

wagner.castro Própolis de abelha amazônica cura feridas mais rápido, diz estudo
Estudo da Embrapa e UFPA identifica potencial cicatrizante e anti-inflamatório em própolis de abelha-canudo criada em cultivos de açaí. Própolis da abelha-canudo tem poder curativo Divulgação / Embrapa O própolis de uma abelha nativa da Amazônia tem o potencial para curar feridas, mostrou uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal do Pará (UFPA). O estudo comprova que a própolis da abelha Scaptotrigona aff. postica, conhecida como abelha-canudo, acelera a cicatrização de feridas e reduz a inflamação. O produto foi testado em laboratório. Ele teve desempenho comparável, e em alguns aspectos melhor, do que uma pomada cicatrizante já vendida no mercado. Por exemplo, mostrando uma melhor regeneração da pele. O açaí tem a ver com a pomada A própolis analisada neste estudo é produzida por abelhas-canudo criadas em ambientes de cultivo de açaí. A espécie já era estudada por sua eficiência na polinização do açaizeiro. O produto é feito de resinas de plantas e pólens que as abelhas coletam no ambiente. Elas misturam isso com a cera que produzem. Embora a origem exata das substâncias não tenha sido totalmente determinada, os autores acreditam que o ambiente com plantios de açaí influenciou a composição química da própolis. A palmeira do açaí tem altas concentrações de compostos fenólicos e antocianinas. Essas substâncias possuem capacidade antioxidante. Cura mais rápida A olho nu, o creme de própolis e a pomada comercial tiveram desempenho semelhante. Ambos diminuíram o tamanho do ferimento. Mas a análise microscópica mostrou diferenças significativas. Os pesquisadores observaram uma recuperação mais rápida de fibras colágenas, que dão suporte ao tecido em regeneração. Eles também viram redução da inflamação com o tratamento usando a própolis, o que ajuda na cicatrização. Além dessas vantagens, o creme tem menos chances de efeitos colaterais, um nível reduzido de resíduos químicos e quantidade mínima de conservantes. Também se trata do primeiro creme de própolis com origem em cultivo de açaí já descrito. Outra característica destacada na pesquisa é que a abelha-canudo não usa barro na composição do própolis, diferente de outras abelhas nativas da Amazônia. Isso faz com que o produto seja livre de contaminantes do solo. Abelha-canudo Divulgação Embrapa Quando será comercializada? Para que o própolis da abelha-canudo se torne um produto comercial em larga escala, são necessários mais estudos. Portanto, não há uma data para a sua chegada ao consumidor. Segundo a Embrapa, é preciso identificar as abelhas mais aptas para produzir própolis e as formas de manejo mais adequadas. Além disso, a produção de própolis em cada colmeia é pequena. Portanto, muitos produtores seriam necessários para alcançar quantidades suficientes para venda comercial. Veja também: Embalagem muda de cor para avisar se o peixe está estragado Você sabia? Cada abacaxi é formado por até 200 frutas fundidas Fonte: G1


wilson Onça, jaguatirica, cateto, cachorro do mato: câmeras em parque turístico do Paraná flagram animais selvagens
Pesquisadores estão fazendo inventário da fauna e da flora no parque 'Buraco do Padre', que fica na cidade Ponta Grossa. Buraco do Padre faz inventário da fauna em área preservada Câmeras instaladas no Buraco do Padre, parque turístico de Ponta Grossa, no Paraná, estão flagrando a presença de animais selvagens no local, que fica dentro dos limites do Parque Nacional dos Campos Gerais. Os equipamentos pertencem a um projeto iniciado em outubro de 2024 que pretende pesquisar, monitorar e fazer um levantamento da fauna existente na área. Entre as espécies registradas estão a onça-parda, jaguatirica, cateto, cachorro do mato, entre outras. Veja as imagens na reportagem acima. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Até maio de 2025, os equipamentos foram instalados em 22 pontos diferentes do parque. A escolha dos locais leva em consideração critérios como presença de comida, de água ou até mesmo de rastro desses animais, seja por fezes ou pegadas, por exemplo. As câmeras funcionam de forma autônoma, ou seja, detectam a movimentação dos animais – e quando eles passam, ela faz o registro. O biólogo Rodrigo Fernando Moro é um dos pesquisadores envolvidos na iniciativa. Ele afirma que o estudo visa abranger todos os tipos de áreas presentes no parque: beira de rio, interior da floresta, paredões de rochas, entre outros. Câmera instalada em parque turístico do Paraná flagra animais selvagens Reprodução/RPC Leia também: Operação: Prefeito é preso no Paraná por suspeita de desvios de recursos públicos Araucária: Ex-secretário de segurança, flagrado em festa com traficantes, é denunciado Saúde pública: Morador de Maringá é preso por acumular 13 toneladas de lixo em casa Preservação ambiental Parque Buraco do Padre, em Ponta Grossa (PR) RPC Além do mapeamento dos animais, os pesquisadores também estão fazendo um levantamento das plantas nativas. O geógrafo Átila Cristian Santana, outro pesquisador envolvido no projeto, explica que o inventário tem como objetivo indicar a necessidade de preservação das áreas que, como lembra, são algumas das últimas remanescentes de vegetação de campo e de floresta na região, e atuam como um importante corredor de fauna. Álvaro Fernandes Dias Filho, sócio-proprietário e gestor do Buraco do Padre, acompanha o trabalho dos pesquisadores. "Não se faz turismo sem conversação. Aliás, a gente só faz turismo pra poder conservar. Quando a gente vê que está fazendo turismo, proporcionando uso público dessas áreas, e ainda conseguindo contribuir para a recuperação [ambiental], fica com o sentimento de estar fazendo nada menos do que deveria estar fazendo. Esse é o sentimento: estou fazendo o que tinha que estar fazendo. E está dando resultado, isso é bem legal de ver", avalia. Buraco do Padre Buraco do Padre Adobe stock O Parque de Natureza Buraco do Padre é uma propriedade privada localizada dentro dos limites do Parque Nacional dos Campos Gerais, a uma distância de 120 km de Curitiba. O atrativo principal do ponto turístico é a icônica Furna Buraco do Padre, uma cavidade vertical que se estende a 40 metros de profundidade, formando uma espécie de anfiteatro rochoso. Uma cascata de cerca de 30 metros de altura emerge do meio da rocha, formando uma cachoeira no local. O local também é conhecido por abrigar a chamada "Fenda da Freira", uma cavidade natural formada dentro de um corredor arenoso que se estende por 300 metros e preserva marcas que remontam a 400 milhões de anos atrás. O local é aberto ao público e pode ser visitado mediante o pagamento de ingressos. Eles podem ser comprados na bilheteria do parque ou pela internet, no site do Buraco do Padre. 'Fenda da Freira' é um dos atrativos do parque Buraco do Padre Divulgação Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: . Leia mais notícias em g1 Campos Gerais e Sul. Fonte: G1
r011 iPhone (e Apple Watch) sem botões? Ideia ainda está no 'radar' da Apple
Os rumores que circularam há uns anos apontavam para a possibilidade de a Apple ter desistido da ideia. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

webradio016 A 'regra' inegociável de Kate Middleton na educação dos filhos
A princesa de Gales faz questão de incutir nos filhos valores que considera fundamentais. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil


webradio016 ‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo
Segundo especialistas, a presença ativa nas redes sociais se tornou praticamente obrigatória para profissionais de diversas áreas. Porém, é importante ter alguns cuidados ao compartilhar o trabalho nesses ambientes. Como as redes sociais viraram vitrine obrigatória para profissionais de todas as áreas Médicos, advogados, professores, juízes e até pedreiros: profissionais de diversas áreas estão cada vez mais ativos nas redes sociais. O que antes se concentrava apenas no LinkedIn, agora também ocupa espaços em outras plataformas como o TikTok e Instagram. 🤔 Mas porque isso vem acontecendo? Segundo especialistas ouvidos pelo g1, essa tendência é reflexo da “plataformização do trabalho”, processo em que as plataformas digitais moldam as práticas profissionais e redefinem as formas de visibilidade. (veja mais abaixo) Ou seja: esse fenômeno faz com que os trabalhadores sejam praticamente obrigados a estar ativos nas redes sociais. Profissionais ouvidos pelo g1, que supostamente não seriam obrigados a ter presença nas redes sociais, relatam que estavam “quase escondidos” no mercado antes de começarem a compartilhar o trabalho nessas plataformas. Entre os clientes, a forma de procurar um especialista se transformou. Médicos e advogados, por exemplo, antes buscavam atrair clientes por meio de panfletos, cartazes ou anúncios nas ruas. Hoje, quem não está nas redes sociais, simplesmente "não existe". ‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo Arte/g1 “Se você não está na internet, o mundo não te vê. É como se a gente estivesse entocado numa caverna se não divulgarmos o nosso trabalho”, explica a advogada criminalista Aline de Oliveira Soares, de 26 anos, que atrai cerca de 90% dos seus clientes por meio das redes. Desde a faculdade, a paulista utiliza o Instagram para compartilhar conteúdos jurídicos voltados ao direito criminal, inicialmente como forma de estudar e auxiliar outros colegas da área — o que já a ajudou a construir uma base de seguidores e potenciais clientes. Com o passar do tempo, principalmente depois que se formou, Aline passou a produzir vídeos mais informativos, com curiosidades sobre o direito criminal, o dia a dia de uma advogada criminalista e até memes. A virada de chave aconteceu quando ela decidiu migrar para o TikTok. Aline passou a editar e postar vídeos curtos por incentivo de outras pessoas, sem grandes expectativas. A advogada criminalista Aline de Oliveira Soares tem mais de 245 mil seguidores nas redes sociais. Reprodução/Instagram “Eu só entrava, postava e deixava lá. Até que viralizou sozinho”, lembra. Aline já acumula mais de 245 mil seguidores na rede, e os vídeos sobre o cotidiano da advogada criminalista passam de 3,7 milhões de curtidas. Por lá, diferentemente do Instagram, existe a famosa monetização, em que os criadores ganham dinheiro por meio da própria plataforma se os vídeos fazem sucesso. (veja como fazer) Após atingir 10 mil seguidores, Aline passou a receber por postagens que faz por lá. Mas os ganhos ficam entre R$ 200 e R$ 3 mil por mês, e não serviriam para viver como influencer. A advogada considera que a presença online não é uma obrigação, mas uma oportunidade facilitada pela tecnologia. “Antes, era muito mais difícil divulgar o trabalho. Hoje, com um post no Instagram, você alcança muito mais do que colando um panfleto no poste”, diz. “Além de estudar, se formar, passar na OAB, hoje a gente também precisa virar marqueteiro ou blogueiro. Mas é muito mais fácil: é melhor fazer um post no Instagram do que colar panfletos na rua. Isso abre muitas portas e eu sou totalmente a favor”, explica. ⚠️Concursados também estão nas redes 🤔 Se as redes são uma estratégia de autopromoção, o que explica os concursados, que não necessariamente precisam atrair clientes, também estejam ativos nas redes sociais? O juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua em Alagoas na área de Direito Previdenciário, com foco em processos de aposentadoria rural, diz que a ideia inicial era usar as redes para divulgar o seu trabalho como escritor e professor de concursos públicos. Mas, desde 2023, ele compartilha trechos de audiências públicas e conteúdos sobre sua rotina profissional nas mídias sociais, como forma de humanizar a justiça, desmistificar a figura do juiz e tentar aproximar o judiciário da sociedade. “Eu queria mostrar que a justiça também pode ser conduzida de forma mais leve, humana, sem aquela formalidade excessiva que muitas vezes afasta as pessoas. Muita gente tem medo de juiz. Mostrar meu trabalho ajuda a quebrar esse medo”, explica. Hoje, ele acumula mais de 1,7 milhões de seguidores somente no TikTok, e tem cerca de 18,2 milhões de curtidas nas postagens. Apesar da visibilidade, Kleiton já deixou claro que não pretende deixar a carreira de juiz para ser influenciador digital. “A rede social é como uma casa que a gente aluga: a qualquer momento, o dono pode pedir de volta. Não quero ser refém disso. Minha prioridade é ser juiz, depois escritor e professor”, afirma o magistrado. O juiz federal Kleiton Ferreira também viralizou mostrando seu dia a dia e desmistificando a Justiça. Reprodução/Instagram Mesmo reconhecendo o potencial positivo dos ambientes online para aproximar a Justiça das pessoas, Kleiton relata os efeitos negativos da exposição. “As mídias sociais são perversas. Já passei um mês sem postar nada, para fazer um detox”, conta. Diferente da advogada, o juiz é verificado no TikTok e, por isso, não recebe monetização pelos conteúdos publicados na plataforma. Segundo ele, a renda recebida com visualizações – cerca de R$ 500 mensais pelo YouTube – é destinada a ações filantrópicas. “Se eu dependesse disso, passaria fome”, brinca o juiz. Para Kleiton, a prioridade é clara: primeiro a magistratura, depois a literatura e o ensino. “Se um dia eu deixar a magistratura, será para ser escritor em tempo integral, jamais para ser influenciador.” 📳Pandemia x plataformização do trabalho Segundo Issaaf Karhawi, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), essa tendência de diferentes profissionais ativos nas redes faz parte da "plataformização do trabalho", e de como as formas de comunicação mudaram com o avanço da tecnologia. Desde sempre, profissionais como médicos e arquitetos usaram formas de comunicação para divulgar seu trabalho, seja com panfletos, cartões de visita ou participando da mídia, como comentaristas e colunistas. O que vivemos hoje é uma intensificação desse movimento, com foco nas redes sociais. A pesquisadora destaca que o movimento da plataformização do trabalho é diferente da uberização – que trata dos trabalhadores que dependem das plataformas (como motoristas e entregadores). “Quando eu penso plataformização, estou falando de quase todo o mundo, porque em certa medida, todos nós somos impactados pela dinâmica das plataformas, já que elas penetram em várias camadas da nossa vida — saúde, trabalho e até relacionamentos amorosos”, diz. De acordo com Issaaf, esse processo também muda a forma como profissionais se comunicam, se promovem e até se legitimam. “A mudança no mercado e na atuação profissional tem relação com a plataformização do trabalho”. Para a pesquisadora, a pandemia de Covid foi um dos principais catalisadores desse movimento. Com o isolamento, muitos profissionais precisaram usar as redes como única forma de divulgar seus serviços e manter uma fonte de renda. “Talvez a gente fosse viver tudo isso de alguma maneira, mas a gente está vivendo agora. Eu tenho a sensação que esse processo foi acelerado por conta da pandemia. A necessidade de a gente levar o trabalho para outros lugares”, afirma. Outro ponto levantado pela especialista é que a nossa sociedade é organizada pelo imperativo da visibilidade. Esse fenômeno é uma convocação implícita, mas muito evidente, que o indivíduo precisa ser visto e reconhecido em tempo integral nas mídias sociais. “Em uma sociedade da visibilidade, o sujeito que vive fora desse aspecto é invisibilizado. Não é à toa que a gente se espanta quando alguém diz que não tem redes sociais. Porque existe esse imperativo: é preciso estar visível. Então, não é estranho ouvir profissionais dizendo que, antes das redes sociais, se sentiam invisíveis na profissão”, explica. Como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo nas redes. Arte/g1 🤳🏼 ‘Chefe invisível’: o algoritmo Quem passou a produzir conteúdo nas redes – mesmo que apenas para divulgar um serviço – também se tornou um trabalhador da plataforma. Isso significa estar submetido às regras invisíveis dos algoritmos, que definem o que pode ser falado, como e quando. Issaaf destaca que as grandes plataformas digitais têm regras próprias, muitas vezes pouco transparentes, que influenciam diretamente quem produz conteúdo. Ela aponta que esses criadores acabam assumindo um “terceiro turno” de trabalho. Esse patrão disfarçado é o algoritmo, “Quando começamos a divulgar algo nas plataformas, assinamos um contrato tácito. O algoritmo passa a ser esse chefe invisível, que decide se entrega ou não o nosso conteúdo, o que podemos ou não falar”, destaca Issaaf. Ou seja: os profissionais precisam se adaptar a essas regras, que nem sempre estão claras, além das restrições éticas impostas pelos conselhos e regulamentações de cada classe. É o caso do médico infectologista Ricardo Kores, de Uberlândia, Minas Gerais. O profissional ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), usando a internet como ferramenta de educação em saúde. Porém, ele precisou se adaptar ao formato das plataformas.“Se eu usar os termos técnicos como ‘pênis’ ou ‘vagina’ nas redes sociais, o algoritmo bloqueia, interpretando como se fosse conteúdo pornográfico ou impróprio”, explica. Por isso, o médico passou a usar analogias e frases bem humoradas, como “lavar o pirulito”, “fogo na bruschetta” e “cuidado com leite no olho”. Nas redes, Ricardo também passou a entrar em assuntos que estão bombando na internet, como o show da Lady Gaga. Dessa forma, o infectologista se comunica de maneira acessível, especialmente com os jovens, público mais vulnerável às ISTs. “Como médicos, precisamos estar onde a sociedade está e hoje, é no meio digital, não há escapatória”, diz. “O mundo vai mudando, a gente tem que se adaptar também, gostando ou não gostando”, completa o médico. Em 2022, quando chegou em Uberlândia e abriu o próprio escritório, Ricardo buscou nas redes uma forma de se apresentar à sociedade de forma mais direta. O médico infectologista Ricardo Kores ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus. Reprodução/Instagram O profissional percebeu que estar apenas em catálogos, por exemplo, não seria suficiente. “No catálogo, você vê só a foto e o nome, mas não sabe como a pessoa se comunica, como trabalha ou como se apresenta para a sociedade. Nossa cultura é muito mais humana”, completa. Por não ter muito conhecimento sobre as mídias sociais, Kores fez parceria com um publicitário da região e passou a estudar as redes. Em apenas seis meses, após iniciar a presença digital, já percebeu o impacto. O médico notou um aumento significativo na procura pelos serviços, tanto presencialmente quanto via telemedicina. Ele passou a receber mensagens de pacientes de várias partes do Brasil, e muitos relataram que os vídeos ajudaram a entender melhor sobre saúde. Hoje, somente no Tiktok, Ricardo acumula mais de 470 mil seguidores e cerca de 12,7 milhões de curtidas em seus conteúdos. Por fazer vídeos curtos, as publicações ainda não monetizam e ele não recebe verba das redes. Porém, Ricardo projeta lançar vídeos mais longos no YouTube, o que pode gerar uma renda extra. Através das redes, o infectologista também passou a ser conhecido e convidado para dar palestras em universidades. O médico destaca que segue as regras do Conselho Federal de Medicina, que proíbe a autopromoção direta e a recomendação de medicamentos nas redes. “Não posso falar ‘venha se consultar comigo’ ou indicar remédios específicos. Todo conteúdo precisa ter caráter educativo”, explica. 🤑 Uma grana extra cai bem Além de profissionais que buscam formas de divulgar um produto ou serviço nas mídias digitais, existem casos de trabalhadores que tentam conseguir, de fato, uma graninha extra para complemento de renda. É o caso da professora Júlia Costa, de 28 anos, moradora de Itatiba e docente na rede municipal de Campinas, ambos no interior de São Paulo. Além de complementar a renda, ela encontrou nas mídias sociais uma forma de se motivar a continuar nas salas de aula. Desde 2023, a docente do ensino fundamental compartilha atividades pedagógicas, rotinas e conteúdos voltados para outros professores. “Eu encontrei nas redes sociais uma forma de me motivar e continuar levando atividades diferenciadas para sala de aula”, explica. Inicialmente, Júlia produzia conteúdo sem retorno financeiro, conciliando dois períodos de trabalho em escolas, dando aulas de manhã e à tarde, com a produção de conteúdos para as mídias sociais na parte da noite. A rotina exaustiva logo se transformou: com a venda de atividades pedagógicas em PDF, ela passou a ganhar uma renda complementar. “Hoje, graças ao meu trabalho nas redes, consigo trabalhar só meio período na escola. Sem isso, seria impossível”, afirma. A professora do ensino fundamental Júlia Costa complementa a renda através das redes sociais. Reprodução/Instagram As atividades vendidas são sequências didáticas, jogos e recursos pedagógicos, com valores entre R$ 5,90 e R$ 10. Além dessas, ela também compartilha materiais gratuitos, além de fazer publicidades e parcerias de marcas ligadas à educação. Júlia explica que nunca teve problemas com a divulgação de conteúdos, pois não expõe imagens dos alunos ou revela a escola onde trabalha. Segundo ela, as famílias e colegas de trabalho reconhecem a importância do conteúdo e apoiam a sua presença online. “Nunca mostrei nenhuma criança nas minhas redes sociais, então toda a gravação que eu faço é somente a minha imagem ou mostrando somente a atividade em si. Nunca fiz um conteúdo que possa ofender a família ou a escola que eu trabalho”, explica a professora. 💡Uso das redes sociais de forma ética e estratégica Luana Carvalho, diretora de comunicação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), afirma que é importante tomar alguns cuidados ao compartilhar conteúdo do trabalho nas redes. Por isso, o profissional: 🚫 Não pode publicar dados confidenciais; 🚫 Evite compartilhar produtos ou serviços que são lançamentos; 🚫 Não postar a tela do computador; 🚫 Não divulgar reuniões estratégicas; 🚫 Evitar abordar assuntos polêmicos; 🚫 Tomar cuidado com erros de português; 🚫 Não compartilhar notícias falsas; 🚫 Não postar informações que exponham pessoas específicas sem autorização; ‼️Se for apontar algo que enxerga de errado na empresa ou na profissão, faça isso em tom mais genérico. Sem “falar mal” de nenhuma empresa ou pessoa específica; ‼️ Cuidado com o humor. Ele é uma excelente ferramenta de comunicação e conexão. Mas é importante analisar o tom do humor utilizado para não passar uma imagem infantil. De acordo com a especialista, é um “desafio criar bons conteúdos com frequência sem exagerar na hora de expor situações do cotidiano e impactar negativamente em alguma dessas frentes de trabalho”. É importante checar se a empresa ou cliente tem alguma política própria de restrições em relação à conteúdos compartilhados. Inclusive contratos de prestação de serviço podem ter esse tipo de cláusula. A especialista ainda defende o que pode ser postado (sem medo): ✅ Reflexões próprias, que são originadas da sua vivência, mas não como se fosse uma verdade absoluta; ✅ Sugestões, dicas de estudo e conteúdo para quem se interessa na área que você trabalha; ✅ Contar histórias de outras pessoas desde que sejam autorizadas ou contadas de uma forma que seja impossível de identificar os personagens; ✅ Expectativas e planos de carreira e trabalho. Compartilhar metas e seu dia a dia de estudo, organização e trabalho. ✍🏽Dicas para quem está começando Para quem pensa em produzir conteúdos sobre a profissão nas redes sociais, a especialista Luana Carvalho traz algumas dicas, como: 📲 Defina qual objetivo ao postar conteúdo nas redes: Ter isso muito claro e se lembrar o tempo todo. É muito fácil cair nas métricas de vaidade das mídias digitais, como seguidores e número de curtidas. 📈 Evite cair nas métricas: Engajamento não é a métrica mais relevante para fechar negócios, conseguir clientes ou promoções. Tem muito mais relação com conseguir atingir as pessoas certas. 👩🏽💻Com um objetivo claro, tudo fica mais leve: Ter esse objetivo claro desde o primeiro dia faz com que criar conteúdo seja muito mais leve e deixa a escolha das estratégias muito mais assertivas. 📝 Busque referências alinhadas ao seu propósito: Vale conhecer e seguir orientações de especialistas que também têm objetivos parecidos com o seu. Assim você tem acesso às estratégias que funcionam no seu caso. ➡️ Investir no aprendizado: Faça cursos e sempre esteja atualizado. O mercado criativo está em constante evolução com novas ferramentas técnicas que exigem um portfólio em constante atualização. 😎 Crie uma presença online que seja capaz de ser uma extensão do seu portfólio e habilidades. Tenha um portfólio de “Instagram”, performer como um TikToker e planeje a sua carreira como profissional do Linkedin. 🤞🏽 Invista em networking: busque conexões com outros profissionais on e offline. LEIA MAIS Conheça os 'blogueiros CLTs', que mostram a rotina e os perrengues de trabalho nas redes sociais ‘Fotos que me pagaram para editar’: como fotógrafos e designers faturam até R$ 30 mil por mês no TikTok Conheça o ‘Chronoworking’, método de trabalho que segue o ritmo biológico Fonte: G1


linnpy Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro: empresas lançam propostas para combater racismo nas relações de consumo
‘As empresas precisam incluir isso no seu regimento para que seja a regra’, afirma a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório. Um professor que trabalha com Letramento Racial aponta que a medida pedagógica é mais benéfica que a punitiva. Empresas lançam propostas para combater racismo nas relações de consumo Empresas se uniram e lançaram o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro com 10 propostas para revisão e alinhamento nas formas de atendimento a pessoas negras em lojas. As medidas, sem validade jurídica, foram elaboradas pela L’Oréal Luxo, uma das divisões de negócio do Grupo L’Oréal no Brasil, e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), com a parceria da Black Sisters in Law. Dentre as normas (veja todas as 10 propostas no fim da reportagem), destacam-se: Capacitação antirracista: Estabelece a obrigatoriedade de treinamento para funcionários e colaboradores em letramento racial, visando erradicar vieses e práticas racistas, verbais ou não verbais; Prontidão no atendimento: Propõe que consumidores negros sejam atendidos prontamente, reconhecendo a necessidade de reparar a lógica excludente que historicamente os ignora; Garantia de livre acesso e circulação: Veda qualquer barreira, física ou simbólica, que restrinja o acesso e a livre circulação de consumidores negros nos estabelecimentos, assegurando igualdade de condições; Regras para revistas: Estabelece protocolos claros para a abordagem e revista de consumidores negros, que só devem ocorrer mediante provas inequívocas, visando coibir a prática discriminatória baseadas em estereótipos raciais. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Há, ainda, regras específicas para o mercado de higiene e beleza, como: Disponibilidade de produtos para pessoas negras: Estabelece a obrigatoriedade de estoque adequado e suficiente de produtos que atendam às características específicas de consumidores negros, como tonalidades de pele e tipos de cabelo. A iniciativa nasceu após a pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, encomendada pela L’oreal em 2024, que revelou 21 práticas racistas na jornada de compra do consumidor negro. “Como líderes da indústria de beleza no mundo, queremos inspirar através do exemplo para que o Código seja adotado como protocolo interno por outras companhias, assim como estamos fazendo, em um ato de autorregulamentação antirracista. Este Código é uma ferramenta em legítima defesa de uma população historicamente excluída e já nasce com o objetivo de que, em algum momento, não seja mais necessário”, afirma Bianca Ferreira, Head de Comunicação e Diversidade, Equidade e Inclusão da L’Oréal Luxo. Embora sem validade legal, o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro possui um valor moral, segundo organizadores do projeto. "Para construirmos um futuro em que a equidade racial é um ponto de partida é necessário um esforço conjunto para erradicar preconceitos e práticas discriminatórias. O Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro traz caminhos concretos e é um convite para uma mudança profunda, onde a experiência de compra de consumidores negros seja livre de preconceitos e marcada pela igualdade e pelo respeito”, destaca Natália Paiva, diretora executiva do MOVER. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Em entrevista ao g1, a advogada especialista em Direito Antidiscriminatório Fayda Belo disse que as empresas precisam reconhecer o poder aquisitivo da população negra. “Eu tenho um mercado onde pessoas negras gastam R$ 1,7 trilhões por ano. Ou seja, a população preta tem o poder de compra, mas não tem o direito digno ao acesso a essa compra. É como se em 2025 ainda tivesse no imaginário a ideia de que as pessoas negras só podem ter acesso a produtos baratos”, afirma a advogada, que também é especialista em crimes de gênero e feminicídios. “Esse código vem em primeiro lugar para dizer não só para o Brasil, mas para as empresas, que a gente não pode ignorar mais que o mercado de luxo é extremamente racista. Se a gente não dá nome, a gente não acha remédio, não tem como eu achar a cura para algo que eu não sei o que é”, complementa. 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram! ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. A fundadora da Black Sisters in Law aponta que o Código do Consumidor não é capaz de abarcar todas as possíveis manifestações do racismo. “As propostas de normas que redigimos para autorregulamentação das empresas no Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro tiveram como base recortes fundamentais da Constituição Federal de 1988 e do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), ampliando sua interpretação para garantir uma proteção mais efetiva à população negra”, afirma Dione Assis. “Poder revisitar o CDC com esse olhar afrocentrado, ao lado de outras mulheres negras que compartilham da mesma luta, foi algo extremamente significativo. É a chance de darmos voz às nossas experiências, inspirar mudanças e contribuir para um mercado onde todas as pessoas se sintam representadas e valorizadas", complementa a jurista. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Lei Afonso Arinos A Lei Afonso Arinos foi a primeira norma contra o racismo no Brasil. Mesmo a abolição da escravidão tendo sido em 1888, a primeira lei para combater a discriminação foi apenas em 1951: 63 anos depois. Proposta pelo deputado federal Afonso Arinos, foi aprovada em 3 de julho de 1951 e “tornava contravenção penal a discriminação racial, a discriminação por raça ou cor”. A advogada Fayda Belo aponta como a motivação para a lei nasceu: “Foi a primeira vez que o Brasil reconhece que é racista e adivinha o motivo? Porque pessoas negras iam às lojas e pessoas diziam: ‘Não vendo aqui para pretos’. Iam almoçar e [ouviam] ‘Não pode ir’. Tentavam reservar hotel e não tinham o direito mesmo tendo grana para pagar”. “Veja que isso foi em 1951 e estamos em 2025. Entende a relevância que é você ter uma norma pública que dita assim: ‘é histórico que no Brasil se nega o direito à população negra do acesso ao consumo mesmo tendo dinheiro para pagar”, complementa Belo. Para a advogada, é necessário que as empresas tenham áreas de inclusão e diversidade e incluam o Código no seu regimento interno, para que se torne regra. ‘Antes a medida pedagógica do que a punitiva’, diz professor O g1 ouviu vítimas de casos de racismo em estabelecimentos do Rio que viram como positivo o lançamento do código. O professor Moisés Machado, de 30 anos, que denunciou no ano passado uma vitrine que colocava um macaco junto a uma boneca negra na Zona Sul do Rio, aponta que o caráter pedagógico é mais benéfico e educativo do que ir pelo caminho da punição. “A iniciativa é interessante, principalmente, por possuir um caráter pedagógico ao fim proposto. Antes a medida pedagógica que a punitiva. Afirmo que a capacitação de funcionários pode minorar práticas racistas nos postos de trabalho”, afirma Moisés, que trabalha com Letramento Racial nas empresas. “Se o racismo estrutural foi incorporado na nossa sociedade, sobretudo, por práticas pedagógicas voltadas para o mal, é com uma pedagogia Antirracista é que iremos obter sucesso nesse combate por um corpo social mais equalitário”, complementa. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Um outro jovem, que foi seguido por um segurança em um shopping de alto padrão da Zona Sul, questiona o critério utilizado para discriminar pessoas negras nesses ambientes. “O que define uma pessoa suspeita? O que é um comportamento suspeito? Qual é o caminho que a identificação de uma pessoa suspeita vai levar? Ele vai ser seguido, levado para uma sala privada, abordado na frente de todo mundo?”, questiona. “Penso muito na transparência desses estabelecimentos quanto à segurança deles. Que tal comportamento é tão perigoso assim e quais são os passos que eles costumam fazer para solucionar a segurança? O treinamento é necessário, mas a transparência também”, conclui. Yanca Ellen, de 24 anos, que foi acusada de roubo em uma loja da Zona Norte do Rio, aprova a iniciativa e defende a incorporação em todas as lojas. “Para outras pessoas não passarem pelo que eu passei diante da loja e até para outras pessoas pretas irem a shoppings e se sentirem confortáveis. Eu achei incrível. Acho que toda loja deveria dar um treinamento pros seus funcionários sobre como abordar e tratar uma pessoa preta. Isso já deveria estar funcionando há muito tempo, eu não fui a primeira nem vou ser a última”, afirma. A mãe de uma adolescente que foi acusada de furto junto a outra colega em um shopping da Ilha do Governador afirma que é difícil se livrar totalmente da raiz racista brasileira. “É um começo para a gente tentar diminuir o racismo, porque eu acho que acabar o racismo, a gente não vai conseguir. Nós podemos conseguir diminuir o racismo, mostrar que a cor da pele não interfere, mostrar que a carne preta não é tão não valiosa assim, que a carne preta vale, porque muita gente acha que a carne preta não vale nada, mas a carne preta vale muito. Então é uma iniciativa boa”, afirma. Veja as 10 propostas do Código Art. 1º É dever do estabelecimento capacitar seus funcionários e colaboradores por meio de letramentos raciais e treinamentos, com mínimo de 6 horas anuais, conduzidos por consultorias externas especializadas, visando erradicar vieses e práticas racistas (verbais ou não verbais). Art. 2º É dever do estabelecimento agir com presteza no atendimento ao consumidor negro, assegurando-lhe o tratamento digno e respeitoso para combater a invisibilidade social. Parágrafo único – Os vendedores e atendentes deverão ser orientados a dispor pronto atendimento ao consumidor negro que entre no estabelecimento, salvo se já estiverem prestando atendimento a outro cliente. Neste caso, o consumidor negro deverá ser atendido tão logo um vendedor ou atendente esteja disponível. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Art. 3º É vedado aos estabelecimentos impor quaisquer barreiras, físicas ou simbólicas, que restrinjam o acesso do consumidor negro aos produtos expostos e disponíveis para os clientes, bem como limitar sua livre circulação e permanência no ambiente comercial, assegurando igualdade de condições de acesso, sem imposição de tempo determinado. Parágrafo único – É dever dos atendentes expressarem, de forma verbal e clara, que os consumidores negros podem circular pelo estabelecimento e manusear os produtos expostos, assegurando, de maneira ativa, o pleno exercício de sua liberdade e segurança no ambiente. Art. 4º É dever do estabelecimento agir com cautela ao abordar o consumidor negro, devendo a abordagem ocorrer somente mediante a existência de provas inequívocas que deverão ser apresentadas ao consumidor negro antes de qualquer revista e em estrita observância aos protocolos estabelecidos: I – Quando o alarme de segurança for disparado. II – Quando houver uma testemunha ocular esta deverá ser, necessariamente, um preposto da empresa. III – Quando houver registro audiovisual do delito por meio de câmeras de segurança. IV – Assegurar o acesso à disponibilização das gravações. Parágrafo único – A revista poderá ser realizada se houver evidência do furto com o cumprimento dos protocolos acima, em caso de suspeita infundada, caberá ao consumidor negro se opor a tal ilicitude e imediatamente acionar a segurança pública para que a revista seja realizada por seus agentes. Art. 5º É obrigação do estabelecimento adotar medidas inclusivas que promovam a contratação de funcionários negros, a fim de alcançar representatividade negra similar à existente na população local. Parágrafo único – Dispor de atendente negro em todos os turnos da jornada de trabalho. Art. 6º O atendimento ao consumidor negro deverá ser realizado com respeito e dignidade, sendo vedadas quaisquer formas de tratamento discriminatório, incluindo comunicações estereotipadas ou ofensivas. § 1º É expressamente proibido o uso de alcunhas ou qualquer outra forma de tratamento pejorativo no atendimento ao consumidor negro. § 2º É vedado qualquer contato físico com o consumidor negro, salvo nos casos em que houver solicitação ou consentimento expresso. Art. 7º Todas as informações referentes a preços e condições de pagamento devem ser disponibilizadas de forma clara, acessível e adequada, em conformidade com a legislação vigente. É expressamente vedado ao atendente do estabelecimento informar verbalmente o preço de um produto sem solicitação prévia. Parágrafo único – As informações relativas às condições de pagamento e parcelamento, bem como descontos, poderão ser prestadas no curso ou ao término do atendimento, sendo vedada sua apresentação durante a abordagem inicial ao consumidor. Art. 8º É obrigação dos estabelecimentos garantir representatividade na comunicação visual (publicidade) presente em seus pontos de venda, com conteúdo de pessoas negras sem que perpetue estereótipos exóticos ou racistas Art. 9º Os estabelecimentos que comercializam itens de beleza têm a obrigação de manter estoque adequado e suficiente de produtos, compatível com a extensão do local e o fluxo de consumidores, assegurando a disponibilidade dos produtos que atendam às características específicas de consumidores negros, incluindo diferentes tonalidades de pele e tipos de cabelo. Parágrafo único – Na eventualidade de ausência de estoque, é vedado oferecer produtos substitutivos e/ou em quantidade maior do que o consumidor compraria, e que não atendam plenamente às suas características específicas, induzindo-o ao erro. Art. 10º Os estabelecimentos que comercializam produtos ou serviços de beleza devem adotar medidas inclusivas, garantindo a capacitação técnica de todos os seus funcionários e colaboradores, com formação adequada e especialização para o atendimento do consumidor negro, considerando suas especificidades. Fonte: G1


webradio016 Avó se emociona ao ver neto aprovado em medicina usando jaleco pela primeira vez; veja vídeo
Momento comovente foi registrado na zona rural de Brejo Santo, no interior do Ceará, e fez sucesso nas redes sociais. Avó se emociona ao ver neto aprovado em medicina usando jaleco pela primeira vez A emoção deixou sem palavras Maria de Lourdes, de 70 anos, quando ela entrou no seu quarto, na última quarta-feira (27), e encontrou o neto Gabriel Souza, aprovado em medicina na Universidade Federal do Cariri (UFCA), utilizando pela primeira vez o jaleco que, no futuro, deve fazer parte do seu dia a dia como médico. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp O momento foi filmado pelo irmão de Gabriel, que captou toda a comoção de dona Neném, como é conhecida por amigos e familiares. O neto chegou a chegou a perguntar: "Ficou bonito?". A resposta não precisou ser expressa em palavras - o abraço apertado e as lágrimas da avó disseram tudo. A cena foi parar nas redes sociais e fez sucesso em perfis do Ceará. O jovem de 21 anos, natural de Brejo Santo, na região do Cariri cearense, soube em janeiro deste ano que, após anos de estudo, havia sido aprovado via Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para cursar Medicina na maior universidade da região. A notícia foi festa para a família de Gabriel, que vive na localidade de Sítio da Onça, na zona rural do município. Pelo calendário da UFCA, ainda alterado por conta da pandemia de Covid-19 e por uma greve de servidores, o semestre de 2025.1 deve começar no dia 9 de junho. Gabriel, portanto, apesar de saber da aprovação desde janeiro, só agora vai começar as aulas. Para celebrar o momento, teve a ideia de vestir o jaleco para a avó ver. "Eu simplesmente cheguei lá com o jaleco e quis fazer uma surpresa, já que era a primeira vez que ela estava vendo um neto seu, alguém da sua família, [vestido como alguém] de uma profissão tão renomada que é a medicina", conta Gabriel. "A gente já tinha comemorado. Mas eu acho que pra ela também não deixava de ser uma vitória [vê-lo de jaleco]. Era uma coisa nova pra ela. Por isso que ela se emocionou tanto. E ficou aquela coisa do vídeo. Ela chorou, ficou muito emocionada" Maria de Lourdes, avó de Gabriel, se emocionou ao vê-lo com jaleco pela primeira vez Reprodução Gabriel concluiu o ensino médio em 2021 e, desde então, tem se dedicado a ingressar no ensino superior. Em 2022, por questões particulares, não pôde estudar, mas a partir de 2023 ingressou em um cursinho e passou a se dedicar integralmente à preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E nesse período, conforme Gabriel, a avó Maria de Lourdes, que mora perto dele, o incentivava, preparava refeições e até mesmo o ajudava financeiramente. "Todos os dias eu ia na casa dela. Antes de eu estudar, eu ia de manhã e também à noite, quando eu chegava. E ela me ajudou muito mais de forma emocional, sabe? Ver ela torcendo por mim, não só ela, mas também todos os meus familiares, meu avô. Aquilo servia como combustível pra continuar essa caminhada", afirma. Gabriel celebrou a aprovação em medicina com a mãe, o irmão e o pai Arquivo pessoal Da escola pública à universidade pública Filho de um pedreiro e de uma merendeira, Gabriel estudou a vida toda em escolas públicas. No ensino médio, foi para uma escola estadual profissionalizante, onde, além do currículo regular, também obteve a formação de técnico de enfermagem. Ele conta que medicina não era o curso com o qual sonhou a vida toda. A paixão pela área surgiu justamente no ensino médio, quando começou a trabalhar em hospitais por causa do estágio técnico em enfermagem. "Foi uma coisa que me inspirou bastante de tentar seguir na profissão", relembra. Foram dois anos de estudo e cursinho antes da aprovação na Universidade Federal do Cariri com a nota do Enem 2024. O resultado do vestibular estava agendado para o dia 26 de janeiro, mas atrasou. A família só soube da aprovação no dia 27. O momento foi celebrado por toda a família. "Meu filho vai ser doutor! Te amamos. Obrigado, meu Deus, por essa graça", escreveu a avó nas redes sociais. Gabriel relembrou apoio emocional da avó durante todo o período em que estudou para entrar na faculdade de medicina Arquivo pessoal O campus da faculdade de Medicina está localizado na cidade de Barbalha, também na região do Cariri, mas a cerca de uma hora de Brejo Santo. Agora prestes a começar os estudos na universidade pública, ele deve morar com uma tia no município de Juazeiro do Norte, mais próximo à faculdade, mas também não muito distante de casa. A pouca distância, inclusive, foi um dos principais incentivos para procurar a aprovação na UFCA. Ele diz que, apesar das possibilidades que a profissão oferece, pretende atuar na região onde nasceu e foi criado, sem perder de vista a família que o incentivou. "Um dos maiores motivos de eu querer tentar cursar nessa faculdade foi a proximidade dos meus familiares. Eu acho que eu quero persistir com isso depois de formado, se Deus quiser, quero atuar aqui próximo. Eu me vejo até atendendo aqui na minha comunidade, na minha região", disse o jovem. "Eu acho que isso é muito gratificante pra mim, poder servir a quem um dia me serviu e trabalhar na comunidade que eu vivo, que eu fui criado, eu acho que pra mim esse seria o meu maior orgulho". Assista aos vídeos mais vistos do Ceará Fonte: G1