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linnpy Por que participação feminina em cursos de exatas e engenharias na Unicamp segue estagnada há 17 anos

Em 2025, mulheres são minoria em cursos como engenharia da computação, engenharia mecânica e estatística, mas predominam em graduações como enfermagem, pedagogia e fonoaudiologia. Pesquisadora do Instituto de Química da Unicamp durante análise em laboratório de nanopartículas de magnetita e sílica, no estudo sobre dupla função contra o câncer, em Campinas Antoninho Perri/Ascom/Unicamp Há 17 anos, o percentual de mulheres ingressantes em cursos de exatas e engenharias da Unicamp, em Campinas (SP), segue estagnado. Isso porque, em quase duas décadas, a participação de mulheres matriculadas nesses cursos em relação aos homens nunca ultrapassou 34%. Especialistas e alunas ouvidas pelo g1 convergem em uma razão atribuída a esse cenário: a percepção de que existem carreiras específicas para homens e mulheres. Para reverter a situação, é preciso fazer com que meninas se interessem pela ciência desde a infância. Apesar de tudo o que se faz de igualdade de gênero no Brasil, estamos cansadas de saber que tem muito lugar que nem sabe o que é isso. [É preciso ter] Matérias de jornal, palestras, atividades lúdicas, feiras de ciência, coisas que mostrem a diversidade de opções, independente de gênero, e futuros promissores na carreira, inclusive para a mulher. Da estatística à medicina Os números mais recentes da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) mostram que, em 2025, as mulheres são minoria em cursos como engenharia de computação (11,96%), engenharia mecânica (20,57%) e estatística (25,35%). Já em cursos historicamente associados ao cuidado e à saúde, como enfermagem (75,61% de mulheres), pedagogia (87,76%) e fonoaudiologia (100%), elas predominam. Na medicina, 55,36% das matrículas são femininas. Diferença na prática Diulia Ribeiro Hostalácio, de 18 anos, estuda engenharia da computação na universidade. Neste ano, o curso teve 11 mulheres matriculadas e 81 homens. Segundo ela, entre as sete disciplinas cursadas no semestre, somente uma é ministrada por uma mulher. "É algo desafiador. É inegável que às vezes eu me sinto meio deslocada numa sala cheia de homens. Ainda assim, eu tenho muito orgulho do lugar que estou e sinto uma responsabilidade em torná-lo mais acolhedor para as futuras calouras", conta. Receba notícias da região de Campinas no WhatsApp Essa vontade de tornar o espaço mais atrativo para futuras engenheiras vem também do acolhimento que Diulia recebeu ao entrar na universidade. “As veteranas fizeram grandes esforços para nos acolher e tiveram vários eventos exclusivos para mulheres para estimular essa inclusão”. “No âmbito profissional, acredito que seja menos receptivo. As mulheres constantemente precisam se esforçar bem mais para serem tratadas com respeito e igualdade”, analisa a caloura. Ana Luísa Rosa, de 19 anos, é ingressante no curso de dança e vive uma realidade diferente. Na contramão da engenharia da computação, a graduação escolhida por ela teve 23 meninas matriculadas entre 25 estudantes. "Honestamente, eu acho que essa diferença de gênero do meu curso se dá muito pela sociedade que a gente vive hoje em dia, e digo pela sociedade machista mesmo, porque se a gente for lá atrás, quando todos nós da minha sala, por exemplo, éramos crianças e precisávamos entrar numa atividade física para gastar energia, para desenvolver altura, sistema cognitivo, as meninas sempre iam para o balé", diz Ana Luísa. Jovem que temia fazer 10º ano de cursinho em 2025 é aprovada em medicina Quebrando estereótipos O pioneirismo de Claudia Bauzer Medeiros, engenheira eletrotécnica, pesquisadora e professora titular do Instituto de Computação da Unicamp, em uma área do conhecimento comumente dominada por homens, se reflete no currículo. Além de ter presidido a Sociedade Brasileira de Computação, a pesquisadora recebeu prêmios nacionais e internacionais, incluindo dois títulos de Doutora Honoris Causa. É membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências e de conselhos científicos internacionais. Quando eu cheguei na Unicamp, em 1985, eu fui a quarta ou quinta doutora do atual Instituto de Computação. Dizem que fui a primeira ou segunda doutora em computação do Brasil. E havia quase que 50% de docentes mulheres na computação. Isso foi diminuindo, obviamente, porque tem menos mulheres ingressando no curso, então tem menos gente se formando do sexo feminino. Segundo Medeiros, estudos demonstram que essa “virada” na participação feminina em cursos de exatas foi um fenômeno mundial, ainda pouco entendido, mas que pode estar atrelado à competitividade do mercado de trabalho. “Na área de computação, houve uma virada, quando se começou a perceber que era uma profissão de futuro, e os homens começaram a competir. E aí, uma das razões que alegam é que as mulheres se retiraram porque não estavam tão interessadas nessa competição acirrada por dinheiro”, explicou. Para a docente, além de fomentar o interesse de meninas pela ciência desde a infância, é preciso quebrar o estereótipo de que, nos cursos voltados às engenharias e computação, há pouca ou nenhuma interação social. “Isso é uma coisa totalmente errada, porque a computação permeia nossas vidas. Tudo que é feito para a computação, usando computadores, afeta a sociedade, afeta todo mundo, em todos os setores do mundo, da vida”, disse Medeiros. Estudantes realizam a segunda fase do vestibular da Unicamp Pedro Amatuzzi/g1 O que diz a Comvest O diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, avaliou que a menor presença de mulheres nos cursos de engenharias e exatas está relacionada a fatores históricos e culturais que ainda moldam as escolhas profissionais. Ele destaca que os dados de aprovação acompanham, em geral, o perfil de quem se inscreve, com correlações entre gênero, raça e tipo de escola. “Isso vem mudando, evidentemente, e a Comvest busca acompanhar e estimular a presença de mulheres”, destacou. “Nada está fora da curva, mas estamos atentos e fazemos campanhas, estimulamos para que garotas prestem o vestibular nestas carreiras e que sejam desafiadas. Nesse sentido, as Olimpíadas de Conhecimento têm dado um grande impulso para perder certas barreiras, mas ainda estamos longe de ter uma equidade de gênero nos cursos de engenharia e exatas”, disse Freitas. *Estagiárias sob supervisão de Gabriella Ramos. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas Fonte: G1

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linnpy VÍDEOS: Globo Comunidade de domingo, 1º de junho de 2025

Veja as reportagens do programa com as notícias do DF. Veja as reportagens do programa com as notícias do DF. Fonte: G1

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hugo_dantas Netanyahu considera proposta do Hamas para cessar-fogo "inaceitável"

O primeiro-ministro israelita classificou este domingo de "inaceitável" a contraproposta do Hamas à mais recente proposta de cessar-fogo norte-americana, estando o grupo radical palestino disponível para libertar 10 reféns vivos e 18 mortos. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

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linnpy É época de colheita de cacau no interior de SP

Produtores do noroeste paulista esperam que colheita deste ano seja maior do que a do ano passado. Produtores do noroeste paulista tem apostado na plantação e na colheita de cacau usando o sistema de agroflorestal Reprodução/TV TEM A Fazenda São Luís, que fica em Tabapuã (SP), região noroeste do estado de São Paulo, foi pioneira na produção de cacau, fruto que é cultivado em meio a seringueiras e bananeiras. São 75 mil pés distribuídos em uma área de 170 hectares, em um sistema agroflorestal. Por semana, cerca de 1.300 caixas são colhidas. O produtor, José Celso Dias, espera que a colheita desse ano possa ser três vezes maior que a do ano passado. Ele explica que precisou realizar algumas mudanças para impulsionar a produção, aumentando o espaço entre as seringueiras, com corredores de 20 metros, assim, para que mais sol chegue até as mudas. As plantas são originárias da Bahia e se adaptaram ao clima seco da região. Mesmo assim, a propriedade conta com um sistema de irrigação e fertirrigação que ajuda no desenvolvimento da planta. Após a colheita, a polpa é retirada e levada para outro sítio, onde passa por fermentação em tanques que foram desenvolvidos por José. Depois, as amêndoas são secadas por sete dias a 50ºC. Cada saca é vendida por R$ 3,3 mil, e o destino é, principalmente, indústrias da Suíça e da Bahia. Em Olímpia (SP), a 30 quilômetros de Tabapuã (SP), Luiz Lopes cultiva o cacau em apenas três hectares. Natural do Pará, o produtor trouxe mudas híbridas do norte do país. E, com a ajuda dos filhos, espera poder colher mais de sete toneladas de amêndoas. Parte da produção já é transformada em sucos, geleias e chocolate artesanal. A família planeja abrir uma fábrica própria nos próximos meses. Para eles, o cacau virou sinônimo de oportunidade. Veja a reportagem exibida no programa em 01/06/2025: É época de colheita de cacau no interior de SP VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo Fonte: G1

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wilson Menos atendimento, mais conversão: por que as marcas seguem errando?

Descubra como os chatbots estão revolucionando o e-commerce com personalização, inteligência e conversões reais. O post Menos atendimento, mais conversão: por que as marcas seguem errando? apareceu primeiro em Olhar Digital. Fonte: Olhar digital

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r011 Jovem atleta do interior de SP realiza sonho no beisebol e assina contrato com time dos EUA: 'Me senti honrado'

Filho de ex-jogador cubano, Juan Carlos Muñiz Júnior começou no esporte aos 4 anos em Marília (SP) e superou pressão e incertezas até chamar atenção do Pittsburgh Pirates. Veja alguns lances de Juan, jovem atleta de Marília, como lançador no beisebol Natural de Marília e com apenas 17 anos, Juan Carlos Muñiz Filho realizou o sonho de muitas crianças, a maioria estadunidenses, que crescem com o bastão e a luva nas mãos: foi contratado pelo Pittsburgh Pirates, uma das franquias da Major League Baseball (MLB), após impressionar olheiros internacionais em testes no Brasil. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp A trajetória de Juan no esporte, que atua como lançador, começou cedo, já que teve contato com o beisebol desde os 4 anos, graças ao pai, Juan Muñiz Armenteros, ex-jogador cubano com passagem pelos EUA que se radicou no interior paulista. Em entrevista ao g1, Juan explica que incentivo por parte do pai serviu de impulso para o menino se apaixonar por um esporte pouco tradicional no Brasil, mas carregado de disciplina e respeito. "O que me faz ser apaixonado pelo esporte é a disciplina e respeito que o beisebol faz o atleta ter. Também, é muito bom ter um pai com que já jogou beisebol, por conta da experiência que ele tem e também ele acaba servindo com uma inspiração", afirma Juan. Para a família do jovem, o beisebol sempre foi mais que um esporte: “Representa oportunidade e também uma forma de diversão”, resume. Antes de chegar ao Pirates, Juan encarou uma rotina intensa de treinos Arquivo Pessoal/Reprodução Caminhada ao sucesso Antes de chegar ao Pirates, Juan encarou uma rotina intensa de treinos. No Brasil, o dia era dividido entre exercícios físicos e práticas específicas de arremesso e mecânica. Juan começou a jogar aos quatro anos no Tbol, adaptação do esporte para pequenos Arquivo Pessoal/Reprodução Mas como todo atleta, Juan também passou por momentos difíceis. Um dos momentos mais delicados aconteceu no início de 2025, quando ele já havia ultrapassado a idade ideal para assinar contrato. Nesse momento de dúvidas e pressão, Juan teve certeza que sua família lhe daria todo o apoio: "Uma mensagem que me marcou e mudou minha forma de pensar, foi uma frase que a minha mãe, que disse 'ainda não é o momento, a sua hora vai chegar'", contou Juan. A virada aconteceu quando um olheiro brasileiro do Pirates levou um chefe norte-americano para assistir aos treinos. Entre tantos jogadores, o desempenho de Juan chamou atenção e, no dia seguinte, veio a notícia de que ele seria contratado: "Me senti honrado. Eu fiquei muito feliz que eu iria realizar um sonho que eu tinha desde criança." Juan sempre contou com o apoio da família para conquistar seus sonhos no esporte Arquivo Pessoal/Reprodução Nova vida na República Dominicana Vestir o uniforme oficial da equipe dos Estados Unidos foi um momento marcante para Juan. Ele conta que se sentiu honrado em representar uma equipe da MLB. Aos 17 anos, Juan Carlos Muñiz Filho, de Marília, foi contratado pelo Pittsburgh Pirates Arquivo Pessoal/Reprodução Ao lado de outros jovens atletas, Juan vive em um complexo do Pittsburgh Pirates, na República Dominicana. A adaptação, segundo ele, foi mais tranquila do que o esperado. “A adaptação está sendo fácil, por conta que a alimentação e o clima são semelhantes ao do Brasil. Em questão do idioma, também está sendo fácil porque eu já sabia falar espanhol”, explica. A convivência com outros atletas e treinadores também flui bem, já que eles ajudam ao máximo o jovem. Fora dos campos, a vida também ensina: “Aqui eles cobram muito respeito, disciplina e compromisso”, destaca. Próximos passos A trajetória até o momento atual é conduzida pelo apoio familiar. O irmão, Luiz Felipe, também já passou por experiências fora do Brasil com o esporte. E os pais estão orgulhosos com as conquistas do filho: “Ficaram muito contentes de me ver realizando um sonho”, conta. Em alguns anos, Juan espera estar prestes a estrear na MLB, o principal palco do beisebol mundial. Para os jovens brasileiros que também desejam seguir esse caminho, ele manda o recado: “Nunca desista do seu sonho e sempre dê o seu máximo”. Em alguns anos, Juan espera estar prestes a estrear na MLB Arquivo Pessoal/Reprodução *Colaborou sob supervisão de Mariana Bonora. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região Fonte: G1

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andre.costa Padre de Sorocaba realiza missão em comunidade do Pará: 'Me fortalece'

Projeto 'Igrejas Irmãs' foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1972, e tem como meta promover a solidariedade e a cooperação missionária entre as igrejas. Padre de Sorocaba realiza missão em comunidade do Pará A quase 3 mil quilômetros de distância de casa, um jovem padre de 35 anos, e que há quatro está na ordenação, Jean Carlos vive uma experiência única em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó, no Pará. Enviado para o projeto “Igrejas irmãs”, o padre realiza, há dois anos, essa missão junto da Arquidiocese de Sorocaba e a Diocese de Ponta de Pedras. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O projeto “Igrejas Irmãs” foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1972, e tem como meta promover a solidariedade e a cooperação missionária entre as igrejas. A ideia é atuar quando uma diocese percebe a necessidade que a outra está passando, como ter mais padres, ou até mesmo prestar assistência à educação e saúde sanitária. Em sua vinda para Sorocaba (SP) para um breve descanso, o g1 pôde conversar com o Padre Jean, que contou seus desafios e os trabalhos que realiza naquela comunidade. Padre Jean Carlos de Sorocaba (SP) celebrando com as famílias ribeirinhas na Ilha do Marajó Pascom Sorocaba Ordenado padre em 24 de abril de 2021, Jean Carlos, que já havia feito essa ação missionária na região ainda como seminarista, aceitou o pedido do então bispo Dom Julio para exercer seu trabalho na diocese de Ponta de Pedras, no Pará, em março de 2023. “Estou já há dois anos trabalhando na região. Um povo acolhedor que fortalece a minha missão. É impossível não se apaixonar por essa gente da Ilha do Marajó. É impossível que a nossa vida não seja transformada por eles”, relata. Desafios da missão Padre Jean está há dois anos trabalhando na cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba Segundo o padre, um dos principais desafios da missão é a locomoção. A paróquia onde trabalha cuida de 18 comunidades, sendo que oito delas são ribeirinha, quatro de estrada de pirraça e seis na cidade. Todas elas distantes de onde ele fica. Ele lembra que cada ida para as comunidades exige um preparo adequado para que não haja imprevistos na volta. Para celebrar uma missa, ele sai às 6h30 e volta apenas 15h. “Houve uma ocasião, no mês de janeiro, em que os nossos seminaristas daqui de Sorocaba foram para lá e nós fomos para uma comunidade para passar três ou quatro dias. Porém, acabamos ficando sem água e sem energia elétrica. Tivemos que nos adaptar a tudo, ficamos sem sinal de Wi-Fi – em alguns lugares, só pegam telefone e internet. Então, imagine, tivemos que tomar banho de canequinha, jantar à luz de vela”, lembra. Além desses imprevistos, o padre conta que é necessário tomar cuidado ao usar o “casco” – espécie de barco –, e lembra de momentos que ele foi colocado à prova, como quando teve que remar nas águas do rio de Marajó. Em trajetos mais longos, motos são utilizadas para agilizar o caminho. “Quando viajávamos à noite, tivemos um imprevisto em nosso barco. Além da chuva, tivemos que remar, pois o barquinho havia ficado sem combustível. Sem contar que quando estamos muito longe de casa e fura o pneu temos que parar e descer para arrumar. Então, são essas histórias que fortalecem ainda mais a nossa missão”, comenta. O clima da Amazônia também mostrou um desafio para o padre. Tendo que se adaptar às altas temperaturas e umidades, chegando até a prejudicar a saúde do sacerdote, como gripe e insolação. “A missão mostrou-se muito desafiadora em vários sentidos, como o clima, a alimentação, os meios de transporte, o ritmo de vida, o ritmo pastoral e eclesial. Tive dificuldades de adaptação ao clima, o que por diversas vezes prejudicou minha saúde. As altas temperaturas e a sensação de umidade não são tão comuns onde eu atuava anteriormente,” relembra o padre. Choque de realidade Missa de lava-pés na comunidade ribeirinha celebrada pelo padre Jean Carlos Pascom Sorocaba Quando falamos de padres ou de qualquer outra pessoa que tenha uma experiência dessas, imaginamos que nada cause um impacto em sua vida. Durante a conversa, Padre Jean revela que quando começou a vivenciar aqueles momentos, foi como se não tivesse sido padre, e que ainda é contínua a busca por compreender tudo ao seu redor. “Quando eu pisei naquela região, eu me senti totalmente impotente e incapaz de muitas coisas. É como se eu nunca tivesse sido padre antes. Eu compartilho com as pessoas que a experiência na Ilha do Marajó exigiu e está exigindo de mim esta graça e este desafio de me abrir a aprender novamente como é ser padre, essa impotência por causa das distâncias. As pessoas também ficavam um pouco desconfiadas com a gente por sermos novos, mas tudo se supera aos poucos. Outra coisa que me emocionou muito foi o carinho das crianças”, comenta. O padre lembra que, entre os cuidados que a igreja desenvolve naquele lugar, está a questão da educação com as crianças, com o projeto “Queremos Crescer”. “Nele, nós oferecemos aulas de reforço escolar, aula de inglês, aula de informática, música, cantos. E ainda estamos desenvolvendo cursos de culinária básica”, comenta. Além disso, as comunidades contam com a Pastoral da Criança, onde é oferecido suporte a muitas famílias, independente da religião, e onde, segundo o padre, o lado social e humano das pessoas é sempre priorizado. Um outro projeto que ele desenvolve junto à igreja é a de assistência para as mulheres grávidas, ensinando meios de como cuidar do bebê e ainda de como ter uma gravidez saudável sem risco para a mãe e ao filho. A experiência do Padre Jean na Ilha do Marajó, que já dura dois anos, vai além dos desafios do dia a dia e vai para a sua transformação pessoal e espiritual. Ele descreve esse tempo de jornada missionária como um convite contínuo à abertura e à fé. Em julho, ele retorna para a região para continuar seu trabalho em Sorocaba (SP), onde segue fazendo animação vocacional e descansando para voltar. Padre Jean e moradores em barco indo para missão na Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba Desapegar de si para o próximo Por fim, o padre lembra que o maior desafio é, de fato, conseguir sair saudavelmente de seus costumes, visões de mundo e de igreja, abrindo-se totalmente a algo novo. "A partir disso, avaliar os dois primeiros anos de missão com o amado povo do Marajó é um convite a não olhar para trás, mas lançar-me para adiante. Aquele que me chamou é fiel, Nele confio e Dele espero todo o bem e toda a graça. Avalio a missão a partir dessa ótica, a ótica da Providência Divina. Até aqui, nada me faltou”, explica. Ele também fala sobre a importância de entender o chamado de Deus no território da missão, que é mais sobre "ser" do que "fazer". O padre não é apenas um executor de tarefas, mas alguém "tirado do meio do povo para servir ao povo,” finaliza. Padre Jean celebrando uma missa em uma das 18 comunidades que ele trabalha na região da Ilha do Marajó no Pará Pascom Sorocaba *Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM Fonte: G1

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r011 Pimenta-rosa do ES vira matéria-prima para a indústria de cosméticos

Negociações da empresa de cosméticos com produtora de São Mateus, no Norte do estado, durou cerca de cinco anos. Processo contemplou estudos e pesquisas na fazenda, para comprovar qualidade da produção capixaba. Marca de cosméticos usa a pimenta rosa de São Mateus na produção de fragrâncias O aroma característico da pimenta-rosa, muito utilizada na culinária, agora também vai alcançar outros olfatos Brasil afora através das fragrâncias desenvolvidas por uma indústria de cosméticos. Uma pesquisa desenvolvida em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, conseguiu usar essa especiaria como matéria-prima na produção de perfumes. Propriedades como a característica frutada, doce e densa do produto capixaba, atenderam os quesitos de uma das maiores marcas de cosméticos do mundo. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp O período de negociações durou cerca de cinco anos, contou com articulação, suporte técnico e institucional do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e acompanhamento de pesquisadoras da área de bioingredientes da empresa. A rotina contemplou estudos e pesquisas na produção da fazenda, com coletas que eram levadas para análises nos laboratórios. Todo esse processo foi necessário para atestar a qualidade da especiaria. Antes do contrato, a empresa usava matéria-prima importada de Madagascar. Após as verificações, as propriedades foram atestadas e o produto capixaba passou a ser utilizado nas fragrâncias. Produtora Ana Paula Martin, de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, se tornou fornecedora de pimenta-rosa para empresa de cosméticos. Incaper Foi a produtora rural Ana Paula Martin quem conseguiu atender todos os parâmetros buscados. Na avaliação dela, o cuidado diário com a produção foi essencial para essa conquista. “Nós temos um caderno de campo, que seguimos à risca. Isso permitiu que a produção, que antes era voltada para alimentos, pudesse ser usada também nos perfumes, que já estão em comercialização”, pontuou a produtora. Pimenta-Rosa no Brasil Pioneiro no cenário nacional, o plantio da aroeira - árvore que dá origem a pimenta rosa - começou no Espírito Santo, entre o final da década de 1980 e início da década de 90. A história começou com o avô da produtora Ana Paula Martin. “A minha família sempre participou de feiras, mas em um ano específico não pudemos ir. Então, os meus tios e o meu avô receberam uma amostra, e ninguém conhecia a pimenta-rosa por aqui. Com a alta demanda, os primeiros plantios começaram a ser feitos em São Mateus e expandindo para outros municípios do estado”, disse Ana Paula. Pimenta-rosa do Espírito Santo vira fragrâncias para a indústria de cosméticos. TV Gazeta A produtora relatou também que, quando o extrativismo começou, os homens não faziam este tipo de trabalho, e, por isso, se criou uma cultura que reúne uma mão-obra majoritariamente feminina, até mesmo nos dias atuais. “É um trabalho feito pela força feminina, que tinha delicadeza ao manusear. Hoje, cerca de 60% dos funcionários que fazem a colheita na fazenda são mulheres”, afirmou. Cultivo na Fazenda Ana Paula destacou que a fazenda produz cerca de seis a sete toneladas de pimenta-rosa por ano. O formato do plantio permite que não sejam usados defensivos agrícolas, criando uma barreira natural para as pragas da pimenta-rosa. “Nós plantamos a pimenta-rosa peluda, que é mais resistente à pragas e, em volta, plantamos a pimenta-rosa nativa. Assim, as pragas não conseguem chegar na plantação principal, garantindo a qualidade”, informou a produtora. Pimenta-rosa do Espírito Santo vira fragrâncias para a indústria de cosméticos. TV Gazeta A extensionista do Incaper, Fabiana Ruas, que acompanhou o processo, contou que as técnicas e recomendações, seguidas à risca pela produtora, permitiram a melhoria na qualidade do fruto. Qualidade Reconhecida Em 2023, o município de São Mateus conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG) na produção de pimenta-rosa. A conquista é dada a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que garante reputação e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. Ou seja, produtos com selo de IG apresentam qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. LEIA TAMBÉM: Agricultores apostam em diferentes variedades de abacate para garantir colheita o ano todo no ES Flor de café conilon vira chá e pesquisadores estudam viabilidade do produto para o mercado Com irrigação subterrânea agricultores de café e cana melhoram produção e economizam água no ES Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que concede a certificação, São Mateus se destaca na produção de pimenta-rosa, sendo grande polo de produção e processamento, líder nas técnicas de manejo da espécie. O município é considerado o maior produtor e exportador mundial desde 2012, além de ser reconhecido, em 2020, como capital estadual das especiarias, de acordo com a documentação enviada pela Associação dos Produtores de Aroeira do Espírito Santo (NATIVA). Produtora Ana Paula Martin, de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, se tornou fornecedora de pimenta-rosa para empresa de cosméticos. TV Gazeta Em 2022, fortes chuvas atingiram a região Norte do Espírito Santo. Mesmo após perder mais da metade da lavoura de pimenta-rosa, Ana Paula reestruturou a produção e alcançou a alta qualidade para fornecimento da matéria-prima. Com contrato por tempo indeterminado com a empresa de cosméticos, a produtora celebra a conquista e reconhecimento do uso da pimenta-rosa capixaba por uma marca nacional. “Fico muito feliz em saber que foi o meu avô quem começou com essa cultura e eu poder dar continuidade 40 anos depois, é muito gratificante”, finalizou. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo Fonte: G1

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r011 Mãe é agredida por várias mulheres após ser acusada de bater no filho autista em hospital infantil em Fortaleza

Após agressões e confusão, a mãe foi presa. Caso ocorreu no Hospital Infantil Filantrópico Sopai. Mulher é agredida e presa suspeita de bater em filho com autismo em unidade de saúde A mãe de uma criança com autismo foi agredida por diversas mulheres em um hospital infantil de Fortaleza na tarde deste sábado (31). As agressoras alegaram que a mãe havia batido no próprio filho, que tem autismo, enquanto estava em atendimento no Hospital Infantil Filantrópico Sopai, no bairro Carlito Pamplona. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp Em nota, o hospital afirma que a criança continua internada na unidade sendo acompanhada por um irmão mais velho, que assumiu a função de acompanhante legal do paciente. O caso aconteceu por volta das 14h em uma das alas de internação do hospital. A mãe acompanhava o filho, que tem diagnóstico de autismo e estava internado na unidade para um tratamento clínico. Segundo a unidade, o tratamento não é relacionado ao transtorno do espectro autista. No local, ela foi acusada por outras mulheres de agredir fisicamente o filho. Um vídeo gravado por uma acompanhante de paciente mostra o momento em que várias mulheres agridem a mãe com tapas, chutes e puxões de cabelo. Mãe é agredida por várias mulheres suspeita de bater em filho autista em unidade de saúde em Fortaleza Reprodução A vítima das agressões tentou se defender das acusações, negando que havia batido no filho. O grupo, no entanto, rebate as acusações e continua os ataques. Após um tumulto generalizado, o segurança da unidade contém as mulheres e acalma a situação. Ainda conforme o posicionamento oficial da unidade, a equipe de segurança agiu prontamente para garantir a integridade dos presentes, isolando e retendo a mãe da criança até a chegada da Polícia Militar. "A mulher foi conduzida à delegacia, acompanhada de uma testemunha. Ela também foi encaminhada para a realização de exame de corpo de delito", afirma a nota da unidade. A criança foi levada à Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para avaliação de possíveis lesões. O hospital também acionou o Conselho Tutelar para acompanhar o caso. "O serviço social do hospital SOPAI está acompanhando o caso de perto e prestando todo o suporte necessário para garantir a segurança e o bem-estar do paciente", diz a nota. O hospital se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: Fonte: G1

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webradio016 Incêndio em casarão na Lapa deixa 2 mortos; fogo começou durante tentativa de feminicídio

Segundo moradores, no meio das agressões o homem teria tentado atear fogo à companheira dentro do imóvel, mas acabou provocando o incêndio. Diante do estrago, suspeito e vítima fugiram, com medo de serem linchados. Bombeiros combatem chamas em casarão na Lapa Marcelo Alves/TV Globo Pelo menos 2 pessoas morreram em um incêndio que atingiu um casarão na Rua Taylor 10, na Lapa, na região central do Rio de Janeiro, na madrugada deste domingo (1º). Outras 5 pessoas ficaram feridas, e cerca de 40 estão desabrigadas. Até a última atualização desta reportagem, os nomes dos mortos e dos feridos ainda não haviam sido divulgados. Segundo relatos de moradores, as chamas começaram após uma tentativa de feminicídio. No meio da discussão, o homem teria tentado atear fogo à companheira dentro do imóvel, mas acabou criando um foco de incêndio que rapidamente se alastrou pelo casarão. Diante do estrago, o homem e a vítima fugiram, com medo de serem linchados. Eles também não foram identificados. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 3h52. Equipes do Quartel Central chegaram rapidamente ao local e iniciaram o combate às chamas, que se alastraram rapidamente pelo edifício antigo. A corporação informou que 6 moradores foram resgatados e encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Dois desses feridos inspiravam cuidados. Um cachorro também foi salvo. Testemunhas afirmam que o imóvel, de 2 andares, tinha diversos quartos e banheiros coletivos alugados. A Rua Taylor precisou ser interditada, segundo o Centro de Operações e Resiliência (COR) da Prefeitura do Rio. O que é feminicídio? Fonte: G1

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webradio016 Dois mortos, 500 detidos e uma família atropelada: Os 'festejos' do PSG

Duas pessoas morreram e centenas foram detidas após confrontos com a polícia, por toda a França. Em Grenoble, um carro avançou sobre uma multidão e feriu quatro pessoas da mesma família. Fique a par do que aconteceu durante os festejos da vitória do clube de Paris na Liga dos Campeões e veja as imagens. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

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linnpy Para quem CONTINUA acreditando cegamente no que cientistas dizem, vale lembrar que 5 anos atrás a imprensa e divulgadores cientistas chamaram todo mundo que desconfiava que a COVID vazou de um laboratório chinês de maluco e conspiracionista que de

Veja mais acessando o Link

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linnpy Bijajica: aprenda receita fácil de rosquinha de polvilho que leva apenas três ingredientes

Prato foi destaque no programa Riquezas da Terra, da NSC TV, deste domingo (1º). Receita de Bijajica no Riquezas da Terra NSC TV/Reprodução Receita Bijajica - rosquinha de polvilho Rendimento - 20 unidades Ingredientes: 3 ovos 6 colheres rasas de açúcar Polvilho azedo (até dar o ponto) Modo de Preparo Misture os ovos com o açúcar e acrescente o polvilho aos poucos até que massa solte da vasilha. Passe a massa para uma mesa limpa e sove até alcançar o ponto de moldar as rosquinhas. Caso necessário acrescente polvilho aos poucos na mesa para a massa não grudar. Esquente o óleo e frite em fogo baixo. Sempre vire as rosquinhas até ficarem douradas de ambos os lados. Esse processo é importante para que elas cresçam e cozinhem por dentro. As rosquinhas também podem ser congeladas e fritas conforme demanda. Riquezas da Terra ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias Fonte: G1

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linnpy Influenciador oferece abraços às cegas em praias do litoral de SP e viraliza: 'gratificante demais'

Criador de conteúdo já emocionou milhares de pessoas com o gesto simples nas areias do litoral. Vídeos acumulam milhões de visualizações nas redes sociais. Influencer oferece abraços vendado em praias de SP Uma placa simples nas mãos, os olhos vendados e um gesto que, apesar de pequeno, carrega um significado imenso: o abraço. É assim que o influenciador digital Thiago Petizme de Melo, de 39 anos, vem emocionando moradores e turistas nas praias do litoral de São Paulo (veja acima). Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, ele percorre o Brasil oferecendo abraços de graça a quem quiser — ou estiver precisando — de um pouco de conforto. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. A inspiração para o projeto surgiu de um vídeo que ele viu nas redes sociais, há pouco mais de dois anos. Nele, um homem no exterior oferecia abraços com os olhos vendados. “Eu pensei: o brasileiro é muito mais acolhedor, vai dar certo aqui”, lembra. E deu. Thiago começou em Fortaleza e depois passou a gravar nas praias de São Paulo. Nas redes sociais, seus vídeos viralizaram rapidamente, conquistando um público fiel e o reconhecimento da própria plataforma, que o premiou com a placa de um milhão de seguidores no TikTok. Influenciador distribui abraços em praias do litoral de São Paulo Arquivo pessoal/Tiago Petizme Petizme já passou por cidades como Santos, Praia Grande e Guarujá, mas foi na Praia da Enseada, no Guarujá, que ele viveu alguns dos momentos mais marcantes. “É a minha preferida. Sempre vou lá. As pessoas são muito acolhedoras. Tem gente que até pula em mim de tanta alegria”, contou ao g1. Em apenas dois vídeos gravados na praia de Guarujá, o criador de conteúdo já acumulou mais 2 milhões de visualizações no Tik Tok. Imagens feitas nas praias de Praia Grande e Santos também somam milhares de views. No total, seu perfil soma mais de 9.8 milhões de curtidas. A frase que estampa seu cartaz tem mudado ao longo do tempo, sempre com mensagens voltadas à empatia. A atual diz: “A gente descobre o valor de um abraço quando precisa de um”. E o impacto da ação é visível. “Já me abraçaram crianças, mulheres, idosos e até moradores em situação de rua. Ali, vendado, eu não sei quem está me abraçando. Mas sempre tem alguém que precisa daquele momento.” Emoções reais Embora pareça algo simples, o gesto tem um impacto profundo. Thiago explica que existe até uma “regra” para o abraço ideal: ele deve durar 10 segundos. “Esse tempo é suficiente para mudar o dia de alguém. Às vezes, a pessoa está com saudade, com dor, e um abraço sincero ajuda a aliviar.” Em alguns casos, ele retira a venda e conversa com quem o abraçou. “Quando percebo que é alguém muito emocionado, chorando, eu tiro a venda, converso, tento confortar com palavras. Tem gente que depois manda mensagem agradecendo. Isso é gratificante demais.” E não são só os adultos que se comovem. As crianças, mesmo sem entender totalmente o contexto, também participam. “Elas abraçam, dão beijo, é puro. Às vezes, nem sabem ler o cartaz, mas os pais incentivam e elas entendem o gesto.” Segundo o influenciador, todas as imagens foram divulgadas com autorização dos responsáveis. Abrações foram distribuídos pelo influenciador em praias do litoral de São Paulo Arquivo pessoal/Tiago Petizme Entre preconceitos e elogios, ele segue firme Apesar da recepção calorosa em muitos locais, Thiago também enfrenta críticas e olhares tortos. “Alguns dizem que eu devia pedir dinheiro, não abraço. Outros zombam. Mas eu aprendi a lidar. Essas pessoas talvez também precisem de um abraço e não sabem”, refletiu. Trabalhando como líder de segurança em um hospital de segunda a sexta-feira, ele dedica os finais de semana ao projeto. A conciliação entre os dois mundos é feita com organização e, principalmente, com paixão. “É algo que eu faço com o coração. Então, é fácil de conciliar com meu trabalho.” Além das cidades que já visitou, o influenciador pretende retornar ao litoral de São Paulo em breve. Ele, que é da capital paulista, ainda quer passar por Peruíbe e revisitar Mongaguá e Itanhaém, onde já esteve, mas apenas uma vez. “Tenho muito carinho pelo litoral sul. Sempre que vou, me sinto muito bem. Quero voltar com certeza.” VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos Fonte: G1

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wagner.castro Própolis de abelha amazônica cura feridas mais rápido, diz estudo

Estudo da Embrapa e UFPA identifica potencial cicatrizante e anti-inflamatório em própolis de abelha-canudo criada em cultivos de açaí. Própolis da abelha-canudo tem poder curativo Divulgação / Embrapa O própolis de uma abelha nativa da Amazônia tem o potencial para curar feridas, mostrou uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal do Pará (UFPA). O estudo comprova que a própolis da abelha Scaptotrigona aff. postica, conhecida como abelha-canudo, acelera a cicatrização de feridas e reduz a inflamação. O produto foi testado em laboratório. Ele teve desempenho comparável, e em alguns aspectos melhor, do que uma pomada cicatrizante já vendida no mercado. Por exemplo, mostrando uma melhor regeneração da pele. O açaí tem a ver com a pomada A própolis analisada neste estudo é produzida por abelhas-canudo criadas em ambientes de cultivo de açaí. A espécie já era estudada por sua eficiência na polinização do açaizeiro. O produto é feito de resinas de plantas e pólens que as abelhas coletam no ambiente. Elas misturam isso com a cera que produzem. Embora a origem exata das substâncias não tenha sido totalmente determinada, os autores acreditam que o ambiente com plantios de açaí influenciou a composição química da própolis. A palmeira do açaí tem altas concentrações de compostos fenólicos e antocianinas. Essas substâncias possuem capacidade antioxidante. Cura mais rápida A olho nu, o creme de própolis e a pomada comercial tiveram desempenho semelhante. Ambos diminuíram o tamanho do ferimento. Mas a análise microscópica mostrou diferenças significativas. Os pesquisadores observaram uma recuperação mais rápida de fibras colágenas, que dão suporte ao tecido em regeneração. Eles também viram redução da inflamação com o tratamento usando a própolis, o que ajuda na cicatrização. Além dessas vantagens, o creme tem menos chances de efeitos colaterais, um nível reduzido de resíduos químicos e quantidade mínima de conservantes. Também se trata do primeiro creme de própolis com origem em cultivo de açaí já descrito. Outra característica destacada na pesquisa é que a abelha-canudo não usa barro na composição do própolis, diferente de outras abelhas nativas da Amazônia. Isso faz com que o produto seja livre de contaminantes do solo. Abelha-canudo Divulgação Embrapa Quando será comercializada? Para que o própolis da abelha-canudo se torne um produto comercial em larga escala, são necessários mais estudos. Portanto, não há uma data para a sua chegada ao consumidor. Segundo a Embrapa, é preciso identificar as abelhas mais aptas para produzir própolis e as formas de manejo mais adequadas. Além disso, a produção de própolis em cada colmeia é pequena. Portanto, muitos produtores seriam necessários para alcançar quantidades suficientes para venda comercial. Veja também: Embalagem muda de cor para avisar se o peixe está estragado Você sabia? Cada abacaxi é formado por até 200 frutas fundidas Fonte: G1

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wilson Onça, jaguatirica, cateto, cachorro do mato: câmeras em parque turístico do Paraná flagram animais selvagens

Pesquisadores estão fazendo inventário da fauna e da flora no parque 'Buraco do Padre', que fica na cidade Ponta Grossa. Buraco do Padre faz inventário da fauna em área preservada Câmeras instaladas no Buraco do Padre, parque turístico de Ponta Grossa, no Paraná, estão flagrando a presença de animais selvagens no local, que fica dentro dos limites do Parque Nacional dos Campos Gerais. Os equipamentos pertencem a um projeto iniciado em outubro de 2024 que pretende pesquisar, monitorar e fazer um levantamento da fauna existente na área. Entre as espécies registradas estão a onça-parda, jaguatirica, cateto, cachorro do mato, entre outras. Veja as imagens na reportagem acima. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Até maio de 2025, os equipamentos foram instalados em 22 pontos diferentes do parque. A escolha dos locais leva em consideração critérios como presença de comida, de água ou até mesmo de rastro desses animais, seja por fezes ou pegadas, por exemplo. As câmeras funcionam de forma autônoma, ou seja, detectam a movimentação dos animais – e quando eles passam, ela faz o registro. O biólogo Rodrigo Fernando Moro é um dos pesquisadores envolvidos na iniciativa. Ele afirma que o estudo visa abranger todos os tipos de áreas presentes no parque: beira de rio, interior da floresta, paredões de rochas, entre outros. Câmera instalada em parque turístico do Paraná flagra animais selvagens Reprodução/RPC Leia também: Operação: Prefeito é preso no Paraná por suspeita de desvios de recursos públicos Araucária: Ex-secretário de segurança, flagrado em festa com traficantes, é denunciado Saúde pública: Morador de Maringá é preso por acumular 13 toneladas de lixo em casa Preservação ambiental Parque Buraco do Padre, em Ponta Grossa (PR) RPC Além do mapeamento dos animais, os pesquisadores também estão fazendo um levantamento das plantas nativas. O geógrafo Átila Cristian Santana, outro pesquisador envolvido no projeto, explica que o inventário tem como objetivo indicar a necessidade de preservação das áreas que, como lembra, são algumas das últimas remanescentes de vegetação de campo e de floresta na região, e atuam como um importante corredor de fauna. Álvaro Fernandes Dias Filho, sócio-proprietário e gestor do Buraco do Padre, acompanha o trabalho dos pesquisadores. "Não se faz turismo sem conversação. Aliás, a gente só faz turismo pra poder conservar. Quando a gente vê que está fazendo turismo, proporcionando uso público dessas áreas, e ainda conseguindo contribuir para a recuperação [ambiental], fica com o sentimento de estar fazendo nada menos do que deveria estar fazendo. Esse é o sentimento: estou fazendo o que tinha que estar fazendo. E está dando resultado, isso é bem legal de ver", avalia. Buraco do Padre Buraco do Padre Adobe stock O Parque de Natureza Buraco do Padre é uma propriedade privada localizada dentro dos limites do Parque Nacional dos Campos Gerais, a uma distância de 120 km de Curitiba. O atrativo principal do ponto turístico é a icônica Furna Buraco do Padre, uma cavidade vertical que se estende a 40 metros de profundidade, formando uma espécie de anfiteatro rochoso. Uma cascata de cerca de 30 metros de altura emerge do meio da rocha, formando uma cachoeira no local. O local também é conhecido por abrigar a chamada "Fenda da Freira", uma cavidade natural formada dentro de um corredor arenoso que se estende por 300 metros e preserva marcas que remontam a 400 milhões de anos atrás. O local é aberto ao público e pode ser visitado mediante o pagamento de ingressos. Eles podem ser comprados na bilheteria do parque ou pela internet, no site do Buraco do Padre. 'Fenda da Freira' é um dos atrativos do parque Buraco do Padre Divulgação Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: . Leia mais notícias em g1 Campos Gerais e Sul. Fonte: G1

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r011 iPhone (e Apple Watch) sem botões? Ideia ainda está no 'radar' da Apple

Os rumores que circularam há uns anos apontavam para a possibilidade de a Apple ter desistido da ideia. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

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webradio016 A 'regra' inegociável de Kate Middleton na educação dos filhos

A princesa de Gales faz questão de incutir nos filhos valores que considera fundamentais. Fonte: Notícias ao Minuto Brasil

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webradio016 ‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo

Segundo especialistas, a presença ativa nas redes sociais se tornou praticamente obrigatória para profissionais de diversas áreas. Porém, é importante ter alguns cuidados ao compartilhar o trabalho nesses ambientes. Como as redes sociais viraram vitrine obrigatória para profissionais de todas as áreas Médicos, advogados, professores, juízes e até pedreiros: profissionais de diversas áreas estão cada vez mais ativos nas redes sociais. O que antes se concentrava apenas no LinkedIn, agora também ocupa espaços em outras plataformas como o TikTok e Instagram. 🤔 Mas porque isso vem acontecendo? Segundo especialistas ouvidos pelo g1, essa tendência é reflexo da “plataformização do trabalho”, processo em que as plataformas digitais moldam as práticas profissionais e redefinem as formas de visibilidade. (veja mais abaixo) Ou seja: esse fenômeno faz com que os trabalhadores sejam praticamente obrigados a estar ativos nas redes sociais. Profissionais ouvidos pelo g1, que supostamente não seriam obrigados a ter presença nas redes sociais, relatam que estavam “quase escondidos” no mercado antes de começarem a compartilhar o trabalho nessas plataformas. Entre os clientes, a forma de procurar um especialista se transformou. Médicos e advogados, por exemplo, antes buscavam atrair clientes por meio de panfletos, cartazes ou anúncios nas ruas. Hoje, quem não está nas redes sociais, simplesmente "não existe". ‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo Arte/g1 “Se você não está na internet, o mundo não te vê. É como se a gente estivesse entocado numa caverna se não divulgarmos o nosso trabalho”, explica a advogada criminalista Aline de Oliveira Soares, de 26 anos, que atrai cerca de 90% dos seus clientes por meio das redes. Desde a faculdade, a paulista utiliza o Instagram para compartilhar conteúdos jurídicos voltados ao direito criminal, inicialmente como forma de estudar e auxiliar outros colegas da área — o que já a ajudou a construir uma base de seguidores e potenciais clientes. Com o passar do tempo, principalmente depois que se formou, Aline passou a produzir vídeos mais informativos, com curiosidades sobre o direito criminal, o dia a dia de uma advogada criminalista e até memes. A virada de chave aconteceu quando ela decidiu migrar para o TikTok. Aline passou a editar e postar vídeos curtos por incentivo de outras pessoas, sem grandes expectativas. A advogada criminalista Aline de Oliveira Soares tem mais de 245 mil seguidores nas redes sociais. Reprodução/Instagram “Eu só entrava, postava e deixava lá. Até que viralizou sozinho”, lembra. Aline já acumula mais de 245 mil seguidores na rede, e os vídeos sobre o cotidiano da advogada criminalista passam de 3,7 milhões de curtidas. Por lá, diferentemente do Instagram, existe a famosa monetização, em que os criadores ganham dinheiro por meio da própria plataforma se os vídeos fazem sucesso. (veja como fazer) Após atingir 10 mil seguidores, Aline passou a receber por postagens que faz por lá. Mas os ganhos ficam entre R$ 200 e R$ 3 mil por mês, e não serviriam para viver como influencer. A advogada considera que a presença online não é uma obrigação, mas uma oportunidade facilitada pela tecnologia. “Antes, era muito mais difícil divulgar o trabalho. Hoje, com um post no Instagram, você alcança muito mais do que colando um panfleto no poste”, diz. “Além de estudar, se formar, passar na OAB, hoje a gente também precisa virar marqueteiro ou blogueiro. Mas é muito mais fácil: é melhor fazer um post no Instagram do que colar panfletos na rua. Isso abre muitas portas e eu sou totalmente a favor”, explica. ⚠️Concursados também estão nas redes 🤔 Se as redes são uma estratégia de autopromoção, o que explica os concursados, que não necessariamente precisam atrair clientes, também estejam ativos nas redes sociais? O juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua em Alagoas na área de Direito Previdenciário, com foco em processos de aposentadoria rural, diz que a ideia inicial era usar as redes para divulgar o seu trabalho como escritor e professor de concursos públicos. Mas, desde 2023, ele compartilha trechos de audiências públicas e conteúdos sobre sua rotina profissional nas mídias sociais, como forma de humanizar a justiça, desmistificar a figura do juiz e tentar aproximar o judiciário da sociedade. “Eu queria mostrar que a justiça também pode ser conduzida de forma mais leve, humana, sem aquela formalidade excessiva que muitas vezes afasta as pessoas. Muita gente tem medo de juiz. Mostrar meu trabalho ajuda a quebrar esse medo”, explica. Hoje, ele acumula mais de 1,7 milhões de seguidores somente no TikTok, e tem cerca de 18,2 milhões de curtidas nas postagens. Apesar da visibilidade, Kleiton já deixou claro que não pretende deixar a carreira de juiz para ser influenciador digital. “A rede social é como uma casa que a gente aluga: a qualquer momento, o dono pode pedir de volta. Não quero ser refém disso. Minha prioridade é ser juiz, depois escritor e professor”, afirma o magistrado. O juiz federal Kleiton Ferreira também viralizou mostrando seu dia a dia e desmistificando a Justiça. Reprodução/Instagram Mesmo reconhecendo o potencial positivo dos ambientes online para aproximar a Justiça das pessoas, Kleiton relata os efeitos negativos da exposição. “As mídias sociais são perversas. Já passei um mês sem postar nada, para fazer um detox”, conta. Diferente da advogada, o juiz é verificado no TikTok e, por isso, não recebe monetização pelos conteúdos publicados na plataforma. Segundo ele, a renda recebida com visualizações – cerca de R$ 500 mensais pelo YouTube – é destinada a ações filantrópicas. “Se eu dependesse disso, passaria fome”, brinca o juiz. Para Kleiton, a prioridade é clara: primeiro a magistratura, depois a literatura e o ensino. “Se um dia eu deixar a magistratura, será para ser escritor em tempo integral, jamais para ser influenciador.” 📳Pandemia x plataformização do trabalho Segundo Issaaf Karhawi, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), essa tendência de diferentes profissionais ativos nas redes faz parte da "plataformização do trabalho", e de como as formas de comunicação mudaram com o avanço da tecnologia. Desde sempre, profissionais como médicos e arquitetos usaram formas de comunicação para divulgar seu trabalho, seja com panfletos, cartões de visita ou participando da mídia, como comentaristas e colunistas. O que vivemos hoje é uma intensificação desse movimento, com foco nas redes sociais. A pesquisadora destaca que o movimento da plataformização do trabalho é diferente da uberização – que trata dos trabalhadores que dependem das plataformas (como motoristas e entregadores). “Quando eu penso plataformização, estou falando de quase todo o mundo, porque em certa medida, todos nós somos impactados pela dinâmica das plataformas, já que elas penetram em várias camadas da nossa vida — saúde, trabalho e até relacionamentos amorosos”, diz. De acordo com Issaaf, esse processo também muda a forma como profissionais se comunicam, se promovem e até se legitimam. “A mudança no mercado e na atuação profissional tem relação com a plataformização do trabalho”. Para a pesquisadora, a pandemia de Covid foi um dos principais catalisadores desse movimento. Com o isolamento, muitos profissionais precisaram usar as redes como única forma de divulgar seus serviços e manter uma fonte de renda. “Talvez a gente fosse viver tudo isso de alguma maneira, mas a gente está vivendo agora. Eu tenho a sensação que esse processo foi acelerado por conta da pandemia. A necessidade de a gente levar o trabalho para outros lugares”, afirma. Outro ponto levantado pela especialista é que a nossa sociedade é organizada pelo imperativo da visibilidade. Esse fenômeno é uma convocação implícita, mas muito evidente, que o indivíduo precisa ser visto e reconhecido em tempo integral nas mídias sociais. “Em uma sociedade da visibilidade, o sujeito que vive fora desse aspecto é invisibilizado. Não é à toa que a gente se espanta quando alguém diz que não tem redes sociais. Porque existe esse imperativo: é preciso estar visível. Então, não é estranho ouvir profissionais dizendo que, antes das redes sociais, se sentiam invisíveis na profissão”, explica. Como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo nas redes. Arte/g1 🤳🏼 ‘Chefe invisível’: o algoritmo Quem passou a produzir conteúdo nas redes – mesmo que apenas para divulgar um serviço – também se tornou um trabalhador da plataforma. Isso significa estar submetido às regras invisíveis dos algoritmos, que definem o que pode ser falado, como e quando. Issaaf destaca que as grandes plataformas digitais têm regras próprias, muitas vezes pouco transparentes, que influenciam diretamente quem produz conteúdo. Ela aponta que esses criadores acabam assumindo um “terceiro turno” de trabalho. Esse patrão disfarçado é o algoritmo, “Quando começamos a divulgar algo nas plataformas, assinamos um contrato tácito. O algoritmo passa a ser esse chefe invisível, que decide se entrega ou não o nosso conteúdo, o que podemos ou não falar”, destaca Issaaf. Ou seja: os profissionais precisam se adaptar a essas regras, que nem sempre estão claras, além das restrições éticas impostas pelos conselhos e regulamentações de cada classe. É o caso do médico infectologista Ricardo Kores, de Uberlândia, Minas Gerais. O profissional ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), usando a internet como ferramenta de educação em saúde. Porém, ele precisou se adaptar ao formato das plataformas.“Se eu usar os termos técnicos como ‘pênis’ ou ‘vagina’ nas redes sociais, o algoritmo bloqueia, interpretando como se fosse conteúdo pornográfico ou impróprio”, explica. Por isso, o médico passou a usar analogias e frases bem humoradas, como “lavar o pirulito”, “fogo na bruschetta” e “cuidado com leite no olho”. Nas redes, Ricardo também passou a entrar em assuntos que estão bombando na internet, como o show da Lady Gaga. Dessa forma, o infectologista se comunica de maneira acessível, especialmente com os jovens, público mais vulnerável às ISTs. “Como médicos, precisamos estar onde a sociedade está e hoje, é no meio digital, não há escapatória”, diz. “O mundo vai mudando, a gente tem que se adaptar também, gostando ou não gostando”, completa o médico. Em 2022, quando chegou em Uberlândia e abriu o próprio escritório, Ricardo buscou nas redes uma forma de se apresentar à sociedade de forma mais direta. O médico infectologista Ricardo Kores ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus. Reprodução/Instagram O profissional percebeu que estar apenas em catálogos, por exemplo, não seria suficiente. “No catálogo, você vê só a foto e o nome, mas não sabe como a pessoa se comunica, como trabalha ou como se apresenta para a sociedade. Nossa cultura é muito mais humana”, completa. Por não ter muito conhecimento sobre as mídias sociais, Kores fez parceria com um publicitário da região e passou a estudar as redes. Em apenas seis meses, após iniciar a presença digital, já percebeu o impacto. O médico notou um aumento significativo na procura pelos serviços, tanto presencialmente quanto via telemedicina. Ele passou a receber mensagens de pacientes de várias partes do Brasil, e muitos relataram que os vídeos ajudaram a entender melhor sobre saúde. Hoje, somente no Tiktok, Ricardo acumula mais de 470 mil seguidores e cerca de 12,7 milhões de curtidas em seus conteúdos. Por fazer vídeos curtos, as publicações ainda não monetizam e ele não recebe verba das redes. Porém, Ricardo projeta lançar vídeos mais longos no YouTube, o que pode gerar uma renda extra. Através das redes, o infectologista também passou a ser conhecido e convidado para dar palestras em universidades. O médico destaca que segue as regras do Conselho Federal de Medicina, que proíbe a autopromoção direta e a recomendação de medicamentos nas redes. “Não posso falar ‘venha se consultar comigo’ ou indicar remédios específicos. Todo conteúdo precisa ter caráter educativo”, explica. 🤑 Uma grana extra cai bem Além de profissionais que buscam formas de divulgar um produto ou serviço nas mídias digitais, existem casos de trabalhadores que tentam conseguir, de fato, uma graninha extra para complemento de renda. É o caso da professora Júlia Costa, de 28 anos, moradora de Itatiba e docente na rede municipal de Campinas, ambos no interior de São Paulo. Além de complementar a renda, ela encontrou nas mídias sociais uma forma de se motivar a continuar nas salas de aula. Desde 2023, a docente do ensino fundamental compartilha atividades pedagógicas, rotinas e conteúdos voltados para outros professores. “Eu encontrei nas redes sociais uma forma de me motivar e continuar levando atividades diferenciadas para sala de aula”, explica. Inicialmente, Júlia produzia conteúdo sem retorno financeiro, conciliando dois períodos de trabalho em escolas, dando aulas de manhã e à tarde, com a produção de conteúdos para as mídias sociais na parte da noite. A rotina exaustiva logo se transformou: com a venda de atividades pedagógicas em PDF, ela passou a ganhar uma renda complementar. “Hoje, graças ao meu trabalho nas redes, consigo trabalhar só meio período na escola. Sem isso, seria impossível”, afirma. A professora do ensino fundamental Júlia Costa complementa a renda através das redes sociais. Reprodução/Instagram As atividades vendidas são sequências didáticas, jogos e recursos pedagógicos, com valores entre R$ 5,90 e R$ 10. Além dessas, ela também compartilha materiais gratuitos, além de fazer publicidades e parcerias de marcas ligadas à educação. Júlia explica que nunca teve problemas com a divulgação de conteúdos, pois não expõe imagens dos alunos ou revela a escola onde trabalha. Segundo ela, as famílias e colegas de trabalho reconhecem a importância do conteúdo e apoiam a sua presença online. “Nunca mostrei nenhuma criança nas minhas redes sociais, então toda a gravação que eu faço é somente a minha imagem ou mostrando somente a atividade em si. Nunca fiz um conteúdo que possa ofender a família ou a escola que eu trabalho”, explica a professora. 💡Uso das redes sociais de forma ética e estratégica Luana Carvalho, diretora de comunicação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), afirma que é importante tomar alguns cuidados ao compartilhar conteúdo do trabalho nas redes. Por isso, o profissional: 🚫 Não pode publicar dados confidenciais; 🚫 Evite compartilhar produtos ou serviços que são lançamentos; 🚫 Não postar a tela do computador; 🚫 Não divulgar reuniões estratégicas; 🚫 Evitar abordar assuntos polêmicos; 🚫 Tomar cuidado com erros de português; 🚫 Não compartilhar notícias falsas; 🚫 Não postar informações que exponham pessoas específicas sem autorização; ‼️Se for apontar algo que enxerga de errado na empresa ou na profissão, faça isso em tom mais genérico. Sem “falar mal” de nenhuma empresa ou pessoa específica; ‼️ Cuidado com o humor. Ele é uma excelente ferramenta de comunicação e conexão. Mas é importante analisar o tom do humor utilizado para não passar uma imagem infantil. De acordo com a especialista, é um “desafio criar bons conteúdos com frequência sem exagerar na hora de expor situações do cotidiano e impactar negativamente em alguma dessas frentes de trabalho”. É importante checar se a empresa ou cliente tem alguma política própria de restrições em relação à conteúdos compartilhados. Inclusive contratos de prestação de serviço podem ter esse tipo de cláusula. A especialista ainda defende o que pode ser postado (sem medo): ✅ Reflexões próprias, que são originadas da sua vivência, mas não como se fosse uma verdade absoluta; ✅ Sugestões, dicas de estudo e conteúdo para quem se interessa na área que você trabalha; ✅ Contar histórias de outras pessoas desde que sejam autorizadas ou contadas de uma forma que seja impossível de identificar os personagens; ✅ Expectativas e planos de carreira e trabalho. Compartilhar metas e seu dia a dia de estudo, organização e trabalho. ✍🏽Dicas para quem está começando Para quem pensa em produzir conteúdos sobre a profissão nas redes sociais, a especialista Luana Carvalho traz algumas dicas, como: 📲 Defina qual objetivo ao postar conteúdo nas redes: Ter isso muito claro e se lembrar o tempo todo. É muito fácil cair nas métricas de vaidade das mídias digitais, como seguidores e número de curtidas. 📈 Evite cair nas métricas: Engajamento não é a métrica mais relevante para fechar negócios, conseguir clientes ou promoções. Tem muito mais relação com conseguir atingir as pessoas certas. 👩🏽‍💻Com um objetivo claro, tudo fica mais leve: Ter esse objetivo claro desde o primeiro dia faz com que criar conteúdo seja muito mais leve e deixa a escolha das estratégias muito mais assertivas. 📝 Busque referências alinhadas ao seu propósito: Vale conhecer e seguir orientações de especialistas que também têm objetivos parecidos com o seu. Assim você tem acesso às estratégias que funcionam no seu caso. ➡️ Investir no aprendizado: Faça cursos e sempre esteja atualizado. O mercado criativo está em constante evolução com novas ferramentas técnicas que exigem um portfólio em constante atualização. 😎 Crie uma presença online que seja capaz de ser uma extensão do seu portfólio e habilidades. Tenha um portfólio de “Instagram”, performer como um TikToker e planeje a sua carreira como profissional do Linkedin. 🤞🏽 Invista em networking: busque conexões com outros profissionais on e offline. LEIA MAIS Conheça os 'blogueiros CLTs', que mostram a rotina e os perrengues de trabalho nas redes sociais ‘Fotos que me pagaram para editar’: como fotógrafos e designers faturam até R$ 30 mil por mês no TikTok Conheça o ‘Chronoworking’, método de trabalho que segue o ritmo biológico Fonte: G1

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linnpy Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro: empresas lançam propostas para combater racismo nas relações de consumo

‘As empresas precisam incluir isso no seu regimento para que seja a regra’, afirma a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório. Um professor que trabalha com Letramento Racial aponta que a medida pedagógica é mais benéfica que a punitiva. Empresas lançam propostas para combater racismo nas relações de consumo Empresas se uniram e lançaram o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro com 10 propostas para revisão e alinhamento nas formas de atendimento a pessoas negras em lojas. As medidas, sem validade jurídica, foram elaboradas pela L’Oréal Luxo, uma das divisões de negócio do Grupo L’Oréal no Brasil, e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), com a parceria da Black Sisters in Law. Dentre as normas (veja todas as 10 propostas no fim da reportagem), destacam-se: Capacitação antirracista: Estabelece a obrigatoriedade de treinamento para funcionários e colaboradores em letramento racial, visando erradicar vieses e práticas racistas, verbais ou não verbais; Prontidão no atendimento: Propõe que consumidores negros sejam atendidos prontamente, reconhecendo a necessidade de reparar a lógica excludente que historicamente os ignora; Garantia de livre acesso e circulação: Veda qualquer barreira, física ou simbólica, que restrinja o acesso e a livre circulação de consumidores negros nos estabelecimentos, assegurando igualdade de condições; Regras para revistas: Estabelece protocolos claros para a abordagem e revista de consumidores negros, que só devem ocorrer mediante provas inequívocas, visando coibir a prática discriminatória baseadas em estereótipos raciais. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Há, ainda, regras específicas para o mercado de higiene e beleza, como: Disponibilidade de produtos para pessoas negras: Estabelece a obrigatoriedade de estoque adequado e suficiente de produtos que atendam às características específicas de consumidores negros, como tonalidades de pele e tipos de cabelo. A iniciativa nasceu após a pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, encomendada pela L’oreal em 2024, que revelou 21 práticas racistas na jornada de compra do consumidor negro. “Como líderes da indústria de beleza no mundo, queremos inspirar através do exemplo para que o Código seja adotado como protocolo interno por outras companhias, assim como estamos fazendo, em um ato de autorregulamentação antirracista. Este Código é uma ferramenta em legítima defesa de uma população historicamente excluída e já nasce com o objetivo de que, em algum momento, não seja mais necessário”, afirma Bianca Ferreira, Head de Comunicação e Diversidade, Equidade e Inclusão da L’Oréal Luxo. Embora sem validade legal, o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro possui um valor moral, segundo organizadores do projeto. "Para construirmos um futuro em que a equidade racial é um ponto de partida é necessário um esforço conjunto para erradicar preconceitos e práticas discriminatórias. O Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro traz caminhos concretos e é um convite para uma mudança profunda, onde a experiência de compra de consumidores negros seja livre de preconceitos e marcada pela igualdade e pelo respeito”, destaca Natália Paiva, diretora executiva do MOVER. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Em entrevista ao g1, a advogada especialista em Direito Antidiscriminatório Fayda Belo disse que as empresas precisam reconhecer o poder aquisitivo da população negra. “Eu tenho um mercado onde pessoas negras gastam R$ 1,7 trilhões por ano. Ou seja, a população preta tem o poder de compra, mas não tem o direito digno ao acesso a essa compra. É como se em 2025 ainda tivesse no imaginário a ideia de que as pessoas negras só podem ter acesso a produtos baratos”, afirma a advogada, que também é especialista em crimes de gênero e feminicídios. “Esse código vem em primeiro lugar para dizer não só para o Brasil, mas para as empresas, que a gente não pode ignorar mais que o mercado de luxo é extremamente racista. Se a gente não dá nome, a gente não acha remédio, não tem como eu achar a cura para algo que eu não sei o que é”, complementa. 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram! ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. A fundadora da Black Sisters in Law aponta que o Código do Consumidor não é capaz de abarcar todas as possíveis manifestações do racismo. “As propostas de normas que redigimos para autorregulamentação das empresas no Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro tiveram como base recortes fundamentais da Constituição Federal de 1988 e do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), ampliando sua interpretação para garantir uma proteção mais efetiva à população negra”, afirma Dione Assis. “Poder revisitar o CDC com esse olhar afrocentrado, ao lado de outras mulheres negras que compartilham da mesma luta, foi algo extremamente significativo. É a chance de darmos voz às nossas experiências, inspirar mudanças e contribuir para um mercado onde todas as pessoas se sintam representadas e valorizadas", complementa a jurista. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Lei Afonso Arinos A Lei Afonso Arinos foi a primeira norma contra o racismo no Brasil. Mesmo a abolição da escravidão tendo sido em 1888, a primeira lei para combater a discriminação foi apenas em 1951: 63 anos depois. Proposta pelo deputado federal Afonso Arinos, foi aprovada em 3 de julho de 1951 e “tornava contravenção penal a discriminação racial, a discriminação por raça ou cor”. A advogada Fayda Belo aponta como a motivação para a lei nasceu: “Foi a primeira vez que o Brasil reconhece que é racista e adivinha o motivo? Porque pessoas negras iam às lojas e pessoas diziam: ‘Não vendo aqui para pretos’. Iam almoçar e [ouviam] ‘Não pode ir’. Tentavam reservar hotel e não tinham o direito mesmo tendo grana para pagar”. “Veja que isso foi em 1951 e estamos em 2025. Entende a relevância que é você ter uma norma pública que dita assim: ‘é histórico que no Brasil se nega o direito à população negra do acesso ao consumo mesmo tendo dinheiro para pagar”, complementa Belo. Para a advogada, é necessário que as empresas tenham áreas de inclusão e diversidade e incluam o Código no seu regimento interno, para que se torne regra. ‘Antes a medida pedagógica do que a punitiva’, diz professor O g1 ouviu vítimas de casos de racismo em estabelecimentos do Rio que viram como positivo o lançamento do código. O professor Moisés Machado, de 30 anos, que denunciou no ano passado uma vitrine que colocava um macaco junto a uma boneca negra na Zona Sul do Rio, aponta que o caráter pedagógico é mais benéfico e educativo do que ir pelo caminho da punição. “A iniciativa é interessante, principalmente, por possuir um caráter pedagógico ao fim proposto. Antes a medida pedagógica que a punitiva. Afirmo que a capacitação de funcionários pode minorar práticas racistas nos postos de trabalho”, afirma Moisés, que trabalha com Letramento Racial nas empresas. “Se o racismo estrutural foi incorporado na nossa sociedade, sobretudo, por práticas pedagógicas voltadas para o mal, é com uma pedagogia Antirracista é que iremos obter sucesso nesse combate por um corpo social mais equalitário”, complementa. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Um outro jovem, que foi seguido por um segurança em um shopping de alto padrão da Zona Sul, questiona o critério utilizado para discriminar pessoas negras nesses ambientes. “O que define uma pessoa suspeita? O que é um comportamento suspeito? Qual é o caminho que a identificação de uma pessoa suspeita vai levar? Ele vai ser seguido, levado para uma sala privada, abordado na frente de todo mundo?”, questiona. “Penso muito na transparência desses estabelecimentos quanto à segurança deles. Que tal comportamento é tão perigoso assim e quais são os passos que eles costumam fazer para solucionar a segurança? O treinamento é necessário, mas a transparência também”, conclui. Yanca Ellen, de 24 anos, que foi acusada de roubo em uma loja da Zona Norte do Rio, aprova a iniciativa e defende a incorporação em todas as lojas. “Para outras pessoas não passarem pelo que eu passei diante da loja e até para outras pessoas pretas irem a shoppings e se sentirem confortáveis. Eu achei incrível. Acho que toda loja deveria dar um treinamento pros seus funcionários sobre como abordar e tratar uma pessoa preta. Isso já deveria estar funcionando há muito tempo, eu não fui a primeira nem vou ser a última”, afirma. A mãe de uma adolescente que foi acusada de furto junto a outra colega em um shopping da Ilha do Governador afirma que é difícil se livrar totalmente da raiz racista brasileira. “É um começo para a gente tentar diminuir o racismo, porque eu acho que acabar o racismo, a gente não vai conseguir. Nós podemos conseguir diminuir o racismo, mostrar que a cor da pele não interfere, mostrar que a carne preta não é tão não valiosa assim, que a carne preta vale, porque muita gente acha que a carne preta não vale nada, mas a carne preta vale muito. Então é uma iniciativa boa”, afirma. Veja as 10 propostas do Código Art. 1º É dever do estabelecimento capacitar seus funcionários e colaboradores por meio de letramentos raciais e treinamentos, com mínimo de 6 horas anuais, conduzidos por consultorias externas especializadas, visando erradicar vieses e práticas racistas (verbais ou não verbais). Art. 2º É dever do estabelecimento agir com presteza no atendimento ao consumidor negro, assegurando-lhe o tratamento digno e respeitoso para combater a invisibilidade social. Parágrafo único – Os vendedores e atendentes deverão ser orientados a dispor pronto atendimento ao consumidor negro que entre no estabelecimento, salvo se já estiverem prestando atendimento a outro cliente. Neste caso, o consumidor negro deverá ser atendido tão logo um vendedor ou atendente esteja disponível. Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro Divulgação/Muuvies Art. 3º É vedado aos estabelecimentos impor quaisquer barreiras, físicas ou simbólicas, que restrinjam o acesso do consumidor negro aos produtos expostos e disponíveis para os clientes, bem como limitar sua livre circulação e permanência no ambiente comercial, assegurando igualdade de condições de acesso, sem imposição de tempo determinado. Parágrafo único – É dever dos atendentes expressarem, de forma verbal e clara, que os consumidores negros podem circular pelo estabelecimento e manusear os produtos expostos, assegurando, de maneira ativa, o pleno exercício de sua liberdade e segurança no ambiente. Art. 4º É dever do estabelecimento agir com cautela ao abordar o consumidor negro, devendo a abordagem ocorrer somente mediante a existência de provas inequívocas que deverão ser apresentadas ao consumidor negro antes de qualquer revista e em estrita observância aos protocolos estabelecidos: I – Quando o alarme de segurança for disparado. II – Quando houver uma testemunha ocular esta deverá ser, necessariamente, um preposto da empresa. III – Quando houver registro audiovisual do delito por meio de câmeras de segurança. IV – Assegurar o acesso à disponibilização das gravações. Parágrafo único – A revista poderá ser realizada se houver evidência do furto com o cumprimento dos protocolos acima, em caso de suspeita infundada, caberá ao consumidor negro se opor a tal ilicitude e imediatamente acionar a segurança pública para que a revista seja realizada por seus agentes. Art. 5º É obrigação do estabelecimento adotar medidas inclusivas que promovam a contratação de funcionários negros, a fim de alcançar representatividade negra similar à existente na população local. Parágrafo único – Dispor de atendente negro em todos os turnos da jornada de trabalho. Art. 6º O atendimento ao consumidor negro deverá ser realizado com respeito e dignidade, sendo vedadas quaisquer formas de tratamento discriminatório, incluindo comunicações estereotipadas ou ofensivas. § 1º É expressamente proibido o uso de alcunhas ou qualquer outra forma de tratamento pejorativo no atendimento ao consumidor negro. § 2º É vedado qualquer contato físico com o consumidor negro, salvo nos casos em que houver solicitação ou consentimento expresso. Art. 7º Todas as informações referentes a preços e condições de pagamento devem ser disponibilizadas de forma clara, acessível e adequada, em conformidade com a legislação vigente. É expressamente vedado ao atendente do estabelecimento informar verbalmente o preço de um produto sem solicitação prévia. Parágrafo único – As informações relativas às condições de pagamento e parcelamento, bem como descontos, poderão ser prestadas no curso ou ao término do atendimento, sendo vedada sua apresentação durante a abordagem inicial ao consumidor. Art. 8º É obrigação dos estabelecimentos garantir representatividade na comunicação visual (publicidade) presente em seus pontos de venda, com conteúdo de pessoas negras sem que perpetue estereótipos exóticos ou racistas Art. 9º Os estabelecimentos que comercializam itens de beleza têm a obrigação de manter estoque adequado e suficiente de produtos, compatível com a extensão do local e o fluxo de consumidores, assegurando a disponibilidade dos produtos que atendam às características específicas de consumidores negros, incluindo diferentes tonalidades de pele e tipos de cabelo. Parágrafo único – Na eventualidade de ausência de estoque, é vedado oferecer produtos substitutivos e/ou em quantidade maior do que o consumidor compraria, e que não atendam plenamente às suas características específicas, induzindo-o ao erro. Art. 10º Os estabelecimentos que comercializam produtos ou serviços de beleza devem adotar medidas inclusivas, garantindo a capacitação técnica de todos os seus funcionários e colaboradores, com formação adequada e especialização para o atendimento do consumidor negro, considerando suas especificidades. Fonte: G1

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