

larissa_miranda Da aristocracia ao arraial: conheça a história inesperada das quadrilhas juninas até virarem a alma do São João
Com elementos típicos de um baile na roça, a tradição tem origem nas danças de salão das cortes europeias, e foi adaptada no Brasil com influências indígenas e africanas. Pesquisadora Cibele Barbosa, da Fundaj, explica as origens das quadrilhas juninas "Anarriê!", "alavantu!", "balancê!", "olha a cobra!", "é hora do passeio na roça!"... Mesmo quem não é do Nordeste certamente já ouviu, ao menos, uma dessas expressões que animam as festas de São João país afora (veja vídeo acima). Cada uma com seu significado, elas servem para um simples (e fundamental) objetivo: "puxar" as quadrilhas juninas. 📲 Siga o perfil do NE1 no Instagram Divididos em pares, esses grupos, que podem reunir até mais de 200 pessoas, são a "alma" de uma festa junina. Isso porque carregam todos os elementos típicos de um baile na roça, com casais fazendo vários movimentos, conduzidos por um puxador, ao som de uma batida de forró. Antes vistas como uma brincadeira de família restrita a pequenas comunidades, as quadrilhas cresceram ao longo do tempo e hoje promovem grandes espetáculos, que disputam torneios interestaduais, como o Festival de Quadrilhas Juninas da TV Globo. Mas você sabe de onde vem e como surgiu essa tradição? Faltando pouco mais de duas semanas para uma das maiores festas populares do país, o g1 ouviu especialistas e representantes de agremiações para entender o que é essa manifestação cultural e como ela evoluiu ao longo da história. O que é uma quadrilha junina? Uma quadrilha é composta por pares que se juntam num grande círculo para dançar forró de forma sincronizada. Em geral, a coreografia simula um baile de casamento matuto. A depender do tamanho e da organização do evento, há brincantes com papéis específicos, incluindo noivo, noiva e padre. Uma figura essencial em qualquer quadrilha é o puxador, que conduz os casais, dizendo quais movimentos os participantes vão fazer. Entre eles, estão: "Alavantu!" — comando para que os casais, separados em duas filas, fiquem de frente um do outro no centro do salão; "Anarriê!" — outro comando para que todos os brincantes retrocedam, retornando para onde estavam antes do "alavantu"; "Balancê!" — os pares dançam juntos, balançando o corpo; "Passeio na roça" — os casais seguem passeando em um grande círculo, com um par atrás do outro; "Olha a chuva!" — os participantes ficam de costas para o seu par e os dois dão as mãos, simulando um formato de guarda-chuva; "Olha a cobra!" — os brincantes pulam e gritam como se uma cobra tivesse entrado no arraial; "Olha a foto!" - os brincantes ficam parados por alguns segundos, como estátuas, como se estivessem se preparando para uma foto. Nas últimas décadas, a brincadeira folclórica se profissionalizou a partir de grupos que começaram a montar grandes espetáculos, disputando campeonatos com temas e enredos. Nesses festivais, as agremiações tem, geralmente, entre 25 e 30 minutos para se apresentarem ao público, numa estrutura que lembra os desfiles de escolas de samba no carnaval. "O casamento é um elemento crucial. Então, a figura do padre, o religioso, a figura oficial da noiva, do noivo, são componentes que vão dando essa identidade para a quadrilha, seja ela numa versão mais contemporânea, estilizada, seja ela mais tradicional", explica a historiadora Cibele Barbosa, pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Como surgiram as quadrilhas? O nome "quadrilha" tem origem na palavra "quadrille", termo francês usado para designar um conjunto de danças de salão praticadas pelas cortes europeias, como polca, valsa e mazurca. Trazidas ao Brasil pelos portugueses, elas foram adaptadas à medida que se popularizavam, ganhando releituras com influências indígenas e africanas, numa época em que havia poucas cidades e a maior parte da população vivia nas zonas rurais. "Quando a corte vem para o Brasil, com João 6º, também traz consigo seus hábitos, incluindo aí as danças da corte, no caso, a quadrilha, que era o nome. Tanto que, praticamente, todos os nomes que se usam nas quadrilhas hoje são adaptações do francês, exatamente por conta dessa origem da dança. Então, vem 'alavantu', que é 'en avant tous' ou 'todos para a frente'; 'balancê', que vem do mesmo verbo francês de balançar", afirma Cibele Barbosa. De acordo com o professor Hugo Menezes, do Departamento de Sociologia, Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as quadrilhas se disseminaram nas festas juninas, que originalmente, na Europa, celebravam a fartura no solstício de verão no hemisfério norte e que, depois, foram incorporadas pela Igreja Católica. Daí, a homenagem a São João. "Essa quadrilha no campo é apropriada pelas bases rurais brasileiras e chega às cidades por meio da migração [...]. As cidades se urbanizam no começo do século 20 e uma leva grande da experiência rural passa a ser acionada pela nova experiência urbana, especialmente para lembrar ao povo da cidade que a experiência rural é de oposição à experiência da cidade", conta. Raio de Sol, campeã do Festival de Quadrilhas Juninas da TV Globo em 2024 Brenda Alcântara/Divulgação Identidade nordestina Mas foi somente em meados do século 20, entre as décadas de 1930 e 1960, que o forró foi incorporado às festas juninas e se popularizou, com o trabalho de artistas como Luiz Gonzaga, o que ajudou a consolidar as quadrilhas como uma marca cultural do Nordeste — região que só foi delimitada oficialmente em 1969. "Acho que a gente teve uma experiência muito peculiar na região Nordeste de processo migratório. E as quadrilhas e as festas juninas são festas de migrantes, que falam sobre a migração campo-cidade, sobre a reafirmação do campo na cidade e sobre elementos simbólicos que compõem uma identidade regional, espalhados no Brasil", afirma o professor Hugo Menezes. Como lembra o especialista, esse é um processo bastante recente do ponto de vista histórico. "Ao mesmo tempo em que o forró foi apropriado, ganhou vulto nas festas juninas, ele também compõe o Nordeste. O forró é responsável pela ideia de ser nordestino. Isso quem fala é o historiador Durval Muniz, que tem um livro chamado 'A invenção do Nordeste'. Ele fala que o forró é um vetor para essa invenção. É a partir do forró, das músicas de Luiza Gonzaga que se espalharam no Brasil inteiro, que o Brasil inteiro conhece o 'luar do Sertão' mesmo sem nunca ter ido ao Sertão", analisa o pesquisador. Lumiar traz elementos da xilogravura para apresentação no São João 2025 Viana Santos/Divulgação Tradição e inovação Ao longo dos anos, a festa recebeu inovações, adquirindo novas linguagens por meio de espetáculos cada vez mais elaborados, com mudanças que foram sendo incorporadas há, relativamente, pouco tempo. Vandré Cechinel participa há 19 anos da quadrilha Raio de Sol, de Águas Compridas, em Olinda, que foi a vencedora regional do Festival de Quadrilhas Juninas da TV Globo em 2024. Depois de vários ciclos juninos desfilando como brincante, ele é hoje um dos integrantes da direção artística da agremiação, e viu de perto as transformações. Fundada em 1996 como uma quadrilha mirim de uma escola de bairro, a Raio de Sol é um exemplo de grupo que cresceu e se "profissionalizou". "Era uma época em que tinha muito mais grupos de quadrilha junina. Os arraiais eram mais longos. Já cheguei a dançar em vários arraiais numa noite. Tanto porque os arraiais terminam mais tarde como porque os arraiais eram muito próximos um do outro [...]. As quadrilhas não eram tão aprimoradas e eram arraiais pequenos, em praças ou ruas", recorda. Outro exemplo de grupo que acompanhou essas inovações é a quadrilha Lumiar, criada no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, em 1994, e que venceu a etapa estadual do concurso, também em 2024. Para o diretor executivo da agremiação, Fagner Valadares, esse crescimento permitiu aprimorar as apresentações do ponto de vista artístico. "Ela [a Lumiar] vem de uma quadrilha extremamente tradicional para uma quadrilha hoje dita estilizada, recriada. Ela passa por essas interfaces no período de São João, em que ela consegue desmistificar as barreiras dentro do movimento junino. Ela deixa os longos vestidos para dançar com bambolês [...], quando foram incluídas as primeiras damas trans. A Lumiar tem um comprometimento com a questão social, de inclusão do público LGBTQIA+", diz. Segundo Vandré Cechinel, da Raio de Sol, os espetáculos são maiores, porém concentrados em poucos eventos, que contam com uma estrutura mais cara. "Um aspecto positivo são espetáculos dignos de apresentações artísticas profissionais, que podem ir para o palco e serem vistas no Brasil todo. Por outro lado, houve um encarecimento das quadrilhas [...]. Mas enfrento muito o discurso de que não é mais quadrilha. Isso, para mim, é uma discussão bastante ultrapassada porque nenhuma manifestação é igual a como era 20 anos atrás. Houve apenas uma atualização, uma linguagem mais urbana", afirma. De toda forma, as modernizações, em diálogo com as tradições, ajudam a manter o movimento relevante, como atesta Fagner Valadares, da Lumiar. "Venho de quadrilhas juninas desde 1999. E lá tínhamos 100, 120 quadrilhas dentro dos festivais. E atualmente a gente não tem. A gente percebe que o brinquedo vem perdendo força, mas a gente permanece nessa situação de resistência. As quadrilhas perderam seus espaços nos bairros. Não se tem mais aquele 'palhoção' tradicional, com bandeirinhas e balões na comunidade. São pouquíssimos agora. Agora são quadras, arenas. E poucas", avalia. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias Fonte: G1

r011 Maquiadora trans transforma preconceito em força e conquista espaço no empreendedorismo do AC: 'Protagonista da minha história'
Vitória Bogéa tem 23 anos, trabalha com maquiagem desde os 15 e para além dos cosméticos, empreendedora enxerga a ferramenta como aliada à autoestima. No último ano, ela foi a primeira mulher trans a vencer prêmio voltado aos micro e pequenos negócios no Acre. Vitória Bogéa tem 23 anos, é maquiadora e usa ferramenta de trabalho para melhorar autoestima no Acre Arquivo pessoal No país onde mais se mata trans e travestis pelo 16º ano seguido, viver, para este grupo, tem um significado ainda mais forte: é um ato de coragem, empoderamento e resistência. Ser uma mulher trans no mundo dos negócios, então, é também driblar as tristes estatísticas e fortalecer a luta por inclusão e respeito. Assim pode ser definida a trajetória de Vitória Bogéa, de 23 anos. Ela é acreana, maquiadora desde os 15 e usa esta ferramenta de trabalho como forte aliada à construção da autoestima dela e das clientes. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Em entrevista ao g1, a jovem empreendedora revelou que a paixão pela maquiagem surgiu aos poucos, junto com a mãe dela, ligada ao artesanato. Àquela época, Vitória se interessava pela pintura. No entanto, com o passar do tempo, as tintas deram lugar às paletas de cosméticos. “Comecei maquiando minhas amigas e vizinhas, que gostaram e me indicaram para mais pessoas. Isso me fez fechar turmas de formatura e até começar a trabalhar em salão de beleza”, relembrou. No entanto, em razão da identidade de gênero dela, Vitória sentiu que o fato de ela ser mulher trans chegou a ser uma barreira para conquistar espaço e respeito profissional. “Percebi que a forma de me portar e falar poderia influenciar o modo como as pessoas me tratavam. Foi aí que decidi me empoderar e nunca baixar a cabeça para falas preconceituosas. Muitas pessoas ainda não compreendem a diversidade, então escolhi educar, porque acredito que a educação é a chave para transformar a sociedade”, complementou. LEIA TAMBÉM: 'O retorno vem para a sociedade', diz idealizadora de associação com mais de 300 mulheres empreendedoras no AC Jovem de 18 anos transforma projeto de ensino médio em microempresa no AC: 'Educação mudou a minha vida' No Acre, lei garante uso do nome social em órgãos da administração pública Vitória busca se capacitar e melhorar trabalho como maquiadora no Acre Arquivo pessoal Autoestima e empoderamento Trabalhar com maquiagem, segundo ela, vai além da beleza exterior. Do mais básico ao mais complexo, as cores e formas que vibram nos rostos de quem faz uso das paletas, batons, pincéis e tons de cores variadas, ajudam também na construção e restauração da autoestima. “Como uma mulher trans em processo de transição, a maquiagem foi a minha maior aliada na construção da autoestima. Ela me ajudou não só a embelezar o exterior, mas também a enxergar minha beleza interior. A maquiagem foi um instrumento essencial para eu me reconhecer e me empoderar, mostrando quem eu realmente sou, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente”, frisou ela. Muito mais do que expressão de vaidade, a maquiagem é uma arte e o mercado é promissor no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Higiene Pessoal (Abihpec), o mercado de beleza no Brasil deve crescer mais de 7% ao ano, alcançando cerca de US$ 40 bilhões até o final de 2027. Além disto, o país é o 4º maior consumidor de maquiagem do mundo. 'Cadê minha vaga': saiba como é o mercado para quem trabalha com maquiagem Para Vitória, ser uma artista no ramo da maquiagem é também poder colocar um sorriso no rosto das pessoas, principalmente em momentos especiais como casamentos e formaturas. “Eu me encontrei não apenas embelezando, mas também ajudando a construir autoestima e empoderamento, especialmente entre as mulheres. Como mulher trans empreendedora, enfrentei muitos obstáculos, principalmente devido à minha identidade de gênero. Mas nunca me deixei abater. Mostrei que não sou apenas um corpo, mas uma pessoa com talento, personalidade e sonhos. Esse foi o meu diferencial: ser protagonista da minha história e não uma vítima”, destacou. Mulher de Negócios No ano passado, o trabalho de Vitória foi destaque no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria Microempreendedora Individual (MEI). Ela foi a primeira mulher trans da região Norte a participar da honraria, a ser finalista e a conquistar o segundo lugar no pódio na etapa estadual. A iniciativa, que ocorre em âmbito local, regional e nacional, busca valorizar o empreendedorismo feminino em todo o país e fazer com que as mulheres reconheçam seu potencial, bem como recebam o apoio necessário para ser uma empreendedora de sucesso. Initial plugin text Para Vitória, a conquista representa a importância do apoio à comunidade LGBTQIA+, principalmente para driblar os altos índices de mortalidade ainda existentes no Brasil. “Esse prêmio não é só meu, ele representa a possibilidade de inspirar outras mulheres trans a acreditarem nos seus talentos e sonhos. Fico feliz por ter sido uma porta de entrada para que outras histórias e sonhos da comunidade LGBT e da diversidade possam se concretizar”, celebrou. As inscrições para a próxima edição podem ser feitas até o próximo dia 15 de junho pela internet e são divididas em cinco categorias, sendo: Pequenos Negócios, Produtora Rural, Microempreendedora Individual (MEI), Ciência e Tecnologia e Negócios Internacionais, sendo estas duas últimas inéditas. Prêmio 'Sebrae Mulher de Negócios': inscrições vão até o dia 15 de junho no site do Sebrae Resistir Vitória não venceu o Prêmio Mulher de Negócios à toa. Ela está entre as 55% das pessoas LGBTQIA+ que lideram o próprio negócio. Isto é o que indica um estudo inédito do Sebrae, publicado este ano, que mostra o cenário do empreendedorismo dentro da comunidade. A porcentagem é o equivalente a 3,7 milhões de pessoas. Além disso, dos 15 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais e que se identificam como integrantes da comunidade, pelo menos 20% têm intenção de abrir um negócio até 2028. A jovem empreendedora é um exemplo de que, apesar do preconceito que mata, a representatividade é importante para aumentar o percentual de empreendedores LGBT+ no Brasil e no Acre, bem como permitir com que outras mulheres trans e travestis possam se espelhar nela e, para além do mundo dos negócios, que possam ser independentes e protagonistas da própria história. Vitória busca se profissionalizar para melhorar técnicas de maquiagem Arquivo pessoal “No Norte do Brasil, onde a informação sobre diversidade ainda é escassa, ser uma figura pública e mostrar que somos muito mais do que nossa identidade de gênero ou orientação sexual é essencial. Minha visibilidade ajuda a desmistificar o que significa ser trans e inspira outras mulheres trans a se lançarem no empreendedorismo. Vivemos no país que mais mata transexuais e travestis no mundo, então, mostrar nossas histórias e talentos é uma maneira de fortalecer a luta por respeito e inclusão”, complementou. Começar, segundo ela, nunca será fácil. Mas Vitória acredita que o amanhã sempre pode ser mais bonito. “Nada vem fácil, principalmente para nós, mulheres trans, mas isso não significa que não podemos sonhar e conquistar. Se uma pessoa já subiu naquele palco, empreendeu e conquistou, qualquer outra pode também. O importante é acreditar em si mesma e fazer acontecer”, finalizou. Empreendedora desde os 15, Vitória Bogéa transforma o preconceito em resistência e firma nome no mercado de beleza no Acre Arquivo pessoal VÍDEOS: g1 Fonte: G1


wilson Pará de Minas lidera desenvolvimento no Centro-Oeste; Quartel Geral tem pior desempenho
Levantamento da Firjan, com base em saúde, educação e geração de emprego e renda, avaliou municípios de todo o Brasil. Pará de Minas tem o melhor índice de desenvolvimento na região, segundo a Firjan Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação Pará de Minas tem o melhor índice de desenvolvimento da região Centro-Oeste de Minas. Quartel Geral tem o pior, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Além de Pará de Minas, apenas Formiga e Divinópolis registraram alto desenvolvimento. Nenhuma cidade da região registrou desenvolvimento crítico. O estudo leva em conta três indicadores: Saúde Educação Geração de emprego e renda ➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Centro-Oeste de Minas no Instagram Criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o IFDM mede, desde 2008, o desenvolvimento socioeconômico de todos os municípios do Brasil. O resultado do estudo divulgado em 2025 considera os dados de 2023. O Índice As cidades recebem notas de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento socioeconômico do município. Desenvolvimento Crítico: IFDM entre 0,0 e 0,4 Desenvolvimento Baixo: IFDM entre 0,4 e 0,6 Desenvolvimento Moderado: IFDM entre 0,6 e 0,8 Desenvolvimento Alto: IFDM entre 0,8 e 1,0 O estudo considera aspectos como taxa de desligamentos voluntários, taxa de pobreza (com base no Cadastro Único), PIB per capita, cobertura de pré-natal e vacinal, gravidez na adolescência, matrícula de crianças de até três anos em creches, oferta de educação integral e taxas de abandono escolar, entre outros. Veja abaixo o ranking das dez cidades da região com os melhores índices de desenvolvimento: Pará de Minas: 0.8287 Formiga: 0.8109 Divinópolis: 0.8095 Arapuá: 0.7880 Cláudio: 0.7858 Arcos: 0.7743 Igaratinga: 0.7730 Bom Despacho: 0.7709 Carmo do Cajuru: 0.7667 Itaúna: 0.7616 Veja o ranking das dez cidades com os piores índices de desenvolvimento da região: Quartel Geral: 0.5621 Onça de Pitangui: 0.6025 Doresópolis: 0.6050 Camacho: 0.6136 São Francisco de Paula: 0.6138 Pompéu: 0.6232 Biquinhas: 0.6267 Paineiras: 0.6275 Iguatama: 0.6340 Moema: 0.6356 Metodologia Atualizada em 2025, a metodologia busca retratar com mais precisão a realidade brasileira. O estudo passou a considerar problemas históricos e novos desafios, com revisão de parâmetros, pesos dos indicadores e metas. A nova estrutura também inclui indicadores que vão além de dados da gestão municipal, considerando que o desenvolvimento local depende da ação conjunta das três esferas de governo. Os dados analisados são obtidos exclusivamente de fontes oficiais, possuem periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional. VEJA TAMBÉM: Ranking elege cidades brasileiras com melhor qualidade de vida Ranking elege cidades brasileiras com melhor qualidade de vida 📲 Siga o g1 Centro-Oeste MG no WhatsApp, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas Fonte: G1


ademar.lopes Escape room na Bienal do Livro transforma leitor em detetive; feira terá lançamento de jogo literário
Evento aposta em experiências imersivas que transformam livros em jogos e colocam o público no centro da investigação. Bienal do Livro Rio 2025 acontece entre 13 e 22 de junho, no Riocentro, na Zona Oeste. Escape room na Bienal do Livro transforma leitor em detetive Divulgação A Bienal do Livro Rio 2025, que acontece entre 13 e 22 de junho, no Riocentro, promete levar o público a um novo nível de imersão literária, transformando leitores em verdadeiros detetives. A novidade é o espaço batizado de Escape Bienal, uma experiência imersiva onde grupos vão desvendar enigmas em salas temáticas, inspiradas em grandes obras da literatura. Elaborado pela empresa Escape 60', pioneira no desenvolvimento de jogos de fuga temáticos no Brasil, o local é parte do conceito de Book Park, a grande aposta da Bienal desse ano. A ideia é apresentar um parque literário com atrações interativas, imersivas e tecnológicas. Clique aqui e siga o perfil do Bom Dia Rio no Instagram Salas inspiradas em livros de suspense No Escape Bienal, os visitantes encontrarão desafios com duração de 10 minutos, uma versão condensada dos tradicionais jogos de 60 minutos da Escape 60'. Na Bienal, o jogo terá capacidade para até 10 participantes por sessão. Cada sala foi meticulosamente criada em colaboração com editoras, convidando os participantes a mergulharem em tramas cheias de suspense, pistas intrigantes, reviravoltas surpreendentes e toda a emoção típica de um escape room. Escape Room literária na Bienal do Livro 2025 Divulgação Os cenários são realistas e as narrativas envolventes, criados por uma equipe própria de cenografia e desenvolvimento de jogos, com cada detalhe pensado para transportar os jogadores e torná-los protagonistas de sua própria aventura. Conheça as salas temáticas da Bienal: "A Empregada" (Editora Arqueiro): Os visitantes assumem o papel de Millie, uma governanta que se vê trancada em seu quarto após um dia de trabalho, tendo apenas um bilhete misterioso como pista para desvendar o quebra-cabeça. "O caso Raphael Montes" (Companhia das Letras): Uma investigação é deflagrada com o desaparecimento do renomado autor Raphael Montes, desafiando os jogadores a vasculharem sua biblioteca em busca de respostas sobre o ocorrido. Vale destacar que Raphael Montes, autor de sucessos como "Suicidas" e "Jantar Secreto", terá uma mesa de discussão sobre o gênero policial na Bienal. "Mistério em cena" (HarperCollins Brasil): O clássico detetive Hercule Poirot ganha reforços em um caso de sala trancada. Madame Scarlet foi assassinada, e o detetive precisa de ajuda para solucionar o crime. "Assassinato na família" (Editora Ediouro): Inspirado nos romances de Cara Hunter, esta sala convida os visitantes a reabrir o caso não resolvido do assassinato de Luke Ryder. Como investigadores forenses, eles terão apenas poucos minutos para desvendar os enigmas e salvar as provas, antes que o principal suspeito, que descobriu a reabertura do caso, entre em ação. Cara Hunter é uma escritora britânica de romances policiais best-sellers, com mais de um milhão de exemplares vendidos globalmente. Para Márcio Abraham, um dos responsáveis pela criação dos jogos e sócio da Escape 60', a atração será uma experiência divertida e emocionante. "Muitas vezes eu dormi pensando numa dinâmica e acordava com o jogo pronto. Quando vi a cenografia pronta pela primeira vez, fiquei muito emocionado", contou Márcio Abraham. Literatura em diferentes formatos Seguindo na linha da literatura em diferentes tipos de mídia, a Bienal do Livro também será palco para o lançamento de uma experiência interativa singular. O "Assassinato no Parque Lage" é o primeiro jogo literário de mistério da Mapa Crime, desenvolvido pela Mapa Lab. A autoria do jogo é da escritora Luciana De Gnone, conhecida por seus romances policiais que mergulham no suspense psicológico e nas ambiguidades da alma humana. O "Assassinato no Parque Lage" é o primeiro jogo literário de mistério da Mapa Crime, desenvolvido pela Mapa Lab. Divulgação Para Luciana, jogos literários e escape rooms são sinais de um novo momento da literatura, que vai além do formato tradicional do livro. "Estamos vivendo um momento muito instigante em que literatura, jogo e experiência sensorial se entrelaçam. A experiência passa a ser mais imersiva e isso não significa abrir mão do texto, mas expandi-lo", comentou a autora. "Jogos literários como Assassinato no Parque Lage exigem leitura atenta, interpretação de documentos, análise de personagens e formulação de hipóteses, todos os elementos clássicos de um bom romance policial, mas agora mediados pela participação ativa do leitor, que se torna protagonista da investigação", completou Luciana De Gnone. A escritora também reforça o conceito de 'narrativa transmídia', muito presente na Bienal do Livro desse ano. "No caso do jogo, permitir que o leitor examine provas, abra envelopes lacrados, confronte mentiras e construa sua própria linha de investigação é, para mim, literatura em estado de ação", disse Luciana. Parque Lage é o cenário O jogo é apresentado como um "livro para jogar", propondo que o leitor se torne um detetive de um crime intrigante ambientado no icônico Parque Lage, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O kit do jogo, inspirado em modelos internacionais, é composto por documentos, pistas visuais, cartas, fotos e anotações que simulam uma investigação criminal real, proporcionando uma imersão total na narrativa. "A escolha do Parque Lage como cenário foi quase inevitável quando recebi a demanda da Mapa Crime. É um espaço carregado de simbolismo, beleza e mistério. A presença da Escola de Artes, o casarão histórico, a vegetação densa e aquela piscina central tão icônica criam um palco naturalmente cinematográfico. Quis trabalhar essa ambiência para que o cenário não fosse apenas pano de fundo, mas parte ativa da trama", explicou Luciana. Parque Lage Reprodução/TV Globo O lançamento de "Assassinato no Parque Lage" na Bienal incluirá sessões interativas de demonstração, encontros com a autora e venda exclusiva da primeira tiragem no espaço da Mapa Lab, na Praça Além da Página. A coleção "mapa crime investiga" busca resgatar o prazer da leitura por meio da experimentação e da participação ativa do leitor, sendo também um tributo à tradição do romance policial, reimaginado como uma experiência coletiva e sensorial. LEIA TAMBÉM: Bienal do Livro: parque e labirinto literários, roda-gigante e 'escape room' são novidades em feira que cresce e aposta em experiências Marcelo Rubens Paiva, Cara Hunter e Lazaro Ramos estão entre os 300 participantes da edição 2025; veja a programação Bienal do Livro surfa na onda do ‘BookTok’ e prepara programação para geração de novos e ávidos leitores Bienal terá aplicativo com mapa interativo e agenda personalizada; saiba como baixar Além de ser a autora do inovador jogo "Assassinato no Parque Lage", Luciana De Gnone terá um papel central na Bienal do Livro Rio 2025 como mediadora de um painel de destaque sobre literatura policial, mistério e investigação. No dia 19 de junho, às 13h, ela estará ao lado dos autores Raphael Montes e Cara Hunter, nomes reconhecidos por prenderem leitores até a última página. Este encontro promete um mergulho nos bastidores da construção de histórias cheias de tensão e surpresas, abordando o papel da investigação, a criação de personagens ambíguos e o impacto das reviravoltas nas tramas. A escritora Luciana De Gnone é autora do livro pra jogar "O Assassinato no Parque Lage", o primeiro jogo literário de mistério da Mapa Crime, desenvolvido pela Mapa Lab. Reprodução redes sociais Autora de seis romances de ficção policial, com protagonistas femininas que enfrentam dilemas éticos, violência de gênero e crimes cercados por reviravoltas, Luciana De Gnone tem entre seus livros mais conhecidos "Evidência 7", "Crimes em Copacabana: Caçada ao Dono da Babilônia" e "Aquilo que Nunca Soube". Fonte: G1

webradio016 Sempre discutindo! Os signos que costumam perder a calma no amor
Saiba se é o seu, ou do seu companheiro. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

r011 Centralia: a cidade que está em chamas há 60 anos, seguirá queimando por décadas e inspirou filme de terror
Em 1962, um incêndio subterrâneo se espalhou por minas de carvão e condenou a cidade do leste dos EUA. Dos mais de 1.200 moradores que viviam no local, apenas cinco permanecem. Conheça a cidade dos EUA que está pegando fogo há mais de 60 anos Era véspera do feriado do Memorial Day na pequena cidade de Centralia, a 180 km da Filadélfia, nos Estados Unidos. Dezenas de famílias se preparavam para visitar o cemitério local e homenagear soldados americanos mortos em combate, uma tradição local. Mas havia um problema: o mau cheiro de um lixão vizinho. Foi então que funcionários públicos decidiram queimar uma pilha de lixo no aterro para evitar que o fedor atrapalhasse a homenagem. Ninguém esperava que aquela chama daria início a um incêndio subterrâneo que já dura mais de 60 anos — e transformaria Centralia em uma cidade-fantasma. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A região ficou conhecida por suas minas de carvão. A extração mineral começou em 1842 e fez Centralia crescer aos poucos. Na década de 1960, cerca de 1.200 pessoas viviam na cidade, em uma comunidade pequena e pacata. Tudo começou a mudar em 1962. O fogo, iniciado para "limpar" a área antes das homenagens do Memorial Day — comemorado sempre na última segunda-feira de maio —, por si só não seria capaz de causar um desastre. Mas havia uma mina de carvão abandonada abaixo do lixão, que foi atingida pelas chamas. Isso foi o suficiente para deflagrar um desastre subterrâneo jamais controlado. Com o tempo, o fogo foi avançando pelos túneis das minas de carvão, lançando gases tóxicos, abrindo crateras e tornando a área cada vez mais instável. Centralia acabou condenada ao abandono. 📉 A população caiu de 1.200 para apenas 5 pessoas. 💸 O governo gastou mais de US$ 40 milhões para combater o incêndio e realocar os moradores. 😔 O solo rachou em diversos pontos e chegou a engolir um garoto em 1981 — ele foi salvo pelo primo, mas sofreu com traumas ao longo da vida. 🔥 O fogo continua ativo até hoje e pode queimar por mais de 200 anos, segundo estimativas. 🌡️ A temperatura no subsolo de Centralia pode ultrapassar os 500 °C. 😱 A história inspirou o filme de terror "Silent Hill", adaptação para o cinema de um videogame com o mesmo nome. O longa mostra uma cidade coberta por névoa e presa em uma realidade paralela após um incêndio em uma mina de carvão. Conheça a história de Centralia mais abaixo. Do feriado ao caos Imagem mostra o antes e o depois da cidade de Centralia, nos Estados Unidos David DeKok/Centralia Photo Archive A queima do lixo para acabar com o mau cheiro e não atrapalhar o Memorial Day é a hipótese mais provável para o desastre de Centralia, segundo o governo da Pensilvânia. A mina que estava abaixo do local havia sido abandonada em 1935 e, provavelmente, não havia sido vedada corretamente. O jornalista David DeKok, autor de dois livros sobre a história de Centralia, explica que o aterro estava sobre um antigo poço de mineração a céu aberto. "O problema era que, como muitos poços de mineração a céu aberto, havia buracos que iam para a rede de minas abandonadas sob a cidade. E então, quando eles atearam fogo ao lixo, por acidente, ele se espalhou por um desses buracos para a rede de minas abandonadas", afirma. "Em poucos dias, havia vapor branco saindo das laterais daquele poço. E eles estavam praticamente certos de que um incêndio na mina havia começado. Claro, eles não tinham ideia do tamanho que se tornaria ou da dificuldade que seria para apagar." O efeito foi devastador. O fogo avançou sobre o carvão e se espalhou rapidamente no subsolo de Centralia. A partir daí, teve início uma manobra milionária — e que fracassou — para conter o incêndio. Veja a linha do tempo da cidade de Centralia Bruna Azevedo/g1 Operação milionária Autoridades americanas iniciaram uma operação para tentar controlar as chamas. Segundo o governo da Pensilvânia, num primeiro momento, os brigadistas tentaram usar água e até mesmo argila para sufocar o fogo. Não funcionou. Em novos esforços, o governo passou a fazer escavações para isolar o incêndio, além de preencher os túneis com materiais como areia e rocha britada. Também não funcionou. DeKok afirma que as autoridades não previram o quão caro seria apagar o fogo, o que se tornou um grande problema. As operações para extinguir as chamas foram interrompidas várias vezes por falta de recursos. "Eles começavam o trabalho, começavam a escavar para conter o fogo, mas ficavam sem dinheiro e precisavam parar. E então eles voltavam cerca de um ano depois. Mas, nesse ponto, o incêndio estava ainda maior. Tornou-se uma situação impossível", explica. Em pouco mais de 15 anos, os governos estadual e federal gastaram US$ 3,3 milhões para controlar o incêndio. A administração da Pensilvânia admite que os efeitos foram limitados. "O que tornou o incêndio tão difícil de controlar foi a geologia subterrânea de Centralia. Você tem que pensar nas veias das minas de carvão. Elas meio que sobem e descem. São como tigelas empilhadas umas sobre as outras", diz DeKok. Imagem mostra fumaça saindo do chão durante incêndio subterrâneo em Centralia David DeKok/Centralia Photo Archive Escalada do perigo Em 1969, famílias que moravam em três casas precisaram abandonar seus lares. Segundo DeKok, gases tóxicos começaram a invadir as residências, tornando a permanência no local perigosa. Ainda assim, Centralia tentava levar uma vida normal. Enquanto o governo procurava conter as chamas, na década de 1970, a população seguia com sua rotina diária. Com o tempo, no entanto, o solo da cidade ficou instável, e as emissões de gases tóxicos se tornaram cada vez mais frequentes. Em 1981, uma tragédia quase aconteceu. DeKok relembra que um adolescente de 12 anos estava caminhando pelo jardim da casa da avó quando avistou o que parecia ser fumaça saindo do chão. "Ele foi investigar o que era e desapareceu de vista em um buraco aberto pelo incêndio da mina. Ele se salvou ao se agarrar à raiz de uma árvore e gritar por socorro. Por sorte, seu primo de 14 anos estava por perto. Conseguiu alcançá-lo, segurou-o pelo casaco de inverno e o puxou para fora", conta. O jornalista conta que o menino foi levado ao hospital para fazer exames e se recuperou fisicamente. Por outro lado, o trauma ficou. DeKok diz que o jovem passou a sofrer de estresse pós-traumático. "Quando o entrevistei, cerca de 20 anos depois do acidente, ele contou que tinha pesadelos recorrentes com o que aconteceu. Nos sonhos, pedalava pela calçada da cidade, que de repente se abria e o engolia. Ou seja, ele não saiu ileso daquilo." Mais tarde, já adulto, a vítima passou a se envolver com o uso de opióides e morreu aos 51 anos — provavelmente por complicações causadas pelo uso prolongado das drogas, segundo DeKok. "Eu tenho quase certeza de que há, sim, alguma ligação entre o uso de drogas e o transtorno de estresse pós-traumático que ele desenvolveu — e o fato de a vida dele, com o tempo, ter desmoronado. Então, sim, eu atribuiria isso ao acidente", afirma o jornalista. Adeus, Centralia Imagem mostra fumaça de incêndio em Centralia, nos EUA Arquivo/TV Globo Na década de 1980, a permanência em Centralia passou a ser insustentável. Naquela época, o Escritório de Mineração de Superfície estimou em US$ 663 milhões os gastos para acabar com o incêndio, e o governo optou por retirar os moradores da área. O Congresso dos Estados Unidos aprovou um repasse de US$ 42 milhões para a desapropriação de imóveis prejudicados pelo incêndio e para a realocação de famílias e comércios para outras regiões. DeKok afirma que as famílias foram assentadas num raio de cerca de 20 km de Centralia, já que muitos queriam continuar com acesso a escolas e hospitais da região. Ainda assim, a saída não foi tranquila. "A situação ficou bastante tensa por volta de 1982. Dois terços da cidade queriam ser realocados, e um terço era contra. Isso gerou muitos conflitos entre os moradores", conta. O jornalista afirma que, entre os moradores que não queriam deixar a cidade, estavam aqueles que acreditavam que o fogo não era tão grave quanto as autoridades diziam ou que viviam em áreas consideradas mais seguras. "Eventualmente, a maior parte do grupo que resistia acabou aceitando a saída, mas com relutância. Foram embora porque todos estavam indo, e porque o valor das indenizações aumentou com o tempo. Foi uma combinação de fatores, mas no fim quase todos deixaram Centralia." Atualmente, apenas cinco proprietários continuam morando em Centralia. Os imóveis abandonados foram demolidos, e a cidade passou a ser um amontoado de quadras com ruas vazias. Legado e impacto cultural A Graffiti Highway, em Centralia David DeKok/Centralia Photo Archive A decadência de Centralia despertou a curiosidade pública e teve impacto até no cinema. Em entrevista ao site francês "Ecranlarge", o diretor Christophe Gans afirmou que Centralia serviu como referência para o filme de terror "Silent Hill", lançado em 2006. Segundo Gans, o roteirista Roger Avary conhecia a história da cidade e resolveu se inspirar no que tinha acontecido para ambientar o filme. Avary, por sua vez, deu várias entrevistas falando sobre o processo de pesquisa e a ligação com Centralia. O longa é uma adaptação para o cinema de um jogo de videogame também chamado Silent Hill, lançado no fim da década de 1990. No filme de 2006, a cidade aparece isolada por uma névoa densa e coberta por cinzas que caem do céu, resultado de um grande incêndio em uma mina de carvão. A trama também mostra Rose, uma mãe que decide levar a filha até a cidade depois que a menina começa a mencionar o local durante episódios de sonambulismo. No caminho, as duas sofrem um acidente e atravessam um portal para a realidade paralela de Silent Hill. Logo após o acidente, Sharon desaparece misteriosamente, e Rose inicia uma busca desesperada pela cidade, que está repleta de criaturas sobrenaturais. Já na vida real, um dos grandes símbolos do legado do incêndio em Centralia é a chamada "Graffiti Highway" — ou "Rodovia do Grafite". O local é um trecho da Rota 61 que foi interditado após as chamas provocarem rachaduras no asfalto. DeKok diz que o governo tentou manter a estrada transitável por algum tempo, mas acabou desistindo. A região também se tornou perigosa aos motoristas por causa da fumaça que saía do chão. Anos depois, moradores e visitantes começaram a cobrir o asfalto com grafites coloridos. “Foi como um projeto de arte pública, quase como o Muro de Berlim”, descreve. O jornalista conta que, durante a pandemia de Covid-19, a região voltou a atrair visitantes em busca de espaços abertos em meio ao isolamento. O aumento no fluxo de pessoas fez com que uma empresa que controlava a área colocasse pilhas de terra ao longo da estrada. "Eles queriam impedir que motocicletas e quadriciclos passassem por ali, mas, na verdade, tornaram aquilo um desafio. Os motociclistas adoram subir e descer montanhas de terra. Mas isso fez com que a maior parte dos grafites fosse coberta", conta. Atualmente, DeKok também coordena visitas turísticas a Centralia. Os passeios são realizados apenas em áreas consideradas seguras. Segundo o jornalista, os visitantes ainda conseguem ver partes da cidade e, dependendo do clima, até fumaça saindo do solo. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Fonte: G1


linnpy Robô que organiza a casa: pesquisa de mestrado da UFRGS usa tecnologia para ajudar idosos com mobilidade reduzida
Projeto é da Mestra em Ciência da Computação Letícia dos Santos. Robô TIAGo-135 é capaz de identificar objetos no chão, recolhê-los e colocá-los sobre uma mesa. Pesquisa da UFRGS cria robô para idosos com mobilidade reduzida Por meio de uma lembrança afetiva da infância, a Mestra em Ciência da Computação Letícia dos Santos transformou em ciência um gesto de cuidado. "A gente fazia uma bagunça, deixava os brinquedos espalhados pelo chão, e depois tinha que organizar. E meus pais falavam que uma das justificativas era porque minha avó tinha um problema de locomoção, de mobilidade", recorda Letícia. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Anos depois, essa memória afetiva se transformou em base para um projeto científico: o desenvolvimento de um sistema autônomo para um robô chamado TIAGo-135, capaz de identificar objetos no chão, recolhê-los e colocá-los sobre uma mesa – tudo isso sem qualquer intervenção humana. A pesquisa foi realizada durante o mestrado de Letícia em um programa em conjunto entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade de Oslo, na Noruega. Robô TIAGo-135 Imagens cedidas/ Letícia dos Santos Público-alvo A pesquisa nasceu de uma oportunidade: entre as áreas de trabalho oferecidas pela Universidade de Oslo, Letícia poderia atuar com o robô TIAGo-135 – uma plataforma desenvolvida por uma empresa europeia, usada em projetos de pesquisa científica. A instituição mantinha parceria com um centro comunitário para idosos, o que direcionava o público-alvo da pesquisa. A ideia inicial era usar o robô em um ambiente doméstico, fora do contexto hospitalar, justamente onde mais se percebem as dificuldades cotidianas enfrentadas por pessoas com mobilidade reduzida. Além de manter o ambiente limpo e organizado, a remoção de itens do chão pode prevenir quedas. "O objeto no chão também pode ser um risco do idoso pisar em cima, perder o equilíbrio e cair, por exemplo", explica. Mestra em Ciência da Computação Letícia dos Santos e o robô TIAGo-135 Imagens cedidas/ Letícia dos Santos Um robô que 'se vira sozinho' Diferente de outras abordagens científicas que se concentram em etapas específicas, como apenas a navegação ou apenas a manipulação de objetos, Letícia conta que projetou uma solução completa: "A técnica que eu propus, ela é autônoma. Ou seja, você coloca o robô no ambiente e ele se vira para fazer a tarefa. Você não precisa adaptar o ambiente para o robô", comenta. Essa autonomia foi um dos principais diferenciais da pesquisa, segundo a Mestra. Nada de etiquetas ou bandejas coloridas como pontos de referência, o robô precisa entender o ambiente como ele é, sem ajustes prévios. O TIAGo-135 é uma unidade robótica com base móvel e braço articulado com sete graus de liberdade, altura ajustável e capaz de agarrar e manipular objetos com uma carga útil de 2 kg. O sistema desenvolvido por Letícia permite que o robô identifique o próprio posicionamento, localize copos espalhados e encontre a mesa mais próxima para organizá-los, sem depender de mapas ou instruções externas. “O robô não precisa imitar o humano, ele só precisa resolver o problema”, resume. Robô TIAGo-135 Imagens cedidas/ Letícia dos Santos Precisão e segurança Durante o período de um ano que passou na Noruega, Letícia testou sua proposta com o robô real em laboratório. O espaço de testes simulava um ambiente doméstico de cerca de cinco metros quadrados, com dois copos no chão e uma mesa. "Tem várias coisas que tem que ser consideradas, principalmente no teste real. Acontece de o robô, por exemplo, derrubar o copo. Ele precisa ter uma precisão bem grande para conseguir pegar o objeto ali, porque questão de dois centímetros ele já pode fazer um movimento errado e não conseguir fazer a tarefa", diz. A pesquisa teve uma taxa de 93% de sucesso. Em um dos testes, o robô prendeu o braço por conta de um erro na detecção de obstáculos. Foi necessário então acionar o botão de emergência — um recurso comum em robôs de pesquisa, que desativa imediatamente todos os motores, como se o robô "desmaiasse", para evitar danos ao equipamento. "Se ele ficasse forçando o motor ali, ele podia estragar", explica Letícia. Robôs em rede Atualmente morando em Porto Alegre, Letícia dá continuidade à sua trajetória acadêmica no doutorado em computação da UFRGS. O foco agora é em sistemas com múltiplos robôs coordenados entre si. A ideia é estudar como diferentes robôs — com formatos, tamanhos e capacidades variadas — podem trabalhar em conjunto em tarefas como mapeamento, exploração de ambientes e cooperação em espaços domésticos ou industriais. "O doutorado tem quatro anos e eu só estou no início, então a ideia ainda pode mudar um pouco. Mas, inicialmente, eu estou trabalhando com multi-robôs, que seriam vários robôs que eles podem se coordenar para fazer uma tarefa, para construir um mapa de um ambiente, para andar junto, para várias aplicações", comenta. Futuro acessível? A pesquisadora reconhece que o custo atual dos robôs como o TIAGo ainda é alto. Segundo ela, trata-se de uma plataforma, voltada para a pesquisa e altamente customizável, com possibilidade de acoplar diversos sensores. Apesar disso, ela acredita que a tendência é de que robôs domésticos se tornem mais acessíveis nos próximos anos, ainda que não saiba prever quando isso deve ocorrer. “Não é minha área de pesquisa, eu sou mais interessada em entender como o robô funciona de fato, mas acredito que economicamente vai ficar mais viável no futuro", aposta. Orientadores do projeto do robô TIAGo-135: Orientador: Prof. Dr. Renan Maffei Co-orientador: Prof. Dr. Mariana Kolberg Co-orientador: Prof. Dr. Jim Torresen VÍDEOS: Tudo sobre o RS Fonte: G1