altas temperaturas e a sensação de umidade não são tão comuns onde eu atuava anteriormente,” relembra o padre. Choque de realidade Missa de lava-pés na comunidade ribeirinha celebrada pelo padre Jean Carlos Pascom Sorocaba Quando falamos de padres ou de qualquer outra pessoa que tenha uma experiência dessas, imaginamos que nada cause um impacto em sua vida. Durante a conversa, Padre Jean revela que quando começou a vivenciar aqueles momentos, foi como se não tivesse sido padre, e que ainda é contínua a busca por compreender tudo ao seu redor. “Quando eu pisei naquela região, eu me senti totalmente impotente e incapaz de muitas coisas. É como se eu nunca tivesse sido padre antes. Eu compartilho com as pessoas que a experiência na Ilha do Marajó exigiu e está exigindo de mim esta graça e este desafio de me abrir a aprender novamente como é ser padre, essa impotência por causa das distâncias. As pessoas também ficavam um pouco desconfiadas com a gente por sermos novos, mas tudo se supera aos poucos. Outra coisa que me emocionou muito foi o carinho das crianças”, comenta. O padre lembra que, entre os cuidados que a igreja desenvolve naquele lugar, está a questão da educação com as crianças, com o projeto “Queremos Crescer”. “Nele, nós oferecemos aulas de reforço escolar, aula de inglês, aula de informática, música, cantos. E ainda estamos desenvolvendo cursos de culinária básica”, comenta. Além disso, as comunidades contam com a Pastoral da Criança, onde é oferecido suporte a muitas famílias, independente da religião, e onde, segundo o padre, o lado social e humano das pessoas é sempre priorizado. Um outro projeto que ele desenvolve junto à igreja é a de assistência para as mulheres grávidas, ensinando meios de como cuidar do bebê e ainda de como ter uma gravidez saudável sem risco para a mãe e ao filho. A experiência do Padre Jean na Ilha do Marajó, que já dura dois anos, vai além dos desafios do dia a dia e vai para a sua transformação pessoal e espiritual. Ele descreve esse tempo de jornada missionária como um convite contínuo à abertura e à fé. Em julho, ele retorna para a região para continuar seu trabalho em Sorocaba (SP), onde segue fazendo animação vocacional e descansando para voltar. Padre Jean e moradores em barco indo para missão na Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba Desapegar de si para o próximo Por fim, o padre lembra que o maior desafio é, de fato, conseguir sair saudavelmente de seus costumes, visões de mundo e de igreja, abrindo-se totalmente a algo novo. "A partir disso, avaliar os dois primeiros anos de missão com o amado povo do Marajó é um convite a não olhar para trás, mas lançar-me para adiante. Aquele que me chamou é fiel, Nele confio e Dele espero todo o bem e toda a graça. Avalio a missão a partir dessa ótica, a ótica da Providência Divina. Até aqui, nada me faltou”, explica. Ele também fala sobre a importância de entender o chamado de Deus no território da missão, que é mais sobre "ser" do que "fazer". O padre não é apenas um executor de tarefas, mas alguém "tirado do meio do povo para servir ao povo,” finaliza. Padre Jean celebrando uma missa em uma das 18 comunidades que ele trabalha na região da Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba *Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM Fonte: G1